Um seguro de vida no nome de uma criança de quatro anos motivou a morte de cinco pessoas. A chacina ocorreu em 2006 no Morro Santo Amaro, Catete, no Estado do Rio de Janeiro, após uma mulher pedir ao chefe do tráfico que o pai do filho dela fosse assassinado, com a intenção era ficar com o dinheiro do seguro no nome do menino. O crime teve a participação do capixaba Renato Bisi Penna, de 45 anos, preso no último dia 25, em Araçás, Vila Velha.
Segundo a Polícia Civil, Renato foi responsável por vigiar um motorista que recebeu ordens de ocultar os cinco corpos, a mando do executor. Tudo começou quando a amante de Humberto Ferreira da Silva, o Beto, chefe do tráfico do Morro Santo Amaro, pediu a morte de um taxista com quem ela havia se relacionado. Os dois tinham um filho, que era beneficiário de um seguro de vida do pai. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil em coletiva de imprensa nesta terça-feira (1º).
Conforme a corporação, para ficar com valor, ela solicitou que ele fosse assassinado e ajudou a orquestrar as execuções. Assim, começou a seguinte sequência de mortes:
Com todos os cinco executados, o dono do tráfico da região para outro taxista e o obriga a levar todos os cadáveres para fora da comunidade. Nesse momento, Renato entra em ação e o vigia até cumprir a solicitação de Beto.
Segundo a Polícia Civil, Renato foi condenado a mais de 85 anos por homicídio, ocultação de cadáver, tráfico de drogas e associação pelo tráfico e fraude processual por mudança da cena do crime.
O capixaba envolvido nas execuções acabou sendo preso 14 anos após a condenação, realizada em 2010, devido ao tráfico de drogas. Segundo a polícia, ele estava em uma casa e, com ele, foram encontrados tabletes de haxixe e maconha. Renato informou à corporação que tudo valia R$ 60 mil.
Mesmo com a condenação, o homem permaneceu em Santo Amaro e vinha ao Espírito Santo para coordenar o tráfico de drogas entre a região fluminense e Araçás. Ao ser abordado, o homem deu um nome falso para a polícia: Roberto Gonçalves Dias. A mentira era para não ser pego pelo mandado de prisão em aberto, expedido em 2010, pela chacina no Rio de Janeiro.
“Ele chegou dia 25 e iria voltar 25, ele não ficava aqui. Vinha para dar ordens e repassar a droga. Renato era natural daqui, mas morava ainda no Morro Santo Amaro, já que para realizar operação no local é preciso ordem judicial”, explicou Cleudes Junior, delegado adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha.
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