A organização criminosa especializada no roubo a caixas eletrônicos na Grande Vitória planejava os crimes por até três meses, fazendo levantamentos das rotinas de funcionários e vigilantes dos estabelecimentos comerciais onde os equipamentos estavam instalados. Em um dos casos, um dos integrantes do grupo descobriu onde um dos empregados morava e chegou a ameaçar a família da vítima durante o roubo. As informações foram levantadas ao longo das investigações da Polícia Civil e repassadas em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (4), quando foi anunciada a prisão de dois integrantes da quadrilha. As identidades dos suspeitos não foram reveladas.
A Polícia Civil detalhou que a organização criminosa foi responsável por seis crimes na Grande Vitória, cujos alvos eram postos de combustíveis e supermercados. O primeiro deles aconteceu em agosto de 2020, em Jacaraípe, na Serra, quando também foram iniciadas as investigações. Os roubos foram em:
De acordo com o delegado Gabriel Monteiro, titular da Delegacia Especializada de Roubo a Bancos (DRB), a organização criminosa era composta por cinco criminosos. Um era responsável por realizar o levantamento das rotinas dos funcionários, o que durava entre dois a três meses. Um outro integrante, que vinha de fora do Estado (o local de origem dele também não foi revelado pela polícia), era especialista em corte de caixas eletrônicos. Os outros integrantes eram responsáveis pelo roubo aos caixas.
"Um fazia os levantamentos e observava a rotina dos vigias ou funcinários do comércio. Ele ficava de dois a três meses fazendo essa rotina. O último caso, em Vila Velha, sabia até onde o cara morava, ameaçou a família desse funcionário. Os outros dois rendiam os vigilantes, sempre armados, de forma agressiva. Em Vila Velha, teve um vigilante que teve que ser hospitalizado por tomar diversas coronhadas na cabeça. Enquanto isso, os outros dois entravam no comércio", detalhou o delegado.
Gabriel Monteiro explicou que o criminoso responsável por realizar o levantamento das rotinas dos funcionários permanecia no carro, que era estacionado a cerca de três quarteirões dos estabelecimentos que eram alvo do grupo, para evitar ser reconhecido. Os outros, então, entravam no local, sempre de forma furtiva, até render os funcionários. Monteiro contou que eles também roubavam os arquivos das câmeras de segurança dos locais, mas, em um dos casos, a ação deles foi flagrada. Veja abaixo:
"Nas imagens, você percebe que até a entrada deles é como se fosse um furto, porque eles entram de guarda-chuvas, de máscara, de boné, dificultando toda a investigação. No final, eles sempre subtraem o DV-R, o circuito de câmeras de segurança do estabelecimento. Eles paravam o carro a uns três quarteirões do estabelecimento para tentar se furtar do sistema de câmeras", completou o delegado Gabriel Monteiro.
O delegado Gabriel Monteiro explicou que dois integrantes da organização criminosa foram presos em Vila Velha e Fundão, ambos municípios da Grande Vitória. Em uma das ações policiais, foram encontradas drogas e munições na casa onde estava um dos criminosos. Outro participante do grupo tem um mandado de prisão em aberto, enquanto os outros dois já foram identificados, conforme o delegado.
"Nós temos dois criminosos presos. Um com mandado de prisão está foragido, ele conseguiu empreender fuga. O quarto já foi identificado e com o pedido de prisão a ser apreciado pela Justiça. E o quinto elemento, que é de fora do Estado, as investigações já avançaram bastante e, em breve, nós estaremos representando pela prisão desse criminoso", argumentou.
Segundo Gabriel Monteiro, os integrantes presos da quadrilha foram autuados por roubo majorado, ou seja, quando há a utilização de arma de fogo e de violência ou grave ameaça durante o crime. Ambos possuíam passagens pela polícia por tráfico de drogas e roubo.
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