Interceptado pela Marinha do Brasil na noite de domingo (14) carregado com duas toneladas de cocaína, o veleiro Guruçá Cat ficou famoso no passado pelas viagens que já fez. A embarcação foi usada por um casal de velejadores capixabas para dar a volta ao mundo. O veleiro, idealizado e construído por eles, acabou sendo vendido há quase um ano.
Em uma operação conjunta da Polícia Federal e da Marinha do Brasil, com apoio de informações de agências de Portugal, Estados Unidos e Reino Unido, a embarcação foi interceptada com a droga quando estava a 270 quilômetros da costa do Recife, em Pernambuco. Cinco pessoas, todas brasileiras, que estavam na embarcação foram presas. Segundo a Marinha, o barco teria como destino a Europa.
Nas redes sociais, os primeiros donos do Guruçá Cat, Guta Favarato e Fausto Pignaton, lamentaram que a embarcação tenha sido utilizada para o tráfico de drogas. O casal lembrou que o barco foi construído com muito esmero e proporcionou momentos incríveis na viagem de volta ao mundo. Eles ressaltaram que o veleiro catamarã foi vendido há quase um ano e que não sabiam com quem estava atualmente.
O veleiro Guruçá Cat foi construído em 2010. Entre 2012 e 2016, navegou ao redor do planeta e passou por mais de 30 países. Feito todo de madeira, com capacidade para até 10 pessoas, o Guruçá Cat visitou lugares como Polinésia Francesa, Samoa Americana, Ilhas Salomão, Indonésia, Malásia, Tailândia, Madagascar e Moçambique.
As aventuras foram documentadas nas redes sociais e acompanhadas por muita gente na página do Guruçá Cat, que ainda está ativa nas redes sociais. Nesse mesmo perfil, o casal comunicou, em março de 2020, a venda do barco.
“Soubemos que ele já foi vendido outras duas vezes depois disso. Não sabemos quem são essas pessoas. O que nos conforta é saber que tivemos uma história tão verdadeira e honesta com esse veleiro”, relatou Guta por telefone à reportagem do G1, acrescentando que o veleiro foi o lar do casal por uma década.
Após o episódio, o casal capixaba a quem o Guruça Cat pertenceu até março do ano passado fez uma nova publicação nas redes sociais, contando que se desfizeram do veleiro para materializar outros planos.
Na postagem, o casal conta que a embarcação foi projetada para realizar um sonho: completar uma volta ao mundo velejando. Mas destaca que após anos nessa jornada, era chegada a hora de seguir em frente.
"Vendemos o Guruçá Cat há quase um ano para materializarmos outro projeto do Fausto [Pignaton]. O que faremos com ele depois de uns cinco anos de trabalho que teremos pela frente não sabemos, ainda estamos começando a construção de seus berços. Lendo as matérias no triste episódio que o Guruçá Cat foi usado, não acredito que seja o seu 'fim'. Ele é um veleiro catamarã forte, imponente, que representou mais de 200 milhões de brasileiros pelo mundo sempre sendo elogiado por onde passava", diz a publicação.
A operação da Marinha do Brasil que interceptou o veleiro e pendeu cinco pessoas, contou com a participação da Polícia Federal e de entidades internacionais de combate ao narcotráfico. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (15), mas desde sábado (13) a embarcação era monitorada pelas autoridades.
A ação começou a partir da troca de informações entre as agências , com a identificação do transporte de grande quantidade de cocaína em um veleiro catamarã. A embarcação estaria partido do Brasil com destino à Europa. Havia mais de 70 pacotes com droga, segundo a Marinha.
Um navio-patrulha oceânico foi utilizado para interceptar a embarcação, que foi encontrada ainda em águas jurisdicionais brasileiras.
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