Uma mulher suspeita de participar de sequestros de bebês, que eram entregues a uma quadrilha e destinados a supostos rituais de sacrifício, foi presa na manhã deste sábado (18) após ser localizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Espírito Santo em um ônibus que deixou a cidade de Vitória em direção à Bahia.
A prisão ocorreu por volta das 5 horas, entre as cidades de Mucuri e Teixeira de Freitas. Segundo informações da PRF do ES, durante análise dos veículos de passageiros com saída do Estado para o feriado de carnaval, foi identificada a presença de uma passageira de nome Leila de Menezes Dias, em um ônibus com origem em Vitória e destino para Teixeira de Freitas, na Bahia.
Contra ela foi identificado um mandado de prisão em aberto, expedido no último dia 3 pela Vara de Jurisdição Plena de Caravelas, e assinado pela juíza Cíntia Franco Ribeiro. No documento é informado que a prisão dela foi convertida de temporária para preventiva.
“Em consultas detalhadas foi identificado que a passageira era foragida da justiça da Bahia e acusada de participar de uma quadrilha de sacrifícios macabros. Era responsável por sequestrar crianças e entregar a outros membros da quadrilha que, então, entregavam a uma falsa líder religiosa para rituais de sacrifício”, informou em nota a PRF.
Equipes da PRF foram mobilizadas no Norte do Espírito Santo, mas foi constatado que o ônibus já tinha passado pela divisa dos estados, se deslocando pela BR 101 em sentido à Bahia.
“Foi realizado contato com a equipe em Teixeira de Freitas que conseguiu abordar o veículo e identificar a mulher, fazendo a sua prisão. A acusada informou que estava no Espírito Santo e retornava para sua cidade”, explicou em nota a PRF.
A mulher foi conduzida ao plantão judiciário em Teixeira de Freitas, na Bahia.
No mandado de prisão é informado que ele decorre da “associação de três ou mais pessoas para a prática de crime que em caráter permanente ou eventual, e que tragam vantagem indevida da associação ou própria, de caráter econômico ou de qualquer outra espécie, que por si só violam a paz pública pela natureza da infração”.
É citado ainda a tipificação do Decreto Lei nº 2.848, artigo 148, que trata sobre as situações de privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado, e que o crime pode ter o agravante se praticado contra menor de 18 anos.
Segundo informações do G1 Bahia, uma criança sequestrada em Caravelas, no Sul daquele estado, seria usada em um ritual que pretendia curar o câncer de uma das quatro pessoas envolvidas no crime. A informação foi repassada pela Polícia Civil da cidade, que concluiu as investigações no início do mês.
O sequestro do bebê ocorreu em 14 de janeiro e uma mulher e um homem foram presos no dia 16 do mesmo mês. Eles foram identificados como Sthefany de Jesus Silva, de 25 anos, e Ailton Ferreira dos Santos, 53. O bebê sequestrado foi encontrado com eles, dentro de uma mochila, em um ponto de ônibus da cidade.
Ao G1 da Bahia, a polícia informou que outras duas pessoas, entre elas Leila e ainda uma pessoa de prenome Michelle, estão envolvidas no caso. Leila teria participado do sequestro em Caravelas e foi presa neste sábado (18), enquanto Michelle seria a pessoa beneficiada pelo ritual.
Ainda de acordo com as investigações, Sthefany era ameaçada por Michelle para encontrar a criança ideal para o ritual. Ela chegou a mandar fotos de crianças de outra cidade para a mulher, que rejeitou os bebês porque queria um recém-nascido.
Além deste caso, a polícia informou ao G1 que investiga outra situação de desaparecimento envolvendo Michelle como suspeita. Não há detalhes sobre o caso.
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