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Trio vira réu por matar vigilante no trabalho em trilho da Vale na Serra

Trio vira réu por matar vigilante no trabalho em trilho da Vale na Serra

Dois suspeitos estão presos e um segue foragido; trio queria roubar armas e coletes de Vanderli Ferreira Costa, de 37 anos, mas vítima não trabalhava armada

Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 13:30

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Três homens viraram réus pela morte do vigilante Vanderli Ferreira Costa, de 37 anos, assassinado enquanto trabalhava em uma linha férrea da mineradora Vale, no bairro Central Carapina, na Serra, no dia 16 de outubro de 2023. A Polícia Civil divulgou imagens da vítima chegando ao trabalho momentos antes do crime (veja acima).

O jovem apontado como atirador, identificado como Gustavo Santos de Barros, de 21 anos, e o comparsa, Josué Gonçalves, de 29 anos, estão presos. A Polícia Civil ainda busca pelo homem que seria o mandante do crime, André Barbosa, vulgo André Cabeludo, de 41 anos, que está foragido.

Dois presos e um foragido por morte de vigilante em 2023
Dois presos e um foragido por morte de vigilante em 2023. (Reprodução | Polícia Civil)

Um adolescente, que na época do crime tinha 15 anos, confessou que participou do homicídio, mas a Polícia Civil ainda aguarda uma decisão da Justiça para que ele seja apreendido em um centro socioeducativo.

“São duas gangues que brigam pelo domínio do tráfico e os autores desse crime pertencem à região conhecida como favelinha. Tanto que pelas circunstâncias como o crime foi praticado, por já conhecer a área, já sabíamos que o crime teria vindo daquela gangue” afirmou o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Rodrigo Sandi Mori.

Sobre o crime

Vanderli Ferreira Costa, de 37 anos, morto enquanto trabalhava em uma linha férrea da mineradora Vale
Vanderli Ferreira Costa, de 37 anos, morto enquanto trabalhava em uma linha férrea da mineradora Vale. (Arquivo pessoal)

Vanderli Ferreira Costa trabalhava em uma área da Vale esperando a chega dos trens para impedir o roubo de carga e dano em vagões. No dia do crime, André Barbosa determinou que os outros três suspeitos fossem ao local do crime roubar as possíveis armas e os coletes do vigilante. No entanto, a vítima e o colega dele, que estava no veículo, não trabalhavam armados.

Os criminosos chegaram ao local por uma área de mata e se posicionaram em um barranco, atrás de algumas árvores.

Aspas de citação

Eles já sabiam a rotina dos vigilantes e sabiam que, todos os dias, na parte da tarde, eles paravam naquele local para aguardar a chegada dos trens

Rodrigo Sandi Mori
Delegado e chefe da DHPP Serra
Aspas de citação

Vanderli chegou ao local de trabalho com um colega em um veículo da empresa. Eles posicionaram o carro de frente para a linha férrea e ficaram aguardando a chega do trem.

Como os suspeitos pensavam que os vigilantes estavam armados, Gustavo Santos de Barros decidiu tirar o carregador da submetralhadora de fabricação caseira, adaptada para dar disparos de rajada.

“A intenção deles (suspeitos) era efetuar um disparo que passaria por cima do veículo, o que facilitaria a rendição dos vigilantes e, consequentemente, prática do roubo”, afirmou o chefe da DHPP Serra.

No entanto, o disparo atravessou o vidro do motorista e atingiu a cabeça de Vanderli. O parceiro do vigilante se assustou e saiu do carro. Os suspeitos, pensando que ele estava armado, fugiram do local, sendo que um deles esqueceu dois pares de chinelos, levados para exame de DNA.

Dez dias depois do crime, a polícia chegou até o adolescente, que estava com um mandado de busca e apreensão em aberto. Na delegacia ele confessou o crime e deu outros detalhes que levaram à polícia aos demais.

Carro da vítima após o crime
Carro da vítima após o crime. (Divulgação | Polícia Civil)

Vigilante já havia sido roubado

Dez meses antes de ser morto, Vanderli já havia sido vítima de roubo na mesma área em 2022. “Ele trabalhava naquele local desarmado e sem qualquer tipo de proteção em uma área que é rotineiramente usada por traficantes como rota para dar ataques e utilizam para testarem armas de fogo”, explicou o chefe da DHPP Serra.

A Polícia Civil concluiu o inquérito no ano passado e agora pede ajuda para prender o mandado do crime. Os suspeitos foram indiciados por um latrocínio (roubo seguido de morte) consumado e uma tentativa de latrocínio, associação criminosa e corrupção de menores.

O vigilante trabalhava há 14 anos nessa profissão e há um ano na área da Vale. Ele deixou uma esposa e um filho de oito ano. A reportagem procurou a Vale e assim que houver retorno, o texto será atualizado.

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