Um carro que trafegava normalmente por uma avenida movimentada e simplesmente explodiu. A descrição anterior pode parecer cena de filme, mas foi justamente o que aconteceu em 30 de outubro de 2020. Nesta sexta-feira (30), o caso completa exatos seis meses.
No dia do ocorrido, o empresário Ricardo Portugal, na época com 38 anos, dirigia o próprio veículo, um Jeep Compass pela Avenida Adalberto Simão Nader, em Vitória, quando o SUV explodiu em movimento. Na sequência, o veículo foi consumido pelas chamas e o condutor morreu carbonizado por não ter conseguido se desprender do cinto de segurança.
Desde então, inúmeras perguntas surgiram sobre o que poderia ter ocorrido: como um carro explode em movimento? Havia algo inflamável no veículo? Poderia ter algo explosivo instalado no carro? Estes são apenas três das muitas dúvidas que pairam sobre o caso. E, passados seis meses, ainda não há respostas para nenhuma delas.
Aos muitos questionamentos feitos pela reportagem de A Gazeta ao longo deste período à Polícia Civil, que está responsável pela perícia e confecção do laudo que apontará as causas, a complexidade do caso é a resposta padrão, sem, entretanto, existir um detalhamento sobre o que torna o caso tão complexo.
Na resposta mais recente da Polícia Civil, a informação é de que inquérito policial foi devolvido à Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito no último dia 15. A partir desta data, começou a valer o prazo estendido pela Justiça, de 90 dias – esta decisão havia sido dada ainda em janeiro, mas o inquérito policial não havia sido remetido à Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT).
A Polícia Civil informou ainda que diligências e oitivas seguem em andamento e para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada. A reportagem de A Gazeta solicitou entrevista com o delegado Maurício Gonçalves, que responde pela DDT, mas o pedido não foi atendido.
Apesar de faltarem respostas concretas sobre as causas da explosão do Jeep Compass, alguns pontos já foram evidenciados e elucidados. Abaixo, listamos alguns deles.
Não. O Jeep Compass não era movido a gás veicular e não foram encontrados cilindros para o mesmo nos trabalhos de contenção do fogo pelos Bombeiros e também na perícia inicial feita momentos após o controle do fogo.
Segundo declarações de familiares após o trágico acidente, o SUV havia passado por manutenção cerca de 15 dias antes do ocorrido. De acordo com o levantamento feito pela reportagem e checado com a família, o carro foi comprado no ano de 2018, e nunca havia apresentado qualquer tipo de problema.
Pelo fato da perícia ainda não ter sido concluída e, consequentemente, o laudo com as causas não ter sido confeccionado, o Jeep Compass permanece de posse da Polícia Civil do Espírito Santo.
A Fiat Chrysler Automóveis (FCA), proprietária da marca Jeep, já se manifestou anteriormente em dizer que acompanha o caso e que "aguarda o laudo da perícia para poder analisar a ocorrência". A empresa, entretanto, teve negado o pedido feito à Justiça para poder indicar um assistente técnico para acompanhar os trabalhos periciais. A juíza Gisele Souza de Oliveira destacou a natureza criminal do presente procedimento, não havendo espaço para a atuação da empresa fabricante nas investigações.
Diante do retorno do inquérito à Delegacia de Delitos de Trânsito no último dia 15, desde então a DDT obteve mais 90 dias para trabalhar e encontrar respostas para o ocorrido.
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