O homem, de 43 anos, apontado pela Polícia Civil como o responsável por espetar um gato com vergalhões na cidade de Linhares, no Norte do Espírito Santo, já é considerado foragido da Justiça. A informação foi confirmada pelo delegado responsável pela investigação do caso, Tiago Cavalcante. Ele destacou que um mandado de prisão já foi expedido pela Justiça. O nome e a foto do acusado não foram divulgados pela polícia.
Em um crime de repercussão social tão grande e tamanha crueldade, não tinha outra saída a não ser pedir a prisão. Principalmente porque ele optou por fugir. Hoje ele é um indivíduo foragido, com mandado de prisão em aberto disse o delegado Tiago Cavalcante, para a reportagem da TV Gazeta.
O delegado destacou ainda que buscas pelo homem foram realizadas em sua residência e no seu local de trabalho. Ainda segundo o delegado, na manhã desta quarta-feira (25), um advogado procurou a Delegacia Regional de Linhares para negociar a apresentação do homem à polícia. O acusado não estaria mais em Linhares.
Quatro testemunhas já prestaram depoimento na Delegacia Regional de Linhares. As investigações apontam que o homem cometeu maus-tratos contra o gato porque estava incomodado com o animal.
Em vídeos que começaram a circular nesta segunda-feira (23), o gato aparece agonizando dentro de uma armadilha, após ser espetado com vergalhões no quintal de uma casa do bairro Jardim Laguna.
Com a auxílio de outras pessoas, o gato foi retirado do local das agressões. O animal ficou com vários ferimentos pelo corpo e na cabeça. Ele foi encaminhado para o atendimento com um médico veterinário e recebeu pontos para fechar as feridas. Depois de recuperado, o gato será colocado para adoção.
Nas imagens do resgate do gato, o professor Cícero Ezequiel de Pádua aparece ajudando a retirar os vergalhões do corpo do animal. Apesar disso, algumas pessoas confundiram ele com o suposto agressor do gato.
Em nota, a Polícia Civil salientou que o homem não é o autor dos maus-tratos. Após a repercussão do caso, o professor gravou um vídeo para informar que não tinha relação com as agressões. Na manhã desta terça-feira (24), ele também esteve na Delegacia Regional de Linhares para esclarecer a situação.
"Nas redes sociais, algumas pessoas estavam afirmando que iriam me matar. Eu sou uma pessoa que ama os animais e estou torcendo para a recuperação do gatinho", disse.
No último dia 29 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro sancionou uma lei que aumenta a punição para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A legislação abrange animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, incluindo cães e gatos, que acabam sendo os animais domésticos mais comuns e as principais vítimas desse tipo de crime.
A nova lei cria um termo específico para esses animais. Agora, como define o texto, a prática de abuso e maus-tratos a animais será punida com pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e a proibição de guarda.
O número da lei que aumenta a punição para maus-tratos aos animais foi indicado equivocadamente na reportagem como sendo o número do projeto de lei 1.095/2019. O número correto da Lei é 14.064, de 29 de setembro de 2020. O texto foi corrigido.
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