Uma travesti foi morta a tiros, na madrugada desta quarta-feira (13), em Alto Lage, Cariacica, Grande Vitória. Segundo o boletim de ocorrência, os disparos foram feitos por um policial militar após Jefferson da Costa Santos, de 34 anos, conhecida como Lara Croft, tentar golpear, com um barbeador, o PM e o policial que fazia a dupla com ele, no momento de uma abordagem. Segundo os fatos narrados na ocorrência, a travesti não teria respeitado a ordem para soltar o objeto. Moradores contestam a versão da PM.
Ainda de acordo com a versão dada pelos policias após a ocorrência, os PMs visualizaram a travesti e outro indivíduo em atitude suspeita no bairro e deram voz de abordagem. Os suspeitos não teriam respeitado a ordem e tentaram fugir.
O relato policial dá conta de que a travesti foi alcançada e, ao ser abordada, tentou agredir os militares que participavam da ocorrência. Durante a abordagem, a suspeita retirou um objeto perfurocortante da bolsa, um barbeador, e teria tentado golpear os militares.
Ela ainda tentou pegar a arma de um dos militares. Neste momento, um policial efetuaou cinco disparos contra a suspeita, que foi atingida e caiu no chão. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu e morreu. Já o outro suspeito conseguiu fugir e não foi localizado
A Polícia Militar afirma que a travesti foi morta em um confronto, ao puxar o barbeador para golpear os agentes e, por isso, o militar atirou cinco vezes.
A perícia da Polícia Civil foi acionada e encaminhou o corpo para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.
A corporação destacou que o caso seguirá sob investigação do Serviço de Investigações Especiais (SIE), que investiga ocorrências envolvendo agentes de segurança. Afirmou também não haver outras informações que possam ser divulgadas.
Moradores conversaram com a reportagem da TV Gazeta e contestaram a versão da PM. Para eles, a travesti não atacou os policiais e foi executada durante a abordagem.
Segundo um dos moradores, que preferiu não se identificar, Lara tinha o costume de fazer piadas com os policiais quando eles abordavam alguém no bairro e que os PMs não gostavam e já teriam a ameaçado.
Sobre a versão dos moradores de que a vítima teria sido executada, a PM foi procurada pela TV Gazeta, mas não retornou até a última atualização da reportagem.
A vendedora Silvania da Costa Santos, mãe de Lara, disse que falou com a filha pela última vez durante a tarde de terça (11).
Ainda de acordo com Silvania, a filha tinha problemas psiquiátricos agravados pelo uso de drogas e já foi internada, inclusive compulsoriamente, outras vezes.
Silvania disse que Lara era sua única filha. Sobre a versão da PM, de que a filha teria agredido policiais militares, Silvania disse que ela nunca foi agressiva e que havia outras formas de contê-la.
Com informações de André Falcão, da TV Gazeta
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