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'Topo nosso plano': a cronologia do furto de R$ 1,5 milhão do BB no ES

'Topo nosso plano': a cronologia do furto de R$ 1,5 milhão do BB no ES

Homem alegou que os valores seriam provenientes da venda de um imóvel e de sua rescisão contratual com o banco; mulher disse que era frentista em um posto de gasolina

Publicado em 26 de novembro de 2024 às 10:20

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Eduardo Barbosa Oliveira, de 43 anos, e Paloma Duarte Tolentino, foram presos pelo furto de R$ 1,5 milhão em agência do Banco do Brasil em Vitória
Eduardo Barbosa Oliveira, de 43 anos, e Paloma Duarte Tolentino, foram presos pelo furto de R$ 1,5 milhão em agência do Banco do Brasil em Vitória. (Reprodução)
Felipe Sena
Repórter / [email protected]

Presos há uma semana, Eduardo Barbosa Oliveira, de 43 anos, e Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos, são suspeitos de furtar R$ 1,5 milhão de uma agência do Banco do Brasil, em Vitória, no Espírito Santo. Semanas antes de serem detidos, no Rio Grande do Sul, o casal fez uma postagem em uma rede social: "Topo nosso plano". Presos, eles deram diferentes versões para tentar ocultar a origem do dinheiro, conforme as investigações.

No dia 15 de novembro, três dias antes do furto, no momento de comprar um veículo para a fuga, Paloma tentou fazer um pagamento à vista de R$ 74 mil, mas a loja não aceitou o montante em dinheiro, e funcionários estranharam o fato dela ter dito que era empregada doméstica.

Ela, então, foi até a agência Estilo, que fica na Praia do Canto, em Vitória — a mesma onde o companheiro, Eduardo, trabalhava — para depositar o dinheiro e fazer a compra do veículo. Um funcionário da concessionária disse à polícia que, nesse momento, Paloma fingiu não conhecer Eduardo.

Ao serem abordados pela PRF, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, no dia 18 de novembro, o casal apresentou versões conflitantes para justificar a origem do dinheiro encontrado com eles. Eduardo alegou que os valores seriam provenientes da venda de um imóvel e de sua rescisão contratual com o banco onde trabalhava. Já Paloma disse que era frentista em um posto de gasolina e que teria comprado à vista o veículo utilizado na fuga.

Além da grande quantidade de dinheiro em espécie encontrada com eles, os agentes encontraram 14g de skunk, uma variação de droga mais potente que maconha, que Paloma disse ser dela. Imagens obtidas pela reportagem do g1-ES (veja abaixo) com fontes da PRF mostram material que foi apreendido. Em uma delas, é possível ver que havia dinheiro escondido até embaixo do estepe do carro. 

Dinheiro apreendido com casal suspeito de furto milionário ao Banco do Brasil(Polícia Rodoviária Federal)

A cronologia

Quinta-feira - 24 de outubro

  • Paloma fez a sua última publicação nas redes sociais antes de ser presa. Ela postou um vídeo do casal com a legenda “Eu amo você e topo o nosso plano”;
  • Na publicação, o casal aparece rindo em um momento de descontração, ao som de uma música chamada “Nosso plano”.

Na legenda do vídeo, Paloma escreveu
Na legenda do vídeo, Paloma escreveu "eu amo você e topo nosso plano". (Reprodução)

Quinta-feira - 14 de novembro

  • Paloma tentou comprar um carro de R$ 74 mil em dinheiro. A loja não aceitou e funcionários estranharam que ela disse ser doméstica;
  • Sendo obrigada a realizar um depósito para conseguir concluir a compra, a mulher foi até a agência onde o marido trabalhava, por volta das 15h14, mas fingiu não conhecê-lo, segundo o vendedor do veículo;
  • No mesmo dia, imagens de câmeras de segurança da agência divulgadas pela Polícia Civil mostram a movimentação de Eduardo, no fim do expediente;
  • Por volta das 17h, o homem saiu da agência com uma caixa de papelão nas mãos; segundo a polícia, dentro da caixa estava o dinheiro furtado da tesouraria;
  • Em algum momento antes de deixar o trabalho, Eduardo trocou a senha do cofre da agência.

Sexta-feira - 15 de novembro

  • Eduardo não foi trabalhar, não atendeu e nem respondeu às tentativas de contatos dos colegas de trabalho.

Sábado - 16 de novembro

  • Segundo a Polícia Civil, o casal fez a mudança do apartamento onde morava, em Vitória;
  • Neste dia, Eduardo entregou R$ 20 mil à ex-mulher para quitar uma dívida.

Segunda-feira - 18 de novembro (dia da prisão)

  • Eduardo não foi trabalhar novamente e os colegas seguiram sem conseguir contato. A gerente da Agência Central do Banco do Brasil, em Vitória, procurou a polícia e registrou um Boletim de Ocorrência (BO);
  • Policiais foram até a Agência Estilo, na Praia do Canto, bairro nobre da capital, e identificaram através das imagens das câmeras a conduta suspeita do casal no dia 14;
  • Descobriram que os R$ 74 mil foram utilizados para adquirir um carro, foram à concessionária onde Paloma fez a compra e conseguiram identificar o modelo e a placa do automóvel;
  • As informações foram compartilhadas com a PRF, e o casal foi preso em menos de três horas após a denúncia;
  • Não foi divulgado quando Eduardo e Paloma saíram de Vitória, mas, a dupla foi detida pela PRF, no Rio Grande do Sul, após dirigir por 2200 km, de Vitória até Santa Cruz, cidade gaúcha;
  • Ao serem presos, os dois estavam a aproximadamente 247 km da fronteira do Brasil com o Uruguai, destino traçado para a fuga;
  • No porta-luvas do veículo, dentro de uma nécessaire, foram encontrados 14g de skunk, que a passageira disse ser dela;
  • Quanto aos valores encontrados, o condutor informou ser a origem da venda de um imóvel e da rescisão contratual com o banco em que trabalhava;
  • A passageira, indagada sobre o mesmo assunto, informou ser uma ‘economia’ somada à venda de um imóvel. Disse que trabalhava como frentista em um posto de combustíveis e afirmou, ainda, ter comprado o veículo no qual se deslocavam à vista;
  • O dinheiro foi encontrado em uma mala, mas também espalhado pelo veículo, como maços de notas de dólares escondidos no pneu estepe. As cédulas e o veículo foram apreendidos;
  • A dupla levava um gato e um cachorro, que foram encaminhados para uma ONG, para para receberam cuidados provisórios.

Terça-feira - 19 de novembro 

  • O casal foi autuado por receptação, furto continuado e tentativa de evasão de divisas e teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia.

O casal

Eduardo Barbosa era funcionário concursado e trabalhava no banco há 12 anos. Antes de ser preso, ele desempenhava o cargo de gerente de módulo (antigo tesoureiro) na Agência Estilo, na Praia do Canto, em Vitória, bairro nobre da capital.

Nas redes, o perfil de Eduardo diz que já trabalhou no Banestes. O g1 procurou a instituição capixaba para confirmar a informação e saber detalhes do período em que o funcionário fez parte do banco e função desempenhada. O banco informou que “conforme as determinações da Lei Geral de Proteção de Dados e demais definições jurídicas, o Banestes não fornece esse tipo de informação à imprensa”.

Em uma publicação, o homem disse que estava casado com Paloma desde dezembro de 2023. Não há informações sobre a profissão de Paloma. O casal está preso no Rio Grande do Sul, mas deve ser transferido para o Espírito Santo em data que não foi divulgada. A reportagem tenta contato com a defesa dos suspeitos, mas não havia obtido retorno até a atualização mais recente desta reportagem.

Relembre o caso

Um casal capixaba – um homem de 43 anos, identificado como Eduardo Barbosa de Oliveira, funcionário do Banco do Brasil, e Paloma Duarte Tolentino, de 29 – foi preso no Rio Grande do Sul, na tarde segunda-feira (18), com R$ 1,5 milhão em dinheiro furtados de uma agência do banco no Espírito Santo, conforme informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Estado sulista. Segundo a corporação, eles estavam em um Jeep Renegade fugindo para o Uruguai.

Ao todo, os agentes contabilizaram R$ 763.438, € 70.700,00 (euros) e US$ 41.940,00 (dólares) com o casal. O dinheiro teria sido furtado de uma agência Estilo do Banco do Brasil, que fica no bairro Praia do Canto, em Vitória (ES), onde trabalha o homem de 43 anos, que estava na direção do carro. O casal foi preso e as cédulas foram apreendidas. A corporação disse que os valores serão devolvidos ao banco.

Matéria produzida com informações do g1ES.

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