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Sêmen em roupa de criança: pai se recusa a colher material genético no ES

Sêmen em roupa de criança: pai se recusa a colher material genético no ES

Maycon Milagre da Cruz, de 35 anos, e Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31 anos, foram presos suspeitos da morte do filho Jorge Teixeira da Silva, de 2 anos

Publicado em 14 de julho de 2022 às 12:03

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Maycon Milagre da Cruz, de 35 anos
Maycon Milagre da Cruz se recusou a fazer o exame. (Oliveira Alves )

Maycon Milagre da Cruz, de 35 anos, se recusou a fazer o exame para comparar o material genético dele com o encontrado nas roupas do filho Jorge Teixeira da Silva, de 2 anos, que morreu na semana passada. Nesta quarta-feira (13), a Polícia Civil afirmou que encontrou vestígios de sêmen e sangue em roupas da criança. O homem e a mãe do menino, Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 35 anos, são apontados como suspeitos da morte do filho. 

A informação sobre a recusa para fazer o exame foi confirmada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (14). A corporação evidenciou que, diante da negativa do homem, “será necessário avaliar as possibilidades legais”.

“Os exames foram ofertados para dois parentes que aceitaram. Até o momento, não tem o resultado de quem seria o sêmen e o sangue”, finalizou a Polícia Civil em nota.

SANGUE E SÊMEN ENCONTRADOS EM ROUPAS DA CRIANÇA

O delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, Alan Moreno, afirmou que ainda não era possível dizer a quem pertencem o sangue e o sêmen encontrados.

Maycon Milagre da Cruz, de 35 anos, o menino Jorge Teixeira da Silva, de 2 anos, e Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31 anos
Maycon Milagre da Cruz, de 35 anos, o menino Jorge Teixeira da Silva, de 2 anos, e Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31 anos. (Reprodução / Fabrício Christ )

Ainda segundo o delegado, o material genético foi encontrado em uma roupa que estava dentro da casa e que não, necessariamente, havia sido usada pela criança no dia da morte.

Devido a essa dúvida, a Polícia Civil informou que solicitaria que o pai realizasse os exames nesta quinta-feira (14), para comparação genética, mas o homem se recusou. 

"Em uma peça, que denota ser de uma criança, foi encontrado sangue humano e PSA. Ainda não sabemos de quem é o material genético. Vai ser feito uma comparação [do material] com outras pessoas", explicou, em entrevista à repórter Any Cometi, da TV Gazeta.

A reportagem tenta localizar a defesa do suspeito. O texto será atualizado, caso algum posicionamento seja enviado. 

RELEMBRE ALGUNS PONTOS DO CASO 

  • 01

    Mãe apontou pneumonia em filho

    Na madrugada de segunda (4), Jorge Teixeira da Silva foi levado pela mãe para o Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha. Segundo a Polícia Civil, Jeorgia informou, ao chegar ao local, que a criança estava com pneumonia. Porém, os médicos perceberam que a criança estava com lesões, apontando possíveis torturas e abusos.

  • 02

    Sinais de abusos sexuais

    O crime começou a ser apurado durante a madrugada dessa terça-feira (5), quando a polícia tomou conhecimento da morte da criança. A corporação tinha informações sobre sinais de abusos sexuais. O corpo foi levado ao DML, com o acompanhamento da equipe policial. O objetivo era entender o que causou a morte do menino.

  • 03

    Pais indiferentes à morte

    Desde a chegada ao Himaba até a detenção do casal, a polícia afirmou ter observado que os pais da criança demonstravam indiferença com a morte dela, sem emoções ou tristeza aparente, apesar da gravidade do caso. Na avaliação de Alan Moreno, delegado adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, o comportamento causou estranhamento.

  • 04

    Casal não queria filho no DML

    Segundo a Polícia Civil, Jeorgia e Maycon apresentaram resistência quando souberam do protocolo de transferência do Himaba, que encaminharia o corpo de Jorge para o DML. Segundo apuração da repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, os pais tentaram evitar que o corpo fosse levado. A tentativa era que a criança fosse diretamente para uma funerária. O casal teria alegado não ser necessária a autópsia do corpo.

  • 05

    Exame aponta causa da morte

    Após a realização de um exame no DML, o médico-legista apontou que o menino havia sido violentado sexualmente e que a causa da morte foi "choque séptico peritonite, decorrente da perfuração do reto e do ânus devido a um trauma contuso anal". A pneumonia, antes relatada pela mãe, foi descartada pela Polícia Civil.

  • 06

    Possíveis queimaduras por cigarro

    Com os exames feitos na PC, os médicos apontaram que houve introdução de instrumento contundente na vítima, além de lesões na face, no dorso, no braço e em parte da coxa, que podem ter sido provocadas por cigarro.

  • 07

    Sem explicações à polícia

    O descarte da pneumonia e o conhecimento das lesões internas e externas fizeram com que o casal fosse levado a explicar o ocorrido. Jeorgia Teixeira da Silva e Maycon Milagre da Cruz foram conduzidos à Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vila Velha, onde prestaram depoimento por aproximadamente 12 horas. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6), o delegado Alan Moreno afirmou que eles não souberam dizer o que aconteceu com a criança de domingo (3) para segunda (4), tendo "apresentado versões lacunosas e imprecisas".

  • 08

    Troca de mensagens chama atenção

    Durante as investigações, uma troca de mensagens entre os pais chamou a atenção da polícia. Após o alerta feito por médicos sobre a suspeita de abuso, a mãe da criança entrou em contato com o companheiro. "Ela diz assim: 'O nosso filho foi vítima de um estupro'. O pai responde: 'Estupro, mas por quê?', e ela diz que a médica estava falando que ela precisava ir até a delegacia fazer um boletim. O pai fala que isso é normal, que todo hospital faz isso, e para a mulher ficar tranquila", detalhou o delegado Alan Moreno. Após confeccionar o boletim, quando a criança ainda estava viva no hospital, Maycon mandou uma mensagem para a mulher. "Ele fala a seguinte frase: 'Depois nós temos que sentar e conversar sobre o boletim, pode ser que tenhamos passado alguma coisa despercebida'. Quero deixar claro que temos que entender o que foi dito antes e após essas mensagens, para fazer uma contextualização, mas elas causam estranheza à polícia", disse o delegado.

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