Com lucro que pode chegar a até R$ 100 mil por noite, os bailes clandestinos na Grande Vitória estão na mira da Polícia Militar. O objetivo é reduzir o comércio de drogas realizados nestes eventos e conseguir desfalcar o bolso dos traficantes.
As festas são grandes locais de comércio. Temos registros até de bailes que chegam a gerar até R$ 100 mil em uma única noite. Nos primeiros três meses deste ano, conseguimos zerar o número de bailes irregulares da Grande Vitória, pois fomentam a compra de arma com a venda de drogas nelas. Com o lucro, os traficantes se fortalecem e combatem outros criminosos para ter mais territórios de drogas, gerando homicídios, explicou o comandante do Policiamento Ostensivo Metropolitano, coronel Márcio Sartório.
Segundo o comandante, muitas pessoas que frequentam essas festas acreditam estarem fazendo uso recreativo das drogas. O que não percebem é que isso fomenta a violência. Qualquer pessoa que usa droga, em qualquer camada da sociedade, ajuda a fortalecer os criminosos que compram armas, depois assaltam ou matam. A camada social mais simples é o crack, maconha e cocaína. A mais rica é de cocaína à droga sintética, explicou o coronel.
CONFRONTOS
Quanto mais lucro um traficantes tem, mais armas ele adquire, segundo o comandante. Na mesma lógica, maior a possibilidade de confrontos armados, que somente este ano chegam a 332 até dia 26 de agosto. O aumento de confronto está diretamente ligado ao poder bélico dos meliantes. Se ele tem mais armas, ele tenta resistir à ação da polícia com arma de fogo, pontuou o comandante.
Por isso, a PM tem focado em dar prejuízo com apreensões e prisões. Grupos de militares estão sendo qualificados para atuarem com cada vez mais técnica em operações em áreas de alto risco. Quanto mais o policial treina, mais ele está protegido e mais ele diminui a letalidade de uma ação. Não queremos o confronto. Usamos a supremacia de meios e forças: estar melhor armado e em mais gente para que o bandido não te confronte, diz Sartório.
Somente este ano, já foram formadas 10 turmas de militares no Curso de Patrulhamento em Áreas de Alto Risco (CPAAR), com curso de procedimento nas áreas de risco, técnica policia, disparos, preparo psicológico e deslocamento. A expectativa é formar 120 militares em cursos especializados até o final de 2019.
Já são tropas especializadas no Estado a Força Tática, uma para cada batalhão, unidades especializadas como o Cimesp, a Cioc e o regimento de polícia montada, por exemplo, além de treinamento para locais elevados que observam: o risco que o policial corre, o relevo de becos e vielas, posição em ascensão, quando se tem menos visão, e evitar atingir inocentes.
INTERVENÇÕES RECENTES
27 DE JANEIRO
Primeiro de Maio, Vila Velha: Onze pessoas ficaram feridas e duas morreram durante um ataque de gangue de Vitória a rivais que frequentavam um Baile do Mandela. A festa começou com cerca de 2 mil pessoas e, depois de duas intervenções policiais, recomeçou e só acabou de manhã, em meio ao desespero de pessoas correndo dos disparos de arma.
12 DE MAIO
Santa Clara, Vila Velha: Guardas municipais e PMs apreenderam uma pistola e uma escopeta de fabricação caseira, além de simulacros, 23 buchas de maconha e 27 pinos de cocaína em uma festa clandestina. No mesmo dia, no bairro Soteco, os policiais apreenderam uma réplica de fuzil, uma pistola e outra escopeta calibre 12, em uma festa irregular com 200 pessoas no meio da rua Angelina Martins Leal.
08 DE JUNHO
Morro do Jaburu, Vitória: A música alta de um baile ilegal por mais de 24 horas foi o que deixou os vizinhos da festa e do bairro sem dormir. A festa não tinha autorização da prefeitura para acontecer. O que mais assustou foram vídeos de frequentadores da festa dançando com armas em mãos.
09 DE JUNHO
Jaburuna, Vila Velha: Policiais militares foram hostilizados e alvo de garrafas lançadas por quem frequentava um festa irregular aberta na rua. Cerca de 200 pessoas participavam da festa. Houve disparos de contenção e uso de bombas de efeito moral para encerrar a festa.
25 DE AGOSTO
Maruípe, Vitória: Três munições foram encontradas dentro da área do Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar. Os disparos teriam partido de um baile irregular que acontecia nas proximidades do QCG.
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