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Responsável por abrigo ilegal em Itapemirim se passava por enfermeiro

Responsável por abrigo ilegal em Itapemirim se passava por enfermeiro

No local, seis pessoas com deficiência intelectual estavam eram cuidadas por um homem que se apresentava como enfermeiro para ganhar a confiança dos familiares

Publicado em 2 de fevereiro de 2023 às 19:10

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O homem responsável pelo abrigo clandestino – que foi fechado nesta quarta-feira (1), no distrito de Itaoca, em Itapemirim, no Sul do Estado – se passava por enfermeiro para conseguir a confiança dos familiares das vítimas.

Responsável por abrigo ilegal no ES se passava por enfermeiro para conseguir confiança
O abrigo localizado em Itapemirim não apresentava alvará de funcionamento e nem alvará sanitário. (Divulgação \ PC)

As investigações da Polícia Civil (PC) apontaram que o suspeito era gesseiro, trabalhava em um hospital em Cachoeiro de Itapemirim e fez curso de cuidador.

A polícia informou que, enquanto ele trabalhava, começou a criar vínculos com uma Organização Não Governamental (ONG) que cuidava de doentes soropositivos, em Cachoeiro de Itapemirim, e começou a criar amizades com o responsável pela organização.

Assim, o responsável pela ONG indicava os pacientes para que o suspeito cuidasse. “Após conseguir se passar por enfermeiro, conseguiu confiança dos familiares, que, não tendo local adequado para abrigar seus parentes, os colocaram sob responsabilidade do falso enfermeiro”, divulgou a corporação.

Maus-tratos

O abrigo foi fechado após uma denúncia de maus-tratos. Segundo a Prefeitura de Itapemirim, o espaço precário não apresentava alvará de funcionamento e nem alvará sanitário. E, no local, foram recolhidos pela Vigilância Sanitária diversos remédios vencidos e vários outros sem identificação.

A Secretária de Assistência Social afirmou que a cena encontrada no local foi de total descaso. “O espaço não tinha condições de ser um abrigo, a alimentação e a higiene pessoal eram péssimas, sem contar no forte odor de urina e fezes”, declarou Maria Helena Spinelli Escovedo, da Secretária de Assistência Social.

De acordo com o titular da Delegacia Regional de Itapemirim, delegado Djalma Pereira Lemos, os internos se encontravam em uma situação em que a alimentação era insuficiente, precária – já que na casa não havia nenhuma proteína disponível – e sem qualidade – visto que foi encontrada uma panela de arroz mal cozida.

Além disso, Djalma informou que essas pessoas dormiam em um colchão no chão, sem coberta, lençóis e roupas de cama. E, aqueles que precisavam receber um tratamento especializado devido a doenças que tinham, não recebiam.

O abrigo no distrito de Itaoca, em Itapemirim, foi fechado porque apresentava irregularidades(Divulgação \ PC)

Estupro

A PC recebeu informações de que no local havia uma paciente de 58 anos com deficiência intelectual e que ela teria sido vítima de estupro cometido por um dos internos.

O suspeito de abusar da paciente, conforme apontaram as investigações, é um homem de 34 anos, que estava internado no abrigo em decorrência de dependência química e foi comprovado ser soropositivo.

O delegado Djalma Pereira Lemos informou que o interno suspeito de estuprar a mulher é soropositivo e tinha ciência disso. “Estamos aguardando o laudo do Departamento Médico Legal (DML) e, caso seja confirmado o estupro, o indivíduo terá a prisão preventiva representada em juízo”, disse.

“Além do crime de estupro de vulnerável, o investigado poderá responder ainda pelo crime de disseminar a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir contágio”, completou Lemos.

Destino

As seis pessoas que estavam internadas foram reintegradas aos familiares. Já o homem de 38 anos, que se passava por enfermeiro, foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. Ele foi autuado nos crimes de cárcere privado e maus-tratos a pessoas e encaminhado em seguida ao Centro de Detenção Provisória de Marataízes, onde permanecerá à disposição da Justiça.

A reportagem procurou o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo para saber se gostaria de se pronunciar sobre o caso e, se houver retorno, este texto será atualizado.

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