Um encontro entre membros de gangues rivais ligadas ao tráfico de drogas no bairro Central Carapina, na Serra, terminou com um traficante baleado, na noite de quarta-feira (23), durante uma carreata do candidato à prefeitura da cidade Pablo Muribeca (Republicanos). Após a confusão, o ato de campanha do atual deputado estadual, que contava com a presença do prefeito reeleito de Vitória, Lorenzo Pazolini, do mesmo partido, foi interrompido. A Polícia Civil (PC) autuou em flagrante o homem baleado por disparos de arma de fogo em via pública e investiga quem seria o autor do tiro que o atingiu.
De acordo com a PC, em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (24), dois membros da gangue da Favelinha que estavam em uma bicicleta avistaram um membro da gangue da Vala, no local em que a carreata do Republicanos transitava, em Central Carapina. Ao verem o rival, os dois criminosos teriam ido em direção a ele, com intenção de matá-lo, segundo relato de um dos suspeitos à polícia.
Quando se aproximavam do alvo, um dos suspeitos teria sido impedido por um dos apoiadores da campanha de Muribeca, que teria reagido ao vê-lo caminhar armado entre os participantes da carreata. Após conseguir se soltar, o homem efetuou disparos para o alto para fugir.
Durante a fuga, o traficante armado acabou atingido por um tiro na perna. A polícia trabalha com a hipótese de o disparo que atingiu o suspeito tenha sido feito por um dos integrantes da carreata do deputado.
"[O tiro] partiu possivelmente de alguém que estava ali na comitiva. Nós estamos investigando e vamos identificar de onde saiu esse disparo que atingiu a perna desse indivíduo, que a princípio estava ali no local para matar um inimigo e não qualquer membro daquela comitiva", afirma o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra.
Em depoimento à polícia nesta quinta-feira, Pablo Muribeca contou que três ou quatro pessoas que participavam da carreata em Central Carapina na noite de quarta estariam armadas. O candidato, entretanto, não apontou quem seriam essas pessoas.
Após o ocorrido, Muribeca registrou um boletim de ocorrência na 3ª Delegacia Regional da Serra e emitiu uma nota, lamentando o ocorrido.
Após os disparos na carreata, a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência e, em seguida, informou a Polícia Civil. Investigadores foram, então, ao Hospital Jayme dos Santos Neves, também na Serra, onde um homem havia dado entrada com um ferimento de arma de fogo na perna. Ao ser ouvido no local, o suspeito confessou aos policiais que estava área em que a carreata acontecia e que pretendia matar o membro da gangue rival.
"Em nenhum momento quis atentar contra o deputado ou qualquer membro da comitiva. Ele confessa que efetuou os disparos de arma de fogo na tentativa de fugir. Por estar com uma arma ilegal e efetuar disparos de arma de fogo, ele foi autuado em flagrante pelo crime de disparo com arma de fogo", disse o delegado.
Após ter sido autuado, o homem, que já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas, teve uma fiança arbitrada em R$ 10 mil. Até a tarde desta quinta-feira, a quantia não havia sido paga, e o suspeito continuava sob custódia da polícia.
O prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), que é aliado de Muribeca e também estava presente na carreata, também deverá ser ouvido pela polícia, como testemunha do ocorrido. A previsão é que isso aconteça nesta sexta-feira (25).
Na noite desta quinta-feira, Muribeca divulgou um vídeo em suas redes sociais, agradecendo as forças de segurança pela elucidação do caso.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta