O sargento da Polícia Militar Isaías Segades de Souza, 50 anos, envolvido em uma discussão que terminou com um tapa na cara de uma adolescente, de 14 anos, vai continuar trabalhando mesmo com um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) em aberto. A informação é da Corregedoria da Polícia Militar.
Segundo o corregedor e coronel Alessandro Juffo, Isaías compareceu espontaneamente para comentar o caso. Mesmo com o vídeo mostrando a agressão do PM contra a adolescente e contra o pai dela, o empresário Odorico Coelho, de 50 anos, o corregedor declarou que é necessário esperar para saber se alguma ação será tomada contra o sargento.
Isso é objeto de investigação por parte da PM. As testemunhas serão ouvidas, os agentes da guarda municipal também e as imagens serão juntadas. Somente no final da apuração vamos saber, de fato, o que ocorreu. Não concordamos com violência por parte de nossos militares e, se tiver excesso, em momento oportuno ele vai receber a sanção, ponderou.
Segundo o coronel, Isaías contou que voltava para casa após 12 horas de trabalho. Ele afirmou que foi fechado por Odorico, que levava a filha para fazer uma prova de simulado para o Ifes. Ao tentar fazer uma verbalização, ele disse que foi xingado, destratado e desacatado. A filha do condutor também falou uma série de ofensas. Ele disse que deu voz de prisão, que não foi aceita. A versão do policial é essa, tanto que o pai foi preso e a adolescente apreendida em flagrante, afirmou.
Ao ser questionado sobre o que achava do tapa dado pelo policial no rosto da adolescente de 14 anos - visto claramente no vídeo - o coronel disse novamente que é necessário investigar primeiro.
É uma adolescente em prática de ato infracional. O que levou ele a agir dessa maneira somente a investigação dará a resposta. Não é possível dar a solução do caso hoje. Se não a gente não faria a investigação, frisou.
ARMA EM PUNHO
Sobre a alegação do pai da menina de que o sargento saía com a arma em punho após a batida do carro, o coronel afirmou que, de acordo com a versão do policial, a reação é normal. Ele conta que sofreu uma fechada e estava armado e fardado. É normal fazer essa primeira abordagem com a arma em punho porque não se sabe a intenção do condutor, destacou.
A investigação demora entre 30 e 40 dias, de acordo com o corregedor. As versões são conflitantes e apenas a investigação vai trazer a verdade real, ressaltou o coronel. Dos 50 anos de idade, Isaías tem 28 anos de carreira na Polícia Militar.
É UMA VERGONHA, AFIRMA EMPRESÁRIO
O empresário Odorico Coelho, de 50 anos, pai da adolescente, recebeu com indignação a informação de que o sargento continuará trabalhando, mesmo após o acontecido.
Eu acho uma vergonha. É uma afronta não só a mim, mas à sociedade. Nada aconteceu e a corregedoria só serve para isso mesmo, deixar na impunidade os policiais. Quando alguém faz algo em uma empresa é demitido ou punido. E quando um policial comete algo não acontece nada, declarou.
Odorico agora espera conseguir alguma resposta na Justiça, já que acredita não conseguir punição por meio da corregedoria. Vou me manifestar até a última instância, finalizou.
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