Após intensos tiroteios que deixaram moradores de bairros do entorno do Centro de Vitória desesperados entre a noite de segunda-feira (18) e a madrugada desta terça-feira (19), o coronel Marcio Celante Weolffel, secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, afirmou que o policiamento na região está reforçado por tempo indeterminado, com apoio do Batalhão de Missões Especiais (BME) e do Batalhão de Ações com Cães.
Em entrevista ao vivo durante o ES1, da TV Gazeta, Celante disse que o reforço começou ainda na madrugada. "O comando da Polícia Militar já está com o efetivo disponível e trabalhando 24h (na região dos tiros). O que vamos fazer é, com as forças especializadas – o Batalhão de Missões Especiais e o de Ações com Cães –, dar um apoio e reforço maior nessas comunidades. Já iniciamos pela parte da madrugada (o reforço). Mas, enquanto for necessária a saturação naquele local, assim vamos fazer."
Os confrontos armados foram registrados em quatro comunidades da região central da Capital: Piedade, Alagoano, Moscoso e Cabral, deixando aterrorizado também quem mora em bairros do entorno.
De acordo com apuração da repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, os disparos que tiraram o sono e geraram pavor em moradores foram em razão de um confronto entre facções criminosas rivais, que dominam o tráfico de drogas em diferentes comunidades da Grande Vitória.
O secretário ainda explicou que o efetivo das polícias é direcionado de acordo com a necessidade de cada região. "Todo o efetivo da PM tem a sua distribuição baseada em estudos de inteligência, ocorrência e estatísticas. As ações qualificadas de prevenção acontecem no dia a dia, com a presença da polícia. Mas quando há uma ocorrência como essa da madrugada requer um efetivo maior para dar tranquilidade a essa comunidade", disse.
Traficantes das comunidades do Romão e do Alagoano teriam invadido as comunidades do Moscoso e do Cabral e promoveram um ataque, disparando várias vezes contra os rivais. Até o momento, não há registro de vítimas. A repórter Daniela Carla esteve no Cabral, na manhã desta terça-feira, e foi ameaçada por um homem, que a obrigou a sair do local.
"Infelizmente houve essa ocorrência. Não podemos tolerar esse tipo de violência e ação contra os profissionais da imprensa. A liberdade de imprensa tem que ser respeitada e pode ter certeza que nosso trabalho visa não somente a segurança do morador, mas também dos profissionais que ali estavam trabalhando, como os da TV Gazeta", declarou o secretário.
Questionado sobre as possíveis soluções para o problema, Celante disse que o caso é complexo: "Não tenho uma resposta simples para os problemas da segurança pública. Então a dinâmica de atuação das polícias se dá através da inteligência, integração, mas um ponto muito importante é a participação ativa da comunidade. Quem conhece os problemas daquela comunidade são os moradores".
Ele pediu ajuda da população com informações. "Temos uma ferramenta muito importante que é o Disque-Denúncia 181. É importante a participação das polícias, população, dos meios de comunicação. Mas é preciso entendermos que somente a presença policial não dará conta de resolver um problema tão complexo. Dessas informações que recebemos, somente no ano de 2021 foram mais de 4.100 armas apreendidas no Estado, média de doze armas apreendidas por dia. Frutos de um trabalho de inteligência e participação ativa da comunidade."
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