Após matarem o empresário Gildomar Perin, de 60 anos, os suspeitos do crime gastaram o dinheiro da vítima e foram “curtir” o carnaval. A informação foi dada pelo titular da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori.
Ele contou os detalhes do homicídio que impressionou até mesmo os policiais envolvidos na investigação do caso.
Segundo o delegado, Gildomar, morador de Itarana, que fica na região Noroeste do Espírito Santo, tinha o costume de vir a Vitória aos fins de semana. O homem era proprietário de um apartamento no bairro Jardim Camburi.
Durante essas vindas, ele conheceu, há sete meses, um adolescente de 16 anos. O empresário passou a manter um relacionamento sexual com o menor de idade.
“Nessas vindas a Vitória, ele conheceu o adolescente e passou a realizar programas com ele. Foram sete meses e mais de 10 encontros entre eles. Em cada encontro, era pago R$ 300 ao adolescente. Essa quantia chamou atenção do adolescente e fez com que ele arquitetasse, com um jovem de 18 anos que morava com ele, para praticarem juntos um roubo”, contou o delegado.
Esse jovem de 18 anos é Kaike Teófilo da Silva, preso na terça-feira (21), com o veículo da vítima, na Ilha do Frade, em Vitória. Ele é de Angra dos Reis-RJ e há um mês veio ao Estado para manter uma relação amorosa com o adolescente e passou a morar com o menor e a família dele no bairro Carapina Grande, na Serra.
No sábado (18), Gildomar Perin veio para Vitória, para passar o carnaval. Ele se encontrou no mesmo dia com o adolescente e os dois passaram o período da tarde juntos.
Como de costume, a vítima buscou o menor de idade na residência dele e, por volta das 17h, o levou para casa. Chegando próximo à moradia do adolescente, o homem parou o carro e Kaike, que aguardava em um local próximo, se aproximou e anunciou o assalto simulando estar armado.
Kaike entrou no veículo e tomou a direção. O adolescente e a vítima foram para o banco de trás. Ele conduziu o carro em direção a Jacaraípe, no mesmo município. Durante o trajeto, a vítima permaneceu em silêncio e apenas pediu para não fazerem nada, chegando a propor parar em um caixa eletrônico, sacar dinheiro e dar aos suspeitos.
“No local do crime, Kaike tirou a vítima do carro, deu uma gravata nele e pegou um pedaço de madeira, que estava no local, e bateu na nuca da vítima. O adolescente também pegou a mesma madeira e deu outro golpe no rosto da vítima. Com ele já desacordado, eles jogaram o corpo de Gildomar em um barranco e fugiram com o veículo”, disse Sandi Mori.
Dois dias depois, no início da madrugada de terça-feira (21), o adolescente, junto com um terceiro suspeito, de 24 anos, compraram gasolina e atearam fogo no corpo de Gildomar para eliminar qualquer tipo de vestígio do crime.
Conforme consta na audiência de custódia do homem de 24 anos, identificado como Willian Alves Esteves, ele disse, em depoimento à polícia, que o menor de idade o abordou na rua, dizendo ter “um corpo que ele precisava tacar fogo”. O suspeito foi com o adolescente a um posto de combustível, que fica em Jacaraípe, onde compraram a gasolina.
Willian afirma que o adolescente prometeu pagamento para atear fogo, mas nunca recebeu.
Segundo o delegado, os suspeitos passaram o cartão de crédito da vítima em vários comércios durante o carnaval e chegaram a sacar R$ 900 da vítima para “curtirem”.
Na terça-feira (21), a Guarda Municipal de Vitória apreendeu o veículo de Gildomar Perin na Ilha do Frade, em Vitória. Kaike Teófilo da Silva acabou detido pelo Grupo Tático Operacional da Guarda durante a operação. Uma segunda pessoa, que estava com o suspeito no veículo da vítima, teve o envolvimento no crime descartado.
Após a prisão de Kaike, a polícia chegou até o adolescente, entregue à polícia pelos próprios pais. Durante a acareação entre os dois suspeitos, ambos confessaram o crime com riqueza de detalhes, inclusive, a participação de cada um.
Nessa quinta-feira (23), o adolescente levou a polícia até o corpo de Gildomar Perin, que foi encontrado carbonizado em uma área denominada "Eucaliptos", no bairro Jacaraípe.
“Aguardamos a conclusão do laudo cadavérico para saber a causa da morte, se foram os golpes de madeira ou o fogo", salientou o delegado.
Os jovens de 18 e 24 anos foram autuados por latrocínio, ocultação de cadáver e corrupção de menores. Eles já passaram por audiência de custódia e tiveram as prisões em flagrante convertidas para preventiva. O adolescente foi autuado por crime análogo a latrocínio e ocultação de cadáver.
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