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Tirolesa segue interditada dois meses após morte de engenheiro no ES

Tirolesa segue interditada dois meses após morte de engenheiro no ES

Perícia feita no equipamento e na estrutura no Morro do Moreno ainda não foi concluída pela Polícia Civil. Nenhuma pessoa foi detida até o momento e não há prazo para que a tirolesa volte a operar

Publicado em 8 de julho de 2021 às 12:52

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Crea - ES realiza vistoria nas bases da tirolesa do Morro do Moreno, em Vila Velha, para apurar acidente que causou a morte do engenheiro João Paulo Sampaio dos Reis
A tirolesa foi vistoriada pelo Crea-ES e está interditada desde que o acidente foi registrado no dia primeiro de maio . (Fernando Madeira)

No último dia primeiro, o trágico acidente na tirolesa do Morro do Moreno, em Vila Velha, que vitimou o engenheiro civil João Paulo Moreira dos Reis, completou dois meses sem que as causas tenham sido apontadas pela perícia. Desta forma, o equipamento segue interditado e não há prazo para que volte a operar.

Em resposta à reportagem, a Polícia Civil, responsável pela investigação e trabalhos periciais, explicou que o caso está com a Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, que aguarda os resultados de laudos periciais realizados na tirolesa. "Até o momento, não há detidos e, outras informações não serão repassadas para preservar a apuração do incidente", disse a PC por meio da própria assessoria.

Vila velha
O engenheiro Civil João Paulo Reis morreu ao se acidentar na tirolesa do Morro do Moreno, em Vila Velha. (Arquivo pessoal)

Nos dias seguintes após o acidente em 1º de maio, uma força-tarefa que incluiu não apenas a Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Conselho Regional de Engenharia e Agonomia (Crea-ES), foi realizada nos equipamentos utilizados pelo engenheiro ao descer na tirolesa, na estrutura do local e ainda varreduras nas trilhas e mata, onde fragmentos de cintas foram encontrados. O material foi recolhido para análise e eventualmente identificar se era parte do utilizado por João Paulo. Nada nesse sentido, porém, foi comprovado ou descartado até o momento pelas autoridades.

Como dois dos três sócios da empresa responsável pela tirolesa são militares dos Bombeiros, a reportagem demandou a corporação para saber sobre a sindicância aberta para apurar o caso. A reposta, por meio de nota, foi que a sindicância continua em andamento na corregedoria e poderá resultar na instauração de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), dependendo da conclusão.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o prazo para a conclusão da sindicância terminou no dia 3 de julho, e foi prorrogado por mais 20 dias, ou seja, até  o próximo dia 23. "Durante esta fase da apuração, os militares permanecem desempenhando suas funções", concluiu, em nota.

O QUE DISSE A PREFEITURA

Na época do acidente, a Prefeitura de Vila Velha salientou que a empresa possuía autorização para operar a tirolesa no Morro do Moreno. Em nota, a PMVV explicou que a situação não se alterou e que a mesma segue liberada para operar no espaço.

173 metros
É a altura no ponto mais alto da tirolesa

"A Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria de Meio Ambiente informa que não é competência do município interditar a empresa pelo fato ocorrido, por se tratar de uma questão de segurança. A empresa possui autorização da Prefeitura para a atividade, pois o cnae da mesma não exige licença ambiental, além de não estar prejudicando a flora e fauna local. Entretanto, sobre o fato ocorrido, ele passa pela investigação da Polícia Civil, além de avaliações feitas pelo Crea e Corpo de Bombeiros", comunicou a administração municipal.

INVESTIGADOS

Das três pessoas identificadas como proprietárias da empresa, dois são bombeiros militares do Espírito Santo. Um deles, inclusive, trabalhava na tirolesa no momento em que o engenheiro civil se acidentou. Na época, a assessoria da corporação explicou que a situação deles seria analisada mediante a instauração de um processo administrativo disciplinar, e salientou ser permitido que integrantes exerçam atividades empresariais na condição de cotistas paralelamente à profissão.

Vestígio que pode ser de algum acessório ou vestimenta utilizada por engenheiro que morreu em tirolesa (Fernando Madeira)

Após mais de dois meses, a avaliação interna segue sem uma conclusão. Por nota, os Bombeiros informaram que a sindicância instaurada na Corregedoria continua em andamento. A reportagem questionou se existe um prazo de conclusão e se os militares seguem desempenhando as atividades rotineiras na corporação, mas nada foi esclarecido até o momento.

A reportagem também acionou o Crea-ES, mas ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia não se pronunciou sobre o caso até a publicação desta matéria.

A TIROLESA

O empreendimento foi inaugurado em dezembro de 2019. O topo tem uma altura de 173 metros acima do nível do mar e o ponto de chegada tem 95 metros. A descida tem um percurso de 500 metros, e ocorre em duas partes. A primeira, de 100 metros, é guiada. Ela sai da Praça das Antenas, com um posto de parada. A segunda etapa tem 400 metros de descida e pode chegar a 35 km/h. Nesta fase, um paraquedas controla a direção e velocidade até o fim, na Pedra da Testa.

O acidente aconteceu nos primeiros 100 metros, segundo Giuliano Battisti, gerente de Relacionamento Institucional do Crea-ES.

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