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Veleiro com toneladas de cocaína já levou casal do ES em volta ao mundo

Veleiro com toneladas de cocaína já levou casal do ES em volta ao mundo

Velejadores capixabas construíram a embarcação, mas venderam há quase um ano. Nas redes sociais, eles lamentaram que o Guruçá Cat tenha sido usado para o tráfico

Publicado em 16 de fevereiro de 2021 às 14:32- Atualizado há 3 anos

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Guta Favarato e Fausto Pignaton, que construíram o Guruçá Cat, anunciaram a venda do veleiro em março de 2020
Guta Favarato e Fausto Pignaton, que construíram o Guruçá Cat, anunciaram a venda do veleiro em março de 2020. (Reprodução/Redes sociais)
Veleiro com toneladas de cocaína já levou casal do ES em volta ao mundo

Interceptado pela Marinha do Brasil na noite de domingo (14) carregado com duas toneladas de cocaína, o veleiro Guruçá Cat ficou famoso no passado pelas viagens que já fez. A embarcação foi usada por um casal de velejadores capixabas para dar a volta ao mundo. O veleiro, idealizado e construído por eles, acabou sendo vendido há quase um ano. 

Em uma operação conjunta da Polícia Federal e da Marinha do Brasil, com apoio de informações de agências de Portugal, Estados Unidos e Reino Unido, a embarcação foi interceptada com a droga quando estava a 270 quilômetros da costa do Recife, em Pernambuco. Cinco pessoas, todas brasileiras, que estavam na embarcação foram presas. Segundo a Marinha, o barco teria como destino a Europa.

Nas redes sociais, os primeiros donos do Guruçá Cat,  Guta Favarato e Fausto Pignaton,  lamentaram que a embarcação tenha sido utilizada para o tráfico de drogas. O casal lembrou que o barco foi construído com muito esmero e proporcionou momentos incríveis na viagem de volta ao mundo. Eles  ressaltaram que o veleiro catamarã foi vendido há quase um ano e que não sabiam com quem estava atualmente. 

O veleiro Guruçá Cat foi construído em 2010. Entre 2012 e 2016, navegou ao redor do planeta e passou por mais de 30 países.  Feito todo de madeira, com capacidade para até 10 pessoas, o Guruçá Cat visitou lugares como Polinésia Francesa, Samoa Americana, Ilhas Salomão, Indonésia, Malásia, Tailândia, Madagascar e Moçambique. 

As aventuras foram documentadas nas redes sociais e acompanhadas por muita gente na página do Guruçá Cat, que ainda está ativa nas redes sociais. Nesse mesmo perfil, o casal comunicou, em março de 2020, a venda do barco.

“Soubemos que ele já foi vendido outras duas vezes depois disso. Não sabemos quem são essas pessoas. O que nos conforta é saber que tivemos uma história tão verdadeira e honesta com esse veleiro”, relatou Guta por telefone à reportagem do G1, acrescentando que o veleiro foi o lar do casal por uma década. 

"VENDEMOS PARA MATERIALIZAR OUTROS PLANOS"

Após o episódio, o casal capixaba a quem o Guruça Cat pertenceu até março do ano passado fez uma nova publicação nas redes sociais, contando que se desfizeram do veleiro para materializar outros planos.

Na postagem, o casal conta que a embarcação foi projetada para realizar um sonho: completar uma volta ao mundo velejando. Mas destaca que após anos nessa jornada, era chegada a hora de seguir em frente.

"Vendemos o Guruçá Cat há quase um ano para materializarmos outro projeto do Fausto  [Pignaton]. O que faremos com ele depois de uns cinco anos de trabalho que teremos pela frente não sabemos, ainda estamos começando a construção de seus berços.  Lendo as matérias no triste episódio que o Guruçá Cat foi usado, não acredito que seja o seu 'fim'. Ele é um veleiro catamarã forte, imponente, que representou mais de 200 milhões de brasileiros pelo mundo sempre sendo elogiado por onde passava", diz a publicação.

OPERAÇÃO DA MARINHA

A operação da Marinha do Brasil que interceptou o veleiro e pendeu cinco pessoas, contou com a participação da Polícia Federal e de entidades internacionais de combate ao narcotráfico. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (15), mas desde sábado (13) a embarcação era monitorada pelas autoridades.

A ação começou a partir da troca de informações entre as agências , com a identificação do transporte de grande quantidade de cocaína em um veleiro catamarã. A embarcação estaria partido do Brasil com destino à Europa. Havia mais de 70 pacotes com droga, segundo a Marinha.

Um navio-patrulha oceânico foi utilizado para interceptar a embarcação, que foi encontrada ainda em águas jurisdicionais brasileiras. 

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