Um dia após a prefeita afastada Amanda Quinta (sem partido) deixar a prisão, o clima nesta quinta feira (19) é de silêncio sobre sua rotina e seu paradeiro em Presidente Kennedy, no Litoral Sul do Estado. Ela teve a liberdade concedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta terça-feira (17) e deixou o centro prisional de Cachoeiro de Itapemirim, no final da tarde desta quarta (18).
Amanda foi presa em flagrante no dia 8 de maio deste ano na Operação Rubi do Ministério Público do Espírito Santo, que apura esquema de fraude em licitações e pagamento de propina na cidade. O companheiro José Augusto Paiva, também foi detido na ocasião e permanece preso.
Apesar de estar fora da prisão, Amanda não pode ficar fora de casa no período noturno, de 22h às 6h e deve manter uma distância de 100 metros da prefeitura.
CARREATAS
Ao receber a notícia de que ela deixaria a prisão, na quarta, moradores fizeram carreatas pelas ruas da pequena cidade. À noite, uma grande queima de fogos foi ouvida no centro do município. Porém, nesta quinta, pouco foi comentado sobre o assunto.
A cidade está muito quieta, devagar. Até porque cria uma situação, as pessoas não sabem definir muito bem. Fala-se que ela está na cidade, mas ninguém a viu, comentou a vereadora do município Tânia Mara Fontana Correa (PRP).
Nem mesmo na Câmara de Vereadores, onde foi realizada sessão ordinária na manhã desta quinta, o assunto foi levantado, observou a parlamentar Vera Lúcia de Almeida Maitan (PV). Na terça à noite houve grande movimento, pessoas contentes com a saída dela, tanto na cidade quanto no interior. Eu não a vi, mas creio que esteja em casa, disse.
Procurados pela reportagem, o advogado de Amanda Quinta, Altamiro Thadeu Sobreira, e familiares da prefeita afastada não informaram sobre sua rotina ou destino após a saída da prisão.
Sobreira, que também faz a defesa de José Augusto Paiva, disse que não há novidades quanto ao caso do companheiro de Amanda. Já ingressamos desde terça com o pedido de extensão do efeito para José Augusto, estamos trabalhando, mas por enquanto sem novidades ainda, informou.
RELEMBRE O CASO
Em maio deste ano, a prefeita Amanda Quinta (sem partido), o secretário municipal e companheiro dela, José Augusto Paiva, e o empresário Marcelo Marcondes Soares realizavam uma reunião na casa de Amanda, em que foram entregues R$ 33 mil de propina, em uma mochila. Eles foram presos em flagrante pela polícia. Marcondes fez delação e foi solto. José Augusto continua preso.
As investigações foram iniciadas pelo Ministério Público em 2017. A equipe diz ter colhido evidências contundentes de que os agentes políticos e servidores municipais recebiam propina de empresários dos ramos de limpeza pública e transporte coletivo.
Os contratos de limpeza urbana e de transporte público investigados na Operação Rubi por suspeitas de superfaturamento somam mais de R$ 150 milhões, no período de 2013 a 2018. A maior parte do montante - R$ 105,7 milhões - é referente a contratos firmados entre quatro empresas investigadas e prefeituras do Sul do Estado.
Sete pessoas foram detidas durante a operação. Quem comanda o município atualmente é o prefeito interino Dorlei Fontão (PSD), vice-prefeito de Presidente Kennedy.
Com sua saída do centro prisional de Cachoeiro de Itapemirim, no final da tarde de quarta-feira, ela continua afastada do cargo público eletivo. Porém, ficam mantidos os vencimentos, mas proibida a utilização de qualquer bem relativo ao cargo.
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