A polícia já identificou três suspeitos no envolvimento do crime que vitimou o pedreiro Josias dos Passos Lírio, de 53 anos, morto durante um assalto a uma distribuidora de bebidas em Jardim Bela Vista, na Serra, na noite de sexta-feira (23). O crime aconteceu no bairro Jardim Bela Vista por volta das 21h20.
Acionada pela reportagem de A Gazeta, a Polícia Civil revelou que um dos suspeitos tem um mandado de prisão por homicídio em aberto, emitido antes do crime na distribuidora.
Quanto ao número de suspeitos identificados, a PC explicou que são três apesar de as câmeras de videomonitoramento do local terem registrado a ação de dois criminosos.
Além da vítima, somente o proprietário da empresa e a esposa dele estavam no local quando os bandidos chegaram. De acordo com a Polícia Civil, devido o latrocínio ter ocorrido dentro de um comércio, a investigação é feita pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra Estabelecimentos Comerciais (DCCEC).
O órgão afirma que a população pode auxiliar na investigação por meio do telefone 181. "O Disque-Denúncia é uma ferramenta segura, onde não é necessário se identificar para denunciar. Todas as informações recebidas são investigadas. As informações ao Disque-Denúncia ainda podem ser enviadas por meio do site, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas", disse em nota.
Conforme vídeos da câmera de segurança, divulgados nas redes sociais da distribuidora, um dos criminosos pega o celular da moça e começa a escolher bebidas. O outro suspeito manda o proprietário entregar todo o dinheiro.
O cliente, Josias, fica parado por alguns instantes, mas, de repente, reage e começa a lutar com um dos assaltantes. Ele leva alguns chutes e o que parece ser uma coronhada na cabeça.
Pouco depois, Josias desiste de lutar e se rende. Na sequência, um dos bandidos foge, e o outro se prepara para segui-lo, mas, antes, atira na cabeça de Josias. O Samu foi acionado, mas parentes não quiseram esperar e o levaram, de carro, à UPA de Serra-Sede. De lá, ele foi encaminhado ao Hospital de Urgência e Emergência em Vitória, devido à gravidade dos ferimentos. Entretanto, Josias não resistiu.
Uma funcionária da distribuidora, que não estava no momento do assalto, contou que Josias era um cliente querido e morava ao lado da distribuidora, por isso costumava frequentar o local. Ele vivia sempre aqui. Foi um crime covarde. Tiraram a vida dele por pouca coisa, disse.
Os bandidos levaram uma garrafa de uísque, dinheiro, um cheque, e algumas carteiras de cigarro. O prejuízo foi de cerca de R$ 1.500. Já é a segunda vez que assaltam. A primeira vez foi no ano passado, mas não foi nada tão violento. Infelizmente, assaltos no bairro são comuns. E a polícia não passa por aqui com tanta frequência, afirmou a funcionária.
O dono da distribuidora que preferiu não ser identificado informou que está revoltado com a situação. "É covardia fazer isso com uma pessoa indefesa, dar um tiro à queima-roupa na cara do cidadão. Um grau de violência sem tamanho. Ele ficava dizendo: 'não vão roubar meu amigo'. E entrou em luta corporal, até que viu que não aguentava. Ele havia se rendido e, mesmo assim, levou um tiro na cara. É revoltante", desabafou.
Esta é a segunda vez em um ano que os parentes de Josias precisa lidar com um crime na família. O filho do pedreiro foi assassinado no ano passado.
O jovem Andrel Martins Lírio, 24 anos, que trabalhava como ajudante de carga e descarga, foi executado com mais de 50 tiros em um campo de futebol também no bairro Jardim Bela Vista, em 22 de maio de 2019. Ele estava com um grupo de amigos quando dois atiradores desceram de um carro e abriram fogo.
Em outubro do mesmo ano, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) chegou a um adolescente de 17 anos e outros três envolvidos no crime, incluindo o mandante, executores e um intermediário.
A perda do filho nunca foi superada, como conta uma amiga da família que não quis ser identificada. "Ele era o único filho homem. Josias nunca esqueceu aquilo, tinha uma revolta muito grande dentro dele", contou a amiga.
Josias deixa esposa e uma filha. O corpo do pedreiro está sendo velado no bairro Jardim Bela Vista e deve ser levado no domingo (25) para Colatina, no Noroeste do Estado, cidade onde ele nasceu.
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