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Tensão com traficantes motivou morte de advogado criminalista em Vila Velha

Tensão com traficantes motivou morte de advogado criminalista em Vila Velha

Polícia Civil prendeu suspeito de envolvimento no crime durante uma operação e o segundo segue foragido; Edson Faria dos Santos, de 38 anos, foi morto no último dia 5

Publicado em 22 de novembro de 2022 às 12:11

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Edson Faria dos Santos, de 38 anos, assassinado em Vila Velha
Edson Faria dos Santos, de 38 anos, assassinado em Vila Velha. (Arquivo pessoal)

A Polícia Civil concluiu que Edson Faria dos Santos foi assassinado no dia 5 deste mês devido a uma tensão entre o advogado criminalista e traficantes do bairro Nova América, em Vila Velha. As investigações da corporação apontaram que os criminosos atribuíram ao profissional a prisão de uma mulher ligada ao tráfico e a situação piorou após o homem ter efetuado disparos para cima no condomínio. 

O titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Tarik Souki, explicou que a prisão de um dos suspeitos de ter assassinado o advogado ocorreu durante operação chamada ex vi legis (em virtude da lei, em latim) — que aconteceu nos bairros Nova América, onde ocorreu o crime, e Vasco da Gama, em Cariacica.

O nome do suspeito preso, um jovem de 21 anos, não foi revelado e há um segundo envolvido, identificado como Vitor Lopes da Conceição, de 20 anos, conforme apuração de A Gazeta. Contra o jovem, consta um mandado de prisão em aberto, expedido no último dia 17  pela 4ª Vara Criminal de Vila Velha.

Vitor Lopes da Conceição, de 20 anos, foragido e suspeito da morte do advogado criminalista Edson Faria dos Santos
Vitor Lopes da Conceição, de 20 anos, foragido e suspeito da morte do advogado criminalista Edson Faria dos Santos. (Reprodução)

O delegado Tarik Souki explicou que a mulher foi presa com drogas dentro do condomínio onde a vítima morava, no bairro Nova América, em Vila Velha.

"As investigações apontaram que já havia uma animosidade entre Edson e narcotraficantes da região. Isso aumentou quando, em 10 de outubro de 2022, foi presa uma mulher naquele condomínio. Sob a posse dela havia uma grande quantidade de entorpecentes. Os narcotraficantes atribuíram essa prisão ao advogado, acirrando os ânimos ainda mais", afirmou o titular da DHPP de Vila Velha.

O apartamento da mulher era utilizado pelo grupo criminoso ao qual pertencem os suspeitos da morte do advogado para o tráfico de drogas, segundo as investigações. 

Advogado efetuou disparos para cima 

No dia do assassinato, o advogado efetuou disparos de arma de fogo para o alto, logo na entrada do condomínio. A razão da ação do homem, no entanto, ainda não foi identificada pela Polícia Civil. O fato é que a atitude aumentou a tensão com os traficantes da localidade. 

"Ele voltou de uma confraternização, por volta das 18h30, e as investigações apontam que quando ele chegou em seu condomínio, efetuou disparos de arma de fogo para o alto. Esse comportamento não agradou esses narcotraficantes, que foram até o apartamento de Edson e passaram a ter uma discussão o advogado", explicou Tarik Souki.  

O condomínio ao qual o delegado se refere não conta com porteiro e as entradas são de livre acesso de traficantes.

Após a discussão, os indivíduos desceram e depois retornaram ao condomínio, chamando pelo Edson. "O advogado pegou sua pistola 9 mm, colocou na cintura, pegou dois carregadores e desceu para conversar com eles. Porém, quando chegou na portaria, foi surpreendido pelos assassinos, que efetuaram diversos disparos de arma de fogo, com pistola calibre 380 e, ainda, levaram a arma do advogado, deixando somente os dois carregadores", contextualizou o delegado.

O delegado Tarik Souki destacou ainda que o advogado tinha apenas a posse de arma, não podendo ter efetuado os disparos, tampouco ter saído do apartamento com o dispositivo. 

Suspeito preso e outro foragido 

As investigações apontam que os suspeitos de cometer o crime moravam a 230 metros do condomínio do advogado e viam nele uma ameça ao tráfico da localidade. 

O preso, de 21 anos, e o comparsa Vitor Lopes da Conceição, de 20 anos, atuaram juntos na ação criminosa, segundo a Polícia Civil, mas ainda não há a confirmação de quem atirou. O suspeito localizado na operação negou envolvimento com o crime e a Polícia Segue na procura de Vitor. 

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