Um técnico de enfermagem de 33 anos foi preso na sexta-feira (2) suspeito de estuprar uma paciente durante a aplicação de medicação após atendimento no pronto-socorro de um hospital particular, em Vitória. A vítima, de 22 anos, foi até o local acompanhada pelo noivo.
O nome do suspeito não foi informado pela polícia e a vítima não será identificada, como forma de preservá-la.
O noivo relatou à reportagem que foi impedido de entrar como acompanhante durante a consulta, seguindo norma do estabelecimento de saúde, o Hospital Unimed, na Avenida Leitão da Silva. O homem disse ainda que chegou a insistir para entrar, por achar que a noiva não estava em condições de ficar sozinha, pois tinha se sentido mal após tomar alguns medicamentos controlados.
Ainda de acordo com o noivo, depois da consulta médica, a paciente teve indicação para receber medicação intravenosa e, por isso, foi encaminhada para esse atendimento. Segundo a vítima relatou aos policiais militares – conforme consta no Boletim Unificado (BU) –, o técnico de enfermagem foi até ela dizendo que precisava aplicar uma medicação intramuscular no glúteo dela. Por isso, teria de levá-la para uma sala. Chegando ao local, conforme a vítima, o suspeito teria passado a mão nas suas partes íntimas e pedido para ver seus seios.
"Coincidentemente, eu entrei para tomar água e, neste momento que me avistou, ela entrou em desespero e aos prantos, dizendo que foi assediada pelo enfermeiro", relatou o noivo.
Nesse momento, o noivo chamou a polícia. Após a chegada da viatura, o suspeito foi levado para a Delegacia da Mulher. De acordo com informações do BU, as médicas do hospital informaram que não chegaram a receitar medicação intramuscular para a vítima.
Além das reclamações sobre a atuação do técnico de enfermagem e da proibição de entrada do noivo em uma das salas, a jovem afirmou à reportagem de A Gazeta que não foi procurada pela Unimed após o registro da ocorrência. "A Unimed disse que entrou em contato, mas nunca entraram em contato, nunca falaram comigo, nunca perguntaram como estou. Acredito que ficaram com medo de manchar o nome da empresa", relatou.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito, de 33 anos, foi conduzido à Delegacia de Plantão Especializado da Mulher (PEM), onde foi autuado em flagrante por estupro e encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV). A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que o técnico de enfermagem deu entrada no sistema prisional neste sábado (3). A reportagem tentou contato com a família do suspeito, mas não teve retorno.
Procurada a respeito do caso, a Unimed Vitória informou que, ao tomar conhecimento da ocorrência, iniciou imediatamente um processo de investigação para esclarecer os fatos. "A paciente em questão foi prontamente acolhida pela equipe e duas colaboradoras responsáveis pelo Pronto Atendimento foram até a delegacia para prestar todos os esclarecimentos e colaborar com a apuração dos fatos. A cooperativa está em contato com a paciente para prestar o apoio necessário", disse a cooperativa de saúde, por meio de nota.
Sobre o fato de o noivo não ter entrado com a vítima, a Unimed informou que o acompanhante não foi impedido de entrar com a paciente. "Tendo em vista que o Pronto Atendimento é referência para o tratamento da Covid-19, a unidade segue a Nota técnica GVIMS/GGTES, da Anvisa, atualizada em maio de 2023. Em função dessa norma, o acompanhante foi orientado a aguardar a paciente, mas não proibido de entrar", acrescentou, por nota.
A cooperativa completa a nota dizendo que reafirma o seu compromisso de prestar um atendimento de excelência aos seus clientes. "Comportamentos que não estejam de acordo com as normas, princípios e valores da cooperativa não serão tolerados", finaliza.
A reportagem voltou a procurar a Unimed Vitória na manhã desta segunda-feira (5) sobre a reclamação feita pela vítima de que a instituição não teria a procurado após o registro da ocorrência. O texto será atualizado assim que houver um retorno.
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