A Polícia Civil divulgou imagens do acidente na BR 101, em Linhares, que resultou na morte de uma mãe no último domingo (9), Dia das Mães. O motorista estava alcoolizado e não tinha habilitação. Nas imagens é possível ver o carro de Hélio dos Santos Aguiar passando em alta velocidade e atingido o veículo da família.
“O motorista passou em altíssima velocidade, do outro lado da pista, e praticamente atropelou o carro das vítimas, causando a tragédia”, relatou o delegado Fabrício Lucindo, chefe da Delegacia Regional de Linhares. O motorista que provocou o acidente foi encaminhado para o presídio na tarde desta segunda-feira (10). Veja as imagens.
Na tarde de domingo (9), o veículo da família que seguia no sentido São Mateus, no quilômetro 144 da BR 101, em Linhares, foi atingido na traseira pelo carro de Hélio. No carro atingido por ele estava uma mulher identificada como Silvane Maria faquim Belúcio Simon, de 39 anos, o marido José Magno Nogueira, de 41 anos, e duas filhas do casal, uma jovem de 22 anos, e uma de 11 anos. A mãe das meninas não resistiu à colisão e morreu ainda no local.
De acordo com a PRF, o homem alcoolizado teria saído de um evento e levado um amigo para casa. No caminho de volta para a festa, chegando no quilômetro 143 da rodovia, o motorista colidiu com a traseira de um carro, onde estava a família.
Após a colisão, Hélio fugiu do local e retornou para a festa. Segundo informações da PRF, ele foi encontrado alcoolizado dentro da festa. Ele fez o teste do etilômetro e o resultado deu positivo para a presença de álcool. "Nós realizamos buscas na região e o encontramos novamente na festa. Esse condutor, após colidir e matar uma pessoa, retornou para essa festa", afirmou o inspetor da PRF Vinícius Scopel. Ainda de acordo com a PRF, o motorista, além de estar embriagado, não possui habilitação.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) cumpriu no fim da tarde de segunda-feira (10) um mandado de busca e apreensão no local onde Hélio dos Santos Aguiar voltou para uma festa após colidir com o veículo. De acordo com a PRF, computadores foram apreendidos e encaminhados para análise do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Linhares.
O delegado Fabrício Lucindo afirmou que o objetivo é coletar provas das imagens de videomonitoramento para comprovar a realização da festa e o estado de Hélio.
O HD que guarda as imagens de videomonitoramento do local da festa não foi encontrado, segundo o delegado. A perícia vai analisar se o HD realmente não existia e se as imagens foram gravadas na nuvem, uma espécie de armazenamento digital de arquivos.
O veículo da família que seguia no sentido São Mateus, no quilômetro 144 da BR 101, em Linhares, foi atingido na traseira pelo carro de Hélio. Ele estava embriagado, sem habilitação e "muito provavelmente com excesso de velocidade", segundo a PRF. Com a força do impacto, os veículos saíram da pista e caíram em uma pequena ribanceira.
"Nós pudemos levantar que o veículo do motorista que provocou o acidente, pela dinâmica do acidente, pelas marcas de frenagem, pelas testemunhas do local, muito provavelmente estava com excesso de velocidade. O que vai ser confirmado pela perícia da Polícia Civil", afirmou Scopel.
O pai da família foi atendido no Hospital Geral de Linhares (HGL) e liberado. As filhas do casal foram transferidas para o Hospital Rio Doce, também no município. O homem que causou o acidente também ficou ferido e precisou ser encaminhado ao HGL. Após o atendimento médico, ele foi conduzido para a Delegacia Regional de Linhares.
Procurada pela reportagem de A Gazeta, a defesa do motorista afirmou que a festa relatada tratava-se de uma confraternização entre amigos, que começou no sábado (8) e durou até o domingo (9) e foi realizada no pátio de uma empresa do gênero alimentício — não em uma casa de eventos ou de festas, como relatado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No local também há um apartamento, onde mora um dos colegas de Hélio, que também estava na confraternização com os amigos. A defesa afirmou que no domingo, por volta do meio-dia, um amigo de Hélio pediu para que ele o levasse em casa, no bairro Lagoa do Meio. Hélio pegou o carro de um outro amigo e se dirigiu até o bairro. No retorno, ocorreu a colisão. De acordo com a defesa, o amigo dono do carro constatou que o veículo não estava no local da confraternização e perguntou aos outros colegas onde estava.
Eles afirmaram que Hélio havia saído com o carro para levar um amigo em casa. O dono do carro entrou em contato com Hélio, e este relatou que havia se acidentado com o veículo. Dois outros amigos foram até o local da colisão, constataram o estado de Hélio, a gravidade do acidente e, para preservar sua integridade física — uma vez que poderia haver linchamento, já que pessoas estavam se aglomerando no local — levaram Hélio para o espaço da confraternização, para aguardar a PRF, e não para continuar festejando, de acordo com o advogado.
Segundo a defesa, os próprios amigos acionaram a PRF para relatar o acidente e para que Hélio respondesse pelos seus atos. A defesa afirmou ainda que reconhece que Hélio provocou o acidente, ocasionando uma tragédia. O advogado, que é responsável pelo caso de Hélio, do dono do veículo e do dono do local da confraternização, ressaltou que “defende os direitos constitucionais do acusado e não compactua com álcool e direção".
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