A Polícia Civil procura pelo suspeito de assassinar a adolescente Raissa Da Silva Souza, de 15 anos, com um tiro na testa, no bairro Vila Prudêncio, em Cariacica, no dia 24 de abril. Ele é considerado foragido.
A Justiça expediu o mandado de prisão contra ex-namorado Guilherme Mamede Santos, a pedido da delegada Raffaella Almeida, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), pela qual o caso está sendo investigado.
De acordo com os familiares, Raissa decidiu terminar o namoro com Guilherme um dia antes do crime, o que causou a ira do ex-namorado. Ele teria enviado áudio e vídeo fazendo ameaças contra a adolescente.
Em um dos trechos do áudio que seria de Guilherme, ele dizia que iria encontrar a ex-namorada em qualquer lugar.
"Você pode ficar longe o tempo que for. Você pode sumir o tempo que for, parceira. Mas uma coisa que vou falar pra você: uma hora eu te acho, Raissa. Uma hora alguém aparece e diz 'eu vi Raissa em tal bairro, eu vi Raissa em tal lugar'", diz parte do áudio.
Em um outro momento, uma voz que parece ser da mesma pessoa continua: "Eu já falei com você, que você vai derramar sangue nosso por causa desse mal costume de meter o pé. Então, parceira, segura os voos. Você não está acreditando em mim, a notícia vai bater na sua porta. Desse jeito aqui, ó! Vai bater na sua porta a notícia. Pode ter certeza".
Raíssa passou a noite anterior ao crime na casa de parentes, na tentativa de se esconder de Guilherme. Já no sábado, ela seguiu para a casa dos pais, em Vila Velha, mas acabou sendo encontrada pelo rapaz. Familiares da adolescente afirmam que ele apareceu armado na residência e a obrigou a sair com ele.
Os dois foram então para a casa do tio de Raíssa, em Vila Prudêncio, onde ela foi assassinada.
"O tio falou que eles chegaram conversando. E o tio foi fazer um miojo. Os vizinhos viram que ela chegou três vezes na varanda, mas eles não sabiam de nada e não tinham como interferir. Aí eles escutaram o tiro e os dois saíram para fora", contou a avó de Raissa.
Segundo testemunhas, enquanto o tio de Raissa saiu para pedir ajuda para a sobrinha, Guilherme pedia ajuda para fugir.
A Polícia Militar foi chamada e acionou uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, ao chegar ao local, a equipe constatou que Raissa já estava morta.
No quintal da casa, os policiais localizaram uma arma semi-industrial com uma munição deflagrada. A arma foi entregue à Polícia Civil.
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso seguirá sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) como feminicídio.
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