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Traficantes do ES fazem 'pó virado' em piscina para render cocaína; vídeo

Traficantes do ES fazem 'pó virado' em piscina para render cocaína; vídeo

Até fermento químico, pó de mármore e crack triturado eram misturados à cocaína; segundo delegado, a maioria dos pontos de droga no Espírito Santo vende o chamado 'pó virado'

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 13:53

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Felipe Sena
Repórter / [email protected]

Durante a Operação Killers, que teve 14 investigados denunciados à Justiça, entre eles um policial militar que repassava a criminosos informações estratégicas, a Polícia Civil desmantelou uma organização do tráfico de drogas que misturava crack moído, ácido bórico, fermento químico, remédios e até pó de mármore à cocaína para render o entorpecente, que depois era vendido por traficantes aos usuários no Espírito Santo. O chamado 'pó virado' era uma das fontes de renda do grupo, informou a corporação em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (15).

Em vídeo divulgado pela corporação (veja acima) é possível ver os criminosos fazendo o preparo de cerca de 100 kg de 'pó virado'. "A gente tem confirmação de que o chefe(Dadá) fazia compras na casa dos R$ 2 milhões de drogas. Ele trazia essa droga de São Paulo, da região de Paraisópolis na capital paulista", destacou o coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), delegado Alan Moreno de Andrade.

Segundo o delegado, o 'pó virado' é comum no Estado. "No Espírito Santo poucas bocas de fumo vendem efetivamente a cocaína em si, por ser muito cara. Para abaixar os custos e atingir o maior número de usuários possível, eles diminuem a qualidade da droga. Usam o crack, que é um derivado da cocaína, e misturam isso com outras drogas e outros elementos para fazer o pó virado e vender aos usuários", explicou o coordenador do Ciat.

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Geralmente a proporção é de um para cinco: um kg de crack com 5 kg de outro produto, e fazem o 'pó virado'

Delegado Alan Moreno de Andrade
Coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat)
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A organização chefiada por Dadá lucrava com a venda do pó virado. "Em um áudio a gente consegue ouvir o Adair ensinando como ele faz a famosa receita dele de boa virada. Temos uma estimativa que eles giravam em torno de R$ 2 milhões a 5 milhões por mês", destacou Alan. 

Operação Killers

A Polícia Civil divulgou, nesta quarta-feira (15), os resultados da Operação Killers, que desmantelou uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e armas em Cariacica e Vila Velha, tendo conexões com outros municípios da Grande Vitória. As investigações, conduzidas pelo Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat) com apoio da Subsecretaria de Inteligência (SEI), resultaram no indiciamento de 14 pessoas, denunciadas pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) à Justiça. Durante a ação, um soldado da Polícia Militar foi preso por repassar informações estratégicas a traficantes.

A organização era liderada por Adair Fernandes da Silva, o Dadá, que comandava as operações do bairro Flexal II, em Cariacica. Dadá tinha como braço direito Gideon da Silva Jorge, o Caveirinha, responsável pela gestão financeira e pela distribuição de drogas como cocaína e crack, que morreu em confronto com a polícia no domingo (12).

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