A Polícia Civil concluiu que Edson Faria dos Santos foi assassinado no dia 5 deste mês devido a uma tensão entre o advogado criminalista e traficantes do bairro Nova América, em Vila Velha. As investigações da corporação apontaram que os criminosos atribuíram ao profissional a prisão de uma mulher ligada ao tráfico e a situação piorou após o homem ter efetuado disparos para cima no condomínio.
O titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Tarik Souki, explicou que a prisão de um dos suspeitos de ter assassinado o advogado ocorreu durante operação chamada ex vi legis (em virtude da lei, em latim) — que aconteceu nos bairros Nova América, onde ocorreu o crime, e Vasco da Gama, em Cariacica.
O nome do suspeito preso, um jovem de 21 anos, não foi revelado e há um segundo envolvido, identificado como Vitor Lopes da Conceição, de 20 anos, conforme apuração de A Gazeta. Contra o jovem, consta um mandado de prisão em aberto, expedido no último dia 17 pela 4ª Vara Criminal de Vila Velha.
O delegado Tarik Souki explicou que a mulher foi presa com drogas dentro do condomínio onde a vítima morava, no bairro Nova América, em Vila Velha.
"As investigações apontaram que já havia uma animosidade entre Edson e narcotraficantes da região. Isso aumentou quando, em 10 de outubro de 2022, foi presa uma mulher naquele condomínio. Sob a posse dela havia uma grande quantidade de entorpecentes. Os narcotraficantes atribuíram essa prisão ao advogado, acirrando os ânimos ainda mais", afirmou o titular da DHPP de Vila Velha.
O apartamento da mulher era utilizado pelo grupo criminoso ao qual pertencem os suspeitos da morte do advogado para o tráfico de drogas, segundo as investigações.
No dia do assassinato, o advogado efetuou disparos de arma de fogo para o alto, logo na entrada do condomínio. A razão da ação do homem, no entanto, ainda não foi identificada pela Polícia Civil. O fato é que a atitude aumentou a tensão com os traficantes da localidade.
"Ele voltou de uma confraternização, por volta das 18h30, e as investigações apontam que quando ele chegou em seu condomínio, efetuou disparos de arma de fogo para o alto. Esse comportamento não agradou esses narcotraficantes, que foram até o apartamento de Edson e passaram a ter uma discussão o advogado", explicou Tarik Souki.
O condomínio ao qual o delegado se refere não conta com porteiro e as entradas são de livre acesso de traficantes.
Após a discussão, os indivíduos desceram e depois retornaram ao condomínio, chamando pelo Edson. "O advogado pegou sua pistola 9 mm, colocou na cintura, pegou dois carregadores e desceu para conversar com eles. Porém, quando chegou na portaria, foi surpreendido pelos assassinos, que efetuaram diversos disparos de arma de fogo, com pistola calibre 380 e, ainda, levaram a arma do advogado, deixando somente os dois carregadores", contextualizou o delegado.
O delegado Tarik Souki destacou ainda que o advogado tinha apenas a posse de arma, não podendo ter efetuado os disparos, tampouco ter saído do apartamento com o dispositivo.
As investigações apontam que os suspeitos de cometer o crime moravam a 230 metros do condomínio do advogado e viam nele uma ameça ao tráfico da localidade.
O preso, de 21 anos, e o comparsa Vitor Lopes da Conceição, de 20 anos, atuaram juntos na ação criminosa, segundo a Polícia Civil, mas ainda não há a confirmação de quem atirou. O suspeito localizado na operação negou envolvimento com o crime e a Polícia Segue na procura de Vitor.
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