Uma mulher de 40 anos que estava presa preventivamente, suspeita de ter matado o marido e escondido o corpo, teve a prisão revogada pela Justiça nesta quarta-feira (23). O crime aconteceu em 2016, em Pinheiros, no Norte do Espírito Santo. O mestre de capoeira e missionário Elias Costa foi encontrado dentro de um caixão improvisado de um armário de madeira na residência em que morava. Ana Paula Gonçalves dos Santos havia sido presa em agosto deste ano na cidade de Itaberaba, na Bahia.
De acordo com a decisão do juiz Helthon Neves Farias, a acusada estava presa porque era preciso assegurar a efetividade da investigação criminal e o trâmite do processo para a aplicação da lei. Segundo o magistrado, consta nas declarações reunidas aos autos do processo que Ana Paula demonstra ser uma pessoa trabalhadora, que se casou novamente e possui endereço fixo.
“Observo que a acusada possui endereço fixo, residindo atualmente na Vila São Vicente, zona rural de Itaberaba, inclusive tendo se casada novamente, demonstrando, a princípio, ser pessoa trabalhadora, pelo que se pode intuir das declarações juntadas aos autos. [...] Não encontro presente a necessidade de sua prisão sob o fundamento de garantia da instrução processual, posto que possível assegurá-la com a aplicação de medidas cautelares específicas”, considera em trecho da decisão.
Ana Paula estava presa em uma penitenciária feminina no Espírito Santo. Apesar da prisão revogada, a suspeita precisará cumprir medidas cautelares, como não poder se ausentar de casa por mais de cinco dias sem autorização prévia e manter atualizados os dados do endereço e telefones. Caso contrário, ela terá a prisão decretada imediatamente, concluiu o juiz.
Elias foi dado como desaparecido e 10 dias depois o corpo dele foi localizado já em adiantado estado de decomposição. Os investigadores que estiveram no local perceberam que o cômodo onde o corpo estava havia sido “lacrado” por materiais plásticos, com a intenção de evitar que o cheiro chegasse até a vizinhança.
Na época, A Gazeta trouxe informações sobre o caso. Ana Paula fugiu quando um vizinho começou a desconfiar que teria acontecido algo no imóvel do casal. Ela pediu carona para o cunhado, que a levou à rodoviária de Nanuque, cidade de Minas Gerais, onde ficou escondida.
Um dia após o corpo de Elias ser encontrado, Ana Paula se apresentou na Delegacia de Pinheiros e alegou que o casal havia brigado e, para se defender, ela empurrou Elias – que teria batido a cabeça em um móvel da casa. No entanto, as investigações apontaram contradições no depoimento dela e a polícia passou a suspeitar de envenenamento.
Segundo a Polícia Civil, ficou comprovado posteriormente que Ana Paula matou o marido intencionalmente e depois ocultou o corpo no interior da casa. Ainda de acordo com as investigações, "para acelerar o processo de putrefação do corpo do marido, a acusada utilizou cal na tentativa de ‘dissolver’ o corpo, porém ele foi encontrado antes pela vizinhança”, informou a corporação. Ana Paula Gonçalves tinha um mandado de prisão preventiva em aberto quando foi presa.
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