Mais uma pessoa foi presa, suspeita de torturar e praticar extorsão mediante sequestro das vítimas durante encontros marcados por aplicativos de relacionamentos na Grande Vitória. Segundo a Polícia Civil (PC), Adrian dos Santos Ribeiro, de 23 anos, faz parte de um grupo que marcava com as pessoas em casas nos municípios de Vila Velha e Serra, mas quando chegavam ao local, eram imobilizadas, ameaçadas e torturadas.
Em um dos casos, a vítima foi obrigada, inclusive, a capinar um lote e pintar paredes, amarrada, enquanto os criminosos faziam churrasco.
De acordo com a polícia, as investigações tiveram início em novembro do ano passado, após uma denúncia de extorsão mediante sequestro. Desde então, nove suspeitos, inclusive Ribeiro – capturado na última quarta-feira (17), no bairro das Laranjeiras, na Serra – foram presos.
Além deles, Denilson Santos Alves, de 25 anos, investigado pela participação nos crimes, permanece foragido, conforme explicou o delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda.
“Resta um somente foragido, e eu quero pedir ajuda a toda população que, (se) tiver conhecimento dessa pessoa, que faça o 181. Sua identidade será preservada e nós vamos fazer essa prisão".
A associação atuava marcando encontros românticos em casas localizadas principalmente na Serra e em Vila Velha, porém, quando as vítimas chegavam nas residências, se deparavam com um grupo de pessoas, eram mantidas em cárcere, extorquidas e torturadas.
As agressões, segundo a corporação, aconteciam com ferros de passar roupa, armas e facas. Os objetos eram usados para machucar os sequestrados até eles transferirem todo o dinheiro existente na conta bancária. Após conseguirem os valores financeiros, a organização começava a ameaçar os familiares e amigos próximos para conseguirem mais dinheiro, conforme explicou o titular da Delegacia Especializada Antissequestro (DAS), delegado Alysson Pereira Pequeno.
“Não dá para generalizar, mas tivemos casos onde a vítima ficou acorrentada, ficando obrigada a fazer trabalhamos domésticos, como capinar quintal, pintar as paredes, enquanto os criminosos faziam churrasco, faziam uma tortura psicológica dessa vítima, sem contar nas agressões que sofreu", detalhou
No imóvel, havia inclusive adolescentes, que ajudaram a dar ordens à vítima. Diante disso, os suspeitos também responderão por corrupção de menores.
Ainda segundo o delegado, os principais alvos do grupo eram homens com algum poder aquisitivo, de quem a associação tirava tanto dinheiro quanto pudesse antes de liberá-los. Os prejuízos, somados, ultrapassam mais de R$ 300 mil.
“No final de novembro de 2023, tivemos uma vítima que passou praticamente o final de semana sequestrada, sofreu intensa tortura por parte desses criminosos. Vítima que foi cortada a faca, queimada com ferro de passar, queimada com álcool, apanhou bastante desses criminosos. Foi vítima de extorsão, (junto com) a sua família, até conseguir ser liberada", complementou.
Após o início das investigações, a polícia foi descobrindo outros casos semelhantes. Já são quase 20 inquéritos, entretanto, o delegado avalia que há subnotificação de denúncias, tendo em vista que um dos criminosos chegou a admitir que fazia, em média, três ou quatro vítimas por semana.
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