O enterro do adolescente, de 16 anos, morto em confronto com a Polícia Militar, na noite de segunda-feira (30), em São Benedito, Vitória, aconteceu na manhã desta quarta-feira (2), no Cemitério de Maruípe, na Capital, e foi marcado por muita tensão. Durante o cortejo, pessoas que estavam no local lançaram um artefato explosivo em direção ao hangar do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer), que fica próximo ao local.
O explosivo caiu perto do caminhão de combustível que abastece as aeronaves e incendiou uma pequena área gramada, sendo o princípio de incêndio rapidamente apagado pelos militares que estavam no local.
Por conta disso, o Notaer acionou apoio da Polícia Militar, por meio do Ciodes (190), e policiais da Força Tática do 1º Batalhão, além de duas aeronaves, se dirigiram ao cemitério, para impedir outros ataques, já que o grupo permanecia no local.
Segundo a Polícia Militar, não houve danos aos equipamentos e nem feridos. A Polícia Científica (PCIES) foi acionada para periciar o material lançado no hangar e uma investigação será iniciada para identificar os autores do ato.
Conforme a Polícia Científica, no local foram identificados e coletados fragmentos de fogos de artifício próximos a uma das aeronaves, ao caminhão que armazena combustível e de um gramado, e que não há constatação de danos.
Procurada, o Notaer informou que foi acionado para sobrevoar a região do Bairro da Penha e entorno e também sobrevoou o cemitério de Maruípe por motivos de segurança, por conta do enterro do adolescente.
Ainda durante esta quarta-feira, no Bairro da Penha, policiais militares do Batalhão de Ações com Cães (BAC), em patrulhamento tático na região, apreenderam uma pistola calibre 9mm e 32 munições de mesmo calibre, dois carregadores, um rádio comunicador, três rojões, um isqueiro e R$ 65,00 em espécie. O material foi localizado com um adolescente de 16 anos.
Segundo a PM, os policiais viram o menor segurando um rádio comunicador e com uma arma de fogo na cintura, tentando se esconder em uma barbearia ao notar a presença policial. Imediatamente, as equipes foram ao local e abordaram o suspeito. Com ele, os militares encontraram o material apreendido.
Durante a condução do adolescente, aproximadamente 30 pessoas se aproximaram da viatura de forma hostil, sendo necessário solicitar o apoio da Força Tática no local.
O menor de 16 anos foi conduzido à Delegacia Especializada do Adolescente em Conflito com a Lei (Deacle).
A Polícia disse que a ocorrência está em andamento no plantão vigente e somente após a conclusão das oitivas é que haverá informações sobre o procedimento que será adotado pelo delegado da Central de Teleflagrante.
Após um confronto que terminou em morte em São Benedito, Vitória, algumas linhas de coletivos que passam pela região mudaram o trajeto: já são dois dias sem que eles subam no Bairro da Penha, por exemplo.
A Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES) informou, no início da tarde desta quarta-feira (2), que "as linhas afetadas são as 073, 173 e 184". Apesar de questionada, a pasta não detalhou se há previsão para a normalização do serviço. Leitores de A Gazeta reforçaram que a linha 074 também não está subindo no Bairro da Penha, desde a manhã de terça-feira (1º).
Para a TV Gazeta, o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, disse que "a inteligência está agindo o tempo inteiro contra a extorsão de comerciantes, toque de recolher, bloqueios ao acesso das pessoas. O Estado não pode deixar que eles dominem esses territórios".
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