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Sob fiança, Justiça manda soltar veterinária presa por maus-tratos em Vitória

Sob fiança, Justiça manda soltar veterinária presa por maus-tratos em Vitória

Melissa Silva foi presa nesta quinta-feira (13), após a Prefeitura de Vitória identificar condições inadequadas no pet shop que ela mantinha em Jardim Camburi; valor da fiança é de R$ 5 mil

Publicado em 14 de outubro de 2022 às 14:36- Atualizado há 2 anos

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Médica veterinária foi presa por maus-tratos a animais em Vitória
Melissa foi detida por manter animais em condições precárias, alguns deles feridos e desnutridos, no pet shop que mantinha. (Montagem | Oliveira Alves)
Mikaella Mozer*
Curso de Residência em Jornalismo / [email protected]
Sob fiança, Justiça manda soltar veterinária presa por maus-tratos em Vitória

A médica veterinária Melissa Ferreira de Andrade, presa em flagrante por maus-tratos a animais, foi solta após pagar fiança de R$ 5 mil nesta sexta-feira (14). A decisão da Justiça, em audiência de custódia, foi de conceder liberdade provisória à presa, já que ela não oferece risco à ordem econômica ou instrução criminal e não possui registros criminais anteriores. Por volta das 16h30, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que ela já havia deixado o sistema prisional.

Apesar de estar em liberdade, Melissa deve cumprir as regras impostas pela juíza Raquel de Almeida Valinho: ela está proibida de sair da Grande Vitória sem prévia autorização, deve comparecer a todos os atos do processo, manter endereço atualizado, não pode frequentar bares, boates, prostíbulos e assemelhados, não pode sair de casa das 20h às 6h; deve comparecer em até 5 dias úteis a partir da decisão com documentos pessoais.

Caso ela descumpra qualquer condição imposta, ela poderá ser presa novamente, e ter prisão preventiva decretada.

Melissa foi presa na noite de quinta-feira (13) após a Prefeitura de Vitória identificar condições precárias no pet shop "Dog Hotel", localizado no bairro Jardim Camburi, onde funcionava havia 22 anos. O espaço foi fechado, e segundo a administração central, também não tinha alvará de funcionamento há anos. No local foram encontrados mais de vinte animais, entre cachorros, gatos e ainda um jabuti.

Imagens mostram condições precários dentro de hotel em Vitória(Instagram | @deputadajanetedesa)

No momento da prisão, ela fugiu com seis cachorros, mas foi presa em flagrante logo depois. Os animais não foram encontrados até o momento.

O fechamento do hotel e a detenção da proprietária foram promovidos pela Prefeitura de Vitória, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), após recebimento de denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e da CPI dos Maus-Tratos Contra os Animais da Assembleia Legislativa (Ales).

PRAZO PARA BUSCAR ANIMAIS 

Os tutores dos 16 animais resgatados têm até sete dias para se apresentarem e buscarem os respectivos pets. Após esse prazo, eles serão castrados e disponibilizados para adoção, segundo informou a administração municipal da Capital.

Para fazer o resgate dos pets, os donos podem procurar a Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam), por meio dos telefones (27) 3382-6578 e (27) 99968-9372. Não haverá aplicação de taxa para o recolhimento.

16 animais foram resgatados durante operação em Jardim Camburi, Vitória.(Prefeitura de Vitória)

Nesta segunda-feira (17), a médica veterinária Melissa Ferreira enviou uma nota sobre o caso à reportagem de A Gazeta.

Veja o que diz a veterinária na íntegra:

"Primeiramente gostaria de esclarecer que o Doghotel estava passando por uma mudança de sede, portanto havia áreas que estavam sendo desativadas e servindo de depósito para outros móveis e utensílios que iriam para a nova sede que ainda estava em fase de construção. Mais tardar em dois meses estaria sendo feita a mudança.

O hotel não era clandestino, tanto que o IPTU do imóvel sempre fica em torno de R$ 4.000 por ano. A empresa era registrada e autorizada para o alojamento e demais serviços aos animais. 

O canino macho "Lucke" sofre de uma doença metabólica a qual não reverte a alimentação em músculo ou gordura. Tem uma doença intestinal, a qual já tentei tratar. Porém, para continuar o tratamento, precisávamos da autorização e que o tutor também custeasse o tratamento, porém não foi autorizado. 

Algumas pessoas sugeriram que fizéssemos eutanásia ou denunciássemos o tutor por abandono. No entanto, após nosso último contato no dia 7 desse mês, ele ficou de dar uma solução para o referido canino. Porém, mais uma vez, não fez mais contato. 

Agora eu estou sendo penalizada por descaso de outrem. No mais, todos os cães – meus ou dos clientes – que estavam sob os meus cuidados gozavam de boa saúde física e mental."

Errata Atualização
14 de outubro de 2022 às 16:31

Após a publicação desta matéria, por volta das 16h30, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Melissa Ferreira de Andrade já havia deixado o sistema prisional. O texto foi atualizado. 

Mikaella Mozer, é aluna do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo teve a supervisão do editor Murilo Cuzzuol.

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