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Tensão em Vitória: o que mudou e elevou a violência no Bairro da Penha

Tensão em Vitória: o que mudou e elevou a violência no Bairro da Penha

Quatro mortes foram registradas na região em uma semana – todos após confronto com a Polícia Militar; escalada de violência tem um motivo claro, segundo a corporação

Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 08:34

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Bairros da Penha, Bonfim e São Benedito
Região do Bairro da Penha, em Vitória, tem sido palco frequente de conflitos armados com mortes. (Fernando Madeira)

No curto período de uma semana, ao menos quatro mortes ocorreram na região do Bairro da Penha, em Vitória. Com medo, moradores convivem ainda mais em meio ao fogo cruzado entre a Polícia Militar e traficantes, cujas facções rivais ainda disputam entre si. Mas o que está causando tamanha escalada da violência na região?

Nessa segunda-feira (29), houve mais um intenso tiroteio na comunidade, que terminou na morte de um homem. Três dias antes, em 26 de janeiro, mais dois suspeitos acabaram baleados e não resistiram aos ferimentos após um confronto com a polícia. Já no último dia 22, um jovem de 24 anos, identificado como Maxsuelder Coelho Etienne, também se tornou vítima. 


Segundo o comandante-geral da PM, coronel Douglas Caus, o acirramento dessa 'guerra' começou em outubro do ano passado. Os confrontos, atualmente, ocorrem entre o Primeiro Comando de Vitória (PCV) e o Terceiro Comando Puro (TCP). 

"Nós tivemos o início de um conflito entre o PCV, que pega ali o 'Complexo da Penha', rivalizando com o Morro do Macaco e Tabuazeiro, além de um pedaço de Andorinhas, que é do TCP. Temos informações da inteligência, da troca com as polícias Civil e Federal, e tudo indica que se trata de uma disputa por território", destacou Caus. 

Douglas Caus
Douglas Caus, comadante-geral da PMES. (Carlos Alberto Silva)

E, afinal, o que isso significa? O comandante-geral explicou à reportagem de A Gazeta que existe uma briga pela tomada de pontos de venda de drogas em Vitória. "Alguns pontos chegam a arrecadar, por dia, mais de R$ 50 mil. Imagine conseguir pegar nove, dez bocas de fumo. É uma disputa por lucro", estimou.

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As ações dessas facções geram homicídio, tentativa de homicídio e troca de tiros com a força policial

Coronel Douglas Caus
Comandante-geral da PM
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Mas esse cenário, um dia, já foi bem diferente, segundo o coronel. "Havia entre eles uma convivência pacífica. Mesmo que bairros das duas facções fizessem limite entre si, elas não se enfrentavam. Passaram a se confrontar a partir de outubro, o que aumentou a violência nessa região", entatizou.

O que teria provocado essa "discórdia" entre TCP e PCV, porém, ainda está sendo investigado pelas forças de segurança.

Confrontos

Apesar do novo contexto na região, é possível observar que todas as últimas mortes na comunidade ocorreram em confronto com a polícia. Questionado sobre o assunto, o comandante Douglas Caus alegou que as ocorrências citadas exigiram "o uso da legítima defesa". 

"O ato de atirar para se defender, usando a legalidade, usando equipamentos necessários, é uma prerrogativa das forças de segurança. Não existe violência policial. Existe agressão de traficantes contra a força policial. A polícia, quando reage, não é violência policial. É legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e uso progressivo da força", defendeu.

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Continuaremos tentando derrubar as facções. Por isso, acontecem os confrontos

Coronel Douglas Caus
Comandante-geral da PM
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Medidas

Para amenizar a violência na região, a PM pontuou que tomou algumas medidas. Confira abaixo os tópicos destacados pelo coronel Douglas Caus:

Protesto por paz

Pouco após a morte desta segunda (29) no Bairro da Penha, manifestantes tomaram a Avenida Leitão da Silva, também na Capital capixaba, para pedir por paz. Em conversa com o repórter João Brito, da TV Gazeta, eles criticaram as ações da PM, afirmando que cometem excessos durante operações e patrulhamentos de rotina.

Protesto na Avenida Leitão da Silva, em Vitória(Ricardo Medeiros)

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