Casas populares do Residencial Solar, em São Mateus, Norte do Espírito Santo, estão sendo colocadas à venda na internet. Os imóveis foram inaugurados na última sexta-feira (11), durante a visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Estado. A Secretaria Municipal de Assistência Social acionou a Polícia Civil para investigar o caso.
O residencial fica no bairro Aroeira e conta com 434 casas, das quais mais da metade já está liberada para o uso. A venda do imóvel só pode ocorrer após a quitação de todas as prestações, que variam de R$ 50 a R$ 280 por mês, dependendo da renda da família, durante 10 anos. De acordo com as informações da prefeitura, até o momento, nenhuma casa foi totalmente quitada, para já poder ser vendida.
Após uma semana desde a inauguração, a Prefeitura de São Mateus identificou três anúncios, de pessoas diferentes, publicados em redes sociais colocando as casas à venda. Em uma das publicações, é possível ver que uma casa foi divulgada com o valor de R$ 22 mil. Confira abaixo:
Segundo a secretária Municipal de Assistência Social, Marinalva Broedel, a prefeitura não conseguiu identificar se as pessoas que anunciaram as casas foram contempladas com os imóveis e estariam tentando passá-los para frente ou se seria alguém não contemplado tentando gerar barulho.
“Nós identificamos três anúncios nas redes sociais, de três pessoas diferentes. As publicações indicam a casa e a quadra, mas os nomes não batem com os que estão na lista de contemplados. Assim, não sabemos se é alguém que ganhou a casa ou alguém de fora, que está tentando gerar barulho por não ter conseguido”, afirmou.
Sem conseguir identificar os vendedores, a prefeitura, na pessoa da secretária de Assistência Social, acionou a Polícia Civil na última segunda-feira (14), para apurar o caso.
A Polícia Civil informou que o boletim sobre o caso foi registrado na segunda-feira (14) e está sob análise da Delegacia de Infrações Penais e Outras (DIPO) de São Mateus. A polícia afirmou que para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada.
A Caixa Econômica Federal disse que não recebeu nenhuma denúncia de venda ou ocupação irregular do empreendimento. A instituição informou ainda que caso seja constatada alguma irregularidade, a unidade habitacional será retomada e destinada a uma outra família. Caso o beneficiário não queira o imóvel, ele pode sair do programa.
A obra das casas populares do Residencial Solar, no bairro Aroeira, foram iniciadas no início em 2012, no então programa Minha Casa, Minha Vida, rebatizado de Casa Verde e Amarela no governo Bolsonaro. A entrega das obras ocorreu após inúmeros atrasos, gerando uma espera de quase 10 anos em centenas de famílias de baixa renda.
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