Suspeito de mandar matar o ativista político Jonas Soprani, o vereador Waldeir de Freitas Lopes solicitou, na tarde desta segunda-feira (23), uma licença de 30 dias da Câmara de Linhares. Segundo consta no requerimento, o afastamento é “para tratar de interesse pessoal”. Ele está foragido há cerca de 20 dias, segundo a Polícia Civil.
No último dia 3, a 1ª Vara Criminal de Linhares decidiu pela prisão preventiva do parlamentar. A Polícia Civil realizou buscas no endereço do suspeito, mas ele não foi localizado.
Waldeir continua exercendo normalmente o mandato de vereador do município. No entanto, a Câmara Municipal de Linhares informou que o parlamentar apresentou atestados médicos de tratamento cirúrgico odontológico, em justificativa de ausências em Sessão Plenária.
Nesta segunda-feira, o vereador solicitou, por meio eletrônico, a licença temporária. A reportagem procurou a Câmara de Linhares questionando se o requerimento foi aceito. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.
A defesa do vereador Waldeir de Freitas Lopes também foi procurada pela reportagem, mas, até a publicação desta matéria, não retornou o contato.
Jonas da Silva Soprani era ativista político e foi candidato a vereador nas eleições municipais de 2020. Ele foi assassinado a tiros na noite do dia 23 de junho, em um bar do bairro Novo Horizonte. Na ocasião do crime, testemunhas relataram à polícia que dois homens armados e encapuzados teriam chegado no bar efetuando disparos contra a vítima.
Segundo as investigações, dois suspeitos atuaram como intermediários: Cosme Damasceno, amigo de Waldei e com ligações com o tráfico de drogas — de acordo com a polícia, e Genebaldo da Fonseca, que está atualmente preso.
Os atiradores foram identificados como Jhulian Alves de Souza e José Natalino dos Santos. O primeiro deles foi morto em um confronto com a PM no ano passado. O outro está preso em Linhares.
A Polícia Civil consegiu chegar, por meio dos suspeitos presos, até o vereador Waldeir de Freitas Lopes, apontado como o mandante do crime. Ele foi preso em um hotel em Belo Horizonte (MG), onde participava de um curso.
Além do vereador, o assessor dele, Josenilton Alves dos Santos, também é investigado por intermediar o contato com os executores do assassinato. Ele chegou a ser preso na época do crime, junto com o vereador.
Procurada, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Josenilton tive a liberdade concedida em agosto de 2021. Já Cosme Damasceno também é considerado foragido da Justiça.
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