Um sétimo ônibus foi alvo de criminosos na noite desta terça-feira (11), desta vez na Rodovia do Contorno, na Serra. Esse é o primeiro veículo incendiado fora do município de Vitória, após mais de 12 horas de ataque. Pelo menos outros seis coletivos foram alvos de ataques em diferentes bairros da Capital capixaba, sendo que cinco foram queimados e um metralhado.
Conforme apuração do repórter Caique Verli, da TV Gazeta, junto à Polícia Militar, o incêndio começou por volta das 21h. O Corpo de Bombeiros está no local e fez o controle das chamas.
A sequência de ações criminosas nesta terça começou às 10h30, quando um coletivo foi metralhado na região do Bonfim. Em seguida, eles chegaram a atear fogo em um carro de reportagem da TV Tribuna, além de ameaçar cinegrafista e repórter da emissora.
Três horas depois, por volta de 13h30, dois ônibus foram incendiados quase ao mesmo tempo, nos bairros Consolação e Santo Antônio. Às 17h30, outro veículo foi encontrado em chamas na altura do Parque Moscoso, também na capital Capixaba.
Em outro ponto da cidade, pouco depois, o quinto ônibus foi incendiado em frente ao Hortomercado, na altura do bairro Enseada do Suá.
O sexto caso de ônibus atacado, perto da subida da Terceira Ponte, entre Vitória e Vila Velha, aconteceu após às 18h30. Fontes policiais confirmaram o sexto ônibus depredado à reportagem de A Gazeta.
Em nota, a Rede Tribuna condenou o ataque sofrido e informou logo ter adotado medidas para resguardar o profissional ameaçado.
"A primeira providência que a Rede Tribuna tomou foi resguardar a vida do nosso profissional. Solicitamos a escolta policial para o cinegrafista e para a outra equipe que estava na região. Apesar da extrema ameaça sofrida, com agressão, ele está bem e recebe todo o apoio da empresa. A Rede Tribuna se solidariza com os nossos profissionais e repudia qualquer violência contra a imprensa", disse a empresa de comunicação.
A motivação para os ataques foi a morte de um traficante do Bairro da Penha, após confronto com a Polícia Militar nesta segunda-feira (10).
Em nota, Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), destacou que as empresas responsáveis pelos coletivos informam que 6 ônibus foram depredados nesta terça-feira (11), em Vitória, sendo que 5 deles foram incendiados e ficaram completamente destruídos. Em todas as ocorrências, não houve feridos – A GVbus não confirmou na resposta o sétimo ônibus danificado, mas informou que qualquer atualização será informada posteriormente.
Os últimos casos de coletivos incendiados foram registrados no final da tarde: linha 507, próximo ao pedágio da Terceira Ponte; o outro, da linha 163, no Centro, próximo ao Parque Moscoso; e um terceiro, da linha 522, na Avenida Beira-Mar, na Enseada do Suá, próximo ao Hortomercado. Os outros casos ocorreram nos bairros Consolação e Santo Antônio, com as linhas 051 e 535, respectivamente. Já no bairro Bonfim, criminosos atiraram contra a linha 182, que sofreu avarias.
O GVBus ressalta, por sua vez, que nos últimos 18 anos (entre 2004 e 2022), 83 ônibus do Sistema Transcol foram incendiados por criminosos e ficaram totalmente destruídos, sendo 12 deles somente neste ano, incluindo os casos desta terça-feira (11). Outros três ônibus foram alvos de criminosos com o objetivo de queimá-los em 2022, mas sofreram apenas princípios de incêndio e não chegaram a ficar completamente destruídos, sendo as chamas contidas pelos motoristas, e os coletivos reparados e reintegrados à operação.
O impacto financeiro é de mais de R$ 48 milhões em 18 anos, levando em consideração o custo de reposição desses veículos em valores atuais – um coletivo novo custa em média R$ 580 mil. Estes prejuízos recaem em todo o sistema, especialmente nas empresas de ônibus, mas também na população. Isso porque, embora os consórcios possuam veículos reservas para garantir a operação, a destruição de um coletivo gera transtornos, já que um ônibus novo demora em média três meses para ser fabricado, além do período dos trâmites legais para que ele entre em circulação.
Na noite desta segunda-feira (10), policiais receberam uma denúncia de que Fernando Moraes Pimenta, o Marujo (chefe do tráfico do Bairro da Penha e Bonfim, número um da lista dos mais procurados do Espírito Santo) estaria na escadaria Alexandre Rodrigues, no Bonfim, com seguranças munidos de armas longas, como fuzil e espingarda de calibre 12.
Ainda conforme o Boletim de Ocorrência, os suspeitos começaram a disparar quando notaram a presença dos policiais e fugiram em seguida.
Durante a correria e a troca de tiros, Jonathan Candida Cardoso, de 26 anos, foi encontrado caído no chão portando uma arma e munições. Ele chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu. O jovem é apontado pela polícia como segurança de Marujo. Logo na manhã desta terça-feira (11), os ataques relacionados à morte começaram.
Contra Jonathan havia um mandado de prisão por tráfico de drogas. Segundo informações do serviço de inteligência, o jovem era conhecido por ser um “faixa preta”, com a função de realizar a segurança imediata de Marujo e responsável por todos os ataques que o Primeiro Comando de Vitória (PCV), a qual pertence, realiza no Espírito Santo.
Após a troca de tiros, o comando da Polícia Militar mobilizou reforço nas imediações para segurança de moradores e das pessoas que circulam nas principais vias da região, durante a madrugada e na manhã desta terça-feira (11).
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