Há um ano o Espírito Santo ficou de luto pela morte de uma família inteira que voltava de uma viagem pelo Nordeste quando o carro em que estava foi atingido por um bloco de concreto que caiu de uma carreta. As vítimas estavam a caminho de casa, em Viana, quando foram surpreendidas, na BR 101, na Serra. Após 12 meses do caso, a reportagem de A Gazeta relembrou o grave acidente e apurou a atual situação dos envolvidos.
As vítimas voltavam de uma viagem que fizeram ao Nordeste do Brasil, por volta das 23 horas de 10 de junho de 2019, quando a carreta - que vinha no sentido contrário, não conseguiu fazer a curva e tombou. Um bloco de granito deslizou na pista até atingir o veículo da família. Morreram na hora Ozineto Francisco Rodrigues, de 38 anos, Danielli Martins, de 34 anos e o filho do casal Lucca Martins Rodrigues, de 1 ano e 4 meses. O segundo filho do casal, o estudante Gabriel Martins, de 11 anos, foi socorrido e morreu uma semana depois.
Na carreta, vários erros foram apontados pela polícia, na época: comprimidos de rebite - remédio utilizado por caminhoneiros para tirar o sono - foram encontrados dentro do veículo, a carreta não tinha autorização para o transporte de granito, a nota fiscal da carga estava irregular e o motorista seguia em alta velocidade.
Na ocasião, foi pedida a prisão do motorista da carreta, Rodrigo Girard Supelete - que foi detido, e de Emmanuel Bersacola de Assis Costa, dono da carreta - que não foi localizado. Hoje, os dois são réus no caso, segundo consta no processo. Porém, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), apenas Rodrigo está detido, no Centro de Detenção Provisória II de Viana.
Na época, o delegado Maurício Gonçalves da Rocha, da Delegacia de Delitos de Trânsito, afirmou que o Emmanuel seria responsabilizado porque havia irregularidades no caminhão e porque ele deu fuga e cobertura para Rodrigo se livrar da ação policial, dificultando o trabalho de investigação. Na ocasião, o empresário era investigado como co-autor do crime de trânsito - que resultou nas mortes, fundamentado pelo dolo eventual, que é quando a pessoa assume o risco de produzir o resultado e não se importa com as consequências do seu ato.
Sobre Emmanuel, a Sejus afirma que o nome dele não consta no sistema da Secretaria. Também não há, atualmente, mandados de prisão em aberto em nome do empresário, de acordo com o Banco Nacional de Mandados de Prisão.
Procurada para explicar como está o processo de Emmanuel e a situação atual dele, o Tribunal de Justiça informou que a Ação Penal tramita na 3ª Vara Criminal da Serra e que há um Habeas Corpus que tramita na 1ª Câmara Criminal. O TJ confirmou, ainda, que há uma audiência de instrução marcada para o próximo dia 24 de junho e que a atual situação do empresário deve ser verificada com a Sejus.
A reportagem tentou contato com os advogados dos réus pelos telefones que teve acesso, mas em alguns números não houve retorno e, em outros, a ligação não completou. O espaço está aberto caso a defesa deseje se pronunciar sobre o assunto e a matéria será atualizada caso haja esse contato.
De acordo com parentes, o casal se conheceu quando começou a trabalhar em um parque aquático em Guarapari. Eles trabalhavam juntos e começaram a namorar, até que se casaram.
A família estava viajando pelo Nordeste desde o dia 1° de junho de 2019. O casal fez contato com familiares um dia antes da morte (9), dizendo que estava voltando para casa. A última postagem de Danielli em uma rede social também foi feita no domingo, com a localização de Praia de Japaratinga, em Alagoas. Segundo um irmão de Danielli, a viagem ao Nordeste era um sonho dela.
- Ozineto Francisco Rodrigues, 38 anos, técnico de celular. Tinha uma loja de celulares em Canaã, Viana, onde a família morava. Ele é de Vila Velha, mas foi para Viana quando se casou.
- Danielli Martins, 34 anos, corretora de seguros.
- Lucca Martins Rodrigues, 1 ano e 4 meses, filho do casal.
- Gabriel Martins Rodrigues, 11 anos, era estudante e filho mais velho do casal. Ele foi o único socorrido com vida, ficou internado em estado grave e morreu uma semana depois.
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