Ex-coordenadora da escola Primo Bitti, Magda Maria Barcelos da Costa é consolada por colega(Fernando Madeira)
Nos últimos 20 anos, 12 ataques a escolas foram registrados no Brasil. O mais recente aconteceu na manhã desta sexta-feira (25), no Espírito Santo. Um adolescente de 16 anos, armado com uma espécie de submetralhadora, invadiu dois colégios no município de Aracruz, Norte do Estado, matando três pessoas e ferindo outras 13.
Há cerca de 100 dias, a Escola Municipal Éber Louzada Zippinotti, no bairro Jardim da Penha, em Vitória, foi invadida por um ex-aluno. O rapaz estava armado com facas ninjas, flechas e coquetéis molotov. Nesse caso, felizmente, não houve mortes.
No Brasil, o primeiro caso de ataque a uma unidade escolar foi registrado em 2002, em Salvador, Bahia. E ao longo desses 20 anos, 11 casos similares, contando os já citados, foram registrados.
Relembre 12 ataques a escolas no Brasil:
Em 2002, na Bahia, um estudante de 17 anos matou uma colega e feriu outra a tiros, no Colégio Sigma, após a professora pedir para o rapaz fazer um exercício. Ele teria escondido na mochila um revólver calibre 38 do pai.
Em 2003, em São Paulo, no município de Taiúva, um estudante de 18 anos disparou contra cerca de 50 estudantes no pátio da Escola Estadual Coronel Benedito Ortiz. O acontecimento não deixou mortos, porém, após o ataque o jovem tirou a própria vida.
Ataque a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Rio de Janeiro. (Governo do Estado do Rio de Janeiro)
Em 2011, em Realengo (RJ), um ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira levou dois revólveres até o local e disparou contra alunos, matando 12 adolescentes entre 13 e 15 anos. Após o massacre, a polícia atingiu o rapaz com um tiro na barriga, que, em seguida, atirou na própria cabeça.
Ainda em 2011, em São Caetano do Sul (SP), um estudante de apenas 10 anos atirou na professora e logo em seguida se matou. O acontecimento foi na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão. Colegas e funcionários relataram que o menino era muito estudioso. Ele usou uma arma do pai, um guarda civil municipal.
No ano seguinte, em 2012, na cidade de João Pessoa (PB), dois jovens foram uniformizados até a Escola Estadual Enéas Carvalho, e invadiram o pátio. Um deles atirou contra um adolescente de 15 anos. Em seguida disparou outras cinco vezes, atingindo duas garotas. Na época, a polícia relatou que o motivo do crime teria sido ciúme.
Creche em Janaúba (MG), onde 8 crianças e professora morreram. (TV Grande Minas)
Em 5 de outubro de 2017, o vigia do Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, em Janaúba, no Norte de Minas Gerais, jogou álcool em crianças e nele mesmo e, em seguida, ateou fogo. Oito crianças e uma professora morreram. O agressor, Damião Soares dos Santos, 50 anos, chegou a ser internado, mas morreu horas depois.
Dias depois, em 20 de outubro de 2017, em Goiânia (GO), um adolescente de 14 anos levou uma arma escondida para a escola e matou a tiros dois colegas e feriu outros quatro em uma sala de aula do Colégio Goyases. O menino sofria bullying e premeditou o crime. A arma levada era da mãe, que é policial militar.
Em 2018, em Medianeira (PR), um estudante de 15 anos atirou nos colegas em uma escola estadual da cidade. A polícia esclareceu que o menino sofria bullying. Ele tinha uma lista para livrar os amigos dos tiros, mas dois acabaram baleados.
Massacre na Escola Raul Brasil deixou 10 mortos em Suzano (SP). (Rovena Rosa/ Agência Brasil )
Em 2019, em Suzano (SP), aconteceu um massacre, no qual deixou dez mortos, incluindo os atiradores, e onze feridos. O ataque aconteceu na escola Estadual Raul Brasil. Os autores eram ex-alunos da instituição. Um dos atiradores acabou matando o comparsa e depois cometeu suicídio.
No ano passado, em 2021, um rapaz de 18 anos invadiu uma creche do município de Saudades (SC) com um facão de 68 centímetros, deixando cinco pessoas mortas. Ele matou duas funcionárias da unidade e três bebês menores de 2 anos.
Henrique Lira Trad, jovem de 18 anos que invadiu escola em Jardim da Penha, Vitória. (Leitor | A Gazeta)
Em 2022, em Vitória (ES), um jovem de 18 anos invadiu a Escola Éber Louzada Zippinotti, no qual estudou durante o ensino fundamental. Ele estava com facas ninjas, flechas e coquetéis molotov. A invasão não teve mortes.
Cerca de 100 dias depois, na manhã de 25 de novembro, aconteceram dois ataques em escolas do município de Aracruz, uma pública e outra particular. Um jovem invadiu as escolas armado com uma, no qual deixou três mortos e treze feridos.