O biomédico de 39 anos, alvo de uma operação da Polícia Civil do Espírito Santo, é apontado como responsável por realizar procedimentos que terminaram em "rosto caído, cicatrizes grosseiras e nódulos". A clínica administrada pelo profissional fica no bairro Enseada do Suá, em Vitória, e funciona pelo menos desde 2020. A corporação afirma que sete pacientes já prestaram depoimentos relatando problemas causados pelos procedimentos estéticos. O nome do biomédico não foi divulgado, mas A Gazeta apurou que trata-se de Ricardo Corteletti.
O biomédico foi indiciado por lesão corporal gravíssima, exercício ilegal de medicina e estelionato. Segundo a Polícia Civil, o profissional estava com o registro suspenso desde o mês de maio. Em seis meses, até novembro, quando foi alvo da polícia, ele realizou aproximadamente 600 atendimentos ou procedimentos. O mandado de busca e apreensão contra o homem foi cumprido no dia 27 de novembro, mas as informações foram divulgadas somente nesta terça-feira (10).
Uma das pacientes chegou a pagar a quantia de R$ 20 mil para realizar dois procedimentos estéticos. A mulher relatou ter procurado a clínica para fazer dois procedimentos: lifting e blefaroplastia. A Polícia Civil ressalta que foram provocadas lesões de natureza grave, ou seja, com dano irreversível.
O lifting é um procedimento estético que tem como objetivo melhorar a aparência do rosto, reduzindo rugas, flacidez e outros sinais de envelhecimento
A blefaroplastia é um procedimento cirúrgico realizado nas pálpebras. O objetivo é remover excesso de pele, gordura ou músculo da região, melhorando a aparência ou corrigindo detalhes que afetam a visão.
Além da Polícia Civil e do Conselho Regional de Biomedicina, houve integração com a Vigilância Sanitária de Vitória. Após o início da investigação, o biomédico foi proibido de atuar. A clínica chegou a ter duas salas interditadas pela Vigilância Sanitária, mas teve o funcionamento total retomado após serem feitas adequações.
Conforme o titular do 3º Distrito Policial de Vitória, delegado Diego Bermond, o biomédico usava ferramentas, como a rede social, para exibir profissionalismo e atrair mais clientes. A Polícia Civil não descarta que outros funcionários da clínica possam ter participação, o que pode ocasionar em novos indiciamentos.
A Polícia Civil promete continuar investigando o biomédico e deve continuar ouvindo vítimas que se queixem de serviços prestados pela clínica.
A reportagem de A Gazeta procurou a defesa do biomédico alvo de operação da Polícia Civil. Em nota assinada pela Juk Cattani Sociedade de Advogados, a defesa afirma que o biomédico trabalha "dentro dos limites" e que não há processo com trânsito em julgado contra ele.
Informamos que o profissional investigado sempre trabalhou dentro dos limites de sua profissão, tendo uma clínica multidisciplinar na qual outros profissionais atuam e realizam procedimentos de suas competências.
Não há nenhum processo transitado em julgado ou sequer com sentença que comprove atuação ilegal do profissional, que age com boa-fé e probidade, obedecendo ao código de ética de sua profissão.
Convém destacar, ainda, que foi arquivado recentemente processo relativo ao exercício profissional por não haver nenhuma prova de qualquer atuação ilegal.
Juk Cattani Sociedade de Advogados
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