Em recuperação no hospital, a vendedora Jane Cherubim, 36 anos, conseguiu falar na noite desta terça-feira e confirmou à família que foi espancada pelo então namorado Jonas Amaral, 34 anos, na madrugada de segunda-feira (04), em Pedra Menina, localidade de Dores do Rio Preto, na Região do Caparaó. A informação foi dada ao Gazeta Online pelo irmão da vítima, o empresário Cleiton Cherobin, na manhã desta quarta-feira (06).
O empresário contou que a família está o tempo todo com a vendedora, mas não faz muitas perguntas, pois a prioridade é a recuperação dela. Com o rosto ferido, Jane ainda não enxerga.
> Instagram de Jonas do Amaral é retirado do ar
PRISÃO DECRETADA
A Justiça decretou a prisão do vendedor Jonas Amaral, de 34 anos, acusado de ter espancado a namorada, a vendedora Jane Cherubim, de 36 anos, em Dores do Rio Preto. O pedido de prisão foi feito pelo delegado Ricarte Teixeira, que investiga o caso.
O crime, que teria sido cometido por causa de ciúmes, aconteceu na madrugada desta segunda-feira (04). Depois de muita procura, Jane foi encontrada pelos irmãos perto de uma curva, seminua, desmaiada e torturada, na estrada que dá acesso ao Parque Nacional do Caparaó pelo Espírito Santo.
JANE CHERUBIM: ESPANCADA E LARGADA NA ESTRADA, MAIS UMA MULHER AGREDIDA
Uma cena de horror que se repete. Nos últimos dias, a imagem da paisagista Elaine Caparroz, de 55 anos, agredida pelo estudante de Direito Vinícius Serra, de 27 anos, chocou o Brasil. Nesta segunda-feira (4), tamanha violência volta a acontecer, desta vez, na pacata Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, Região do Caparaó, no Espírito Santo.
A vítima, a vendedora Jane Cherubim de 36 anos, saiu por volta das 3h da madrugada de uma cervejaria, onde trabalhava no carnaval com o namorado Jonas Amaral, de 34 anos. Os dois estavam juntos há pouco mais de um ano.
Depois de muita procura, ela foi encontrada pelos irmãos perto de uma curva, seminua, desmaiada e torturada, na estrada que dá acesso ao Parque Nacional do Caparaó pelo Estado.
Nesta terça-feira (05), internada em um hospital de Carangola, cidade mineira perto de Dores do Rio Preto, ela ainda não fala, não enxerga e tem marcas de roxo por todo o corpo.
Infelizmente, Jane não foi a única mulher agredida neste feriado de carnaval no Estado. No domingo, a jovem Maikelly Rodrigues da Silva, de 28 anos, foi encontrada morta, amarrada, sem roupas e com cinco tiros na cabeça na Serra. Na madrugada de segunda, um ex-marido ateou fogo na casa da ex e quatro pessoas precisaram pular do segundo andar para escapar das chamas.
DEPOIMENTO
Sem conseguir dormir e tirar da cabeça as imagens da irmã, que achou estar morta de tão machucada, o empresário Cleiton Cherobin*, 33 anos, conversou com a reportagem do Gazeta Online sobre os detalhes que antecederam o crime, como a encontrou e como era a relação de Amaral com a família. "O cara era muito, muito atencioso. Só tinha um porém: ele era ciumento ao extremo". Abaixo, Cleiton descreve o terror que ainda estão passando.
*A grafia do sobrenome se diferencia por um erro de digitação na identidade da irmã
O que aconteceu?
Eles estavam trabalhando à noite junto comigo. A noite toda todo mundo bem, trabalhando. Quando foi perto de 3 horas da manhã, fomos embora. A gente desce à direita para Espera Feliz (MG) e ele não desceu. Ele subiu para Forquilha do Rio. A minha esposa comentou comigo o que o Amaral iria fazer lá uma hora dessa.
Ele estava com a sua irmã no carro.
Sim. Temos filmagens, temos tudo. Os dois saindo do trabalho e entrando no carro. Subiram para estrada Parque. Aí a minha esposa fez o comentário. Aquilo me preocupou. Resolvi ligar para a minha irmã. Liguei duas vezes e ela não atendeu. Ela não era de fazer isso, aí que eu fiquei mais preocupado ainda. Fui ligando, ligando e ele atendeu o celular dela. Muito nervoso, falando que ele tinha brigado com ela, e ela tinha jogado a chave do carro fora, que ele queria a chave para ir embora. Eu falei para ele se acalmar e perguntei onde ele estava. Ele disse que estava perto de Espera Feliz no asfalto. Eu falei que ia buscá-lo, ele disse que não precisava e imediatamente desligou o telefone.
O que você fez?
Virei o carro e fui para Espera Feliz. Rodei a cidade toda, fui na casa da minha irmã, porque ela mora em Espera Feliz. Ela não estava, só estava o filho dela dormindo. Ele acordou e entrou comigo no carro. Fui à Delegacia de Espera Feliz. Voltamos e fomos para a casa do pai do agressor. Aí ele ligou querendo falar com o pai dele. O pai dele ficou gritando: 'Não faz isso não, Amaral. Volta pra casa'. Eu acho que naquele momento ele já tinha confessado para o pai dele que tinha agredido a minha irmã. Eu voltei para Pedra Menina. Antes disso, chamei o meu irmão no sítio dele. A minha esposa foi com o meu carro e eu no carro com o meu irmão. Subi para a Forquilha do Rio. Quando estava subindo, encontrei outro funcionário que entrou no carro para ajudar a gente.
Cena de horror.
A gente andou uns quatro quilômetros subindo.
Toda destruída. E o carro dele estava logo na frente abandonado. Eu acho que ele achou que ela estava morta, colocou ela no meio da estrada, perto de uma curva, para alguém vir de carro, não ver e atropelar. Mas Deus foi tão bom que eu achei ela. Coloquei ela no carro e levei para o hospital.
Ela estava acordada ou desacordada? Conseguiu falar alguma coisa?
Não. Ela não tem como falar. Ela estava desmaiada. Nem hoje ela consegue falar. Você não tem noção. Ela está com o nariz quebrado, a boca toda cortada. Ela tinha um rosto fininho. Vou te mandar uma foto de antes e outra dela agora. A gente precisa prender esse vagabundo. A gente precisa alertar outras mulheres. Precisamos mostrar as imagens dela machucada para que vejam a gravidade. Gente, essas meninas estão perdidas.
Ele já tinha algum histórico de agressão, algum comportamento estranho?
Não. A gente abraçou ele na família como se fosse um irmão. O cara era muito generoso, bacana. Muito atencioso. Só tinha um porém: ele era ciumento ao extremo. A minha irmã é muito bonita e ele é um cara feio. Então ele era muito ciumento. A gente ouviu dizer que ele já bateu em outra mulher, mas a gente não sabia disso, a gente só ficou sabendo agora.
Eles estavam juntos há quanto tempo?
Acho que por volta de um ano.
O filho dela não é dele?
Isso. É de outro relacionamento.
Ele é da região?
Ele é de Espera Feliz, Minas.
O que você sentiu quando viu a sua irmã naquela situação?
Simplesmente achei que a minha irmã estava morta. Senti uma aflição muito grande. Minha irmã estava toda ensaguentada. Foi a coisa mais horrível que aconteceu na minha vida.
A única coisa que pensei foi em pegá-la e socorrê-la. Levamos para o hospital de Espera Feliz e hoje ela está em Carangola, que é um hospital melhor.
Qual é o estado de saúde dela?
Eu nunca tinha visto isso com a gente. Nossa família é muito querida, humilde, conhecida. É inacreditável a gente passar por isso. É difícil demais.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta