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Vídeo: preso em operação da polícia no ES mostra como cerveja era adulterada

Vídeo: preso em operação da polícia no ES mostra como cerveja era adulterada

Ao todo, oito pessoas foram presas em uma operação que apreendeu 32 mil garrafas de cerveja falsificadas em um galpão de Vila Velha nesta segunda-feira (13)

Publicado em 14 de junho de 2022 às 12:22

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura

Um vídeo divulgado pela Polícia Civil mostra como era feita a adulteração das cervejas falsificadas apreendidas em um galpão de Vila Velha, nesta segunda-feira (13) por equipes da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). Durante a ação, oito pessoas foram presas. Além das prisões, foram apreendidas quase 30 mil garrafas de cerveja que estavam chegando para serem adulteradas, além de mais de 2 mil garrafas de cerveja já falsificadas e prontas para venda.

Na gravação, é possível ver o processo para falsificação do rótulo. O criminoso tira a tampa da cerveja de preço mais barato com uma ferramenta e troca por uma de uma marca tradicional do mercado capixaba. Em seguida, ele usa uma cola para trocar os rótulos das garrafas.

Uma operação da Polícia Civil apreendeu 32 mil garrafas falsificadas de cerveja em Vila Velha(Divulgação/PCES)

A operação foi feita a partir do cumprimento de mandado de prisão expedido pela 6ª Vara Criminal de Vila Velha. As cervejas que, segundo o delegado Eduardo Passamani, titular da Decon, eram de marcas tradicionais, e que eram vítimas do crime, estavam dentro de um caminhão.

“Durante as diligências, localizamos duas mil garrafas já falsificadas e pontas para venda. No local, também foram apreendidos materiais para falsificação, como rótulos, tampas, colas e lacres. Eles estavam usando falsificações de marcas tradicionais e bastante conhecidas”, contou o delegado.

De acordo com Passamani, a investigação durou alguns meses e chegou até o galpão onde estavam sendo armazenadas as cervejas adulteradas. Os criminosos compravam a cerveja, de uma marca desconhecida dos capixabas, a preços baratos - cerca de R$ 1,20 por garrafa - na cidade de Londrina, no Paraná, e traziam para o Espírito Santo.

"Quando ela chegava no galpão, ela era espalhada, existia uma série de trabalhadores que faziam a adulteração deste produto. Esse produto era mudado o rótulo, era lavado e eram colocadas duas marcas tradicionais. Depois que era embalado, limpo, era colocado no mercado capixaba e distribuído", disse.

Passamani pontuou que ainda não se sabe para onde essas cervejas adulteradas eram distribuídas, mas ele acredita que em torno de 120 mil garrafas adulteradas por mês saíam do galpão e entravam no mercado capixaba.

Os dois mentores da quadrilha, que já foram identificados conforme o delegado, moram no Rio de Janeiro, mas são do Rio Grande do Sul e do Tocantins. O primeiro, inclusive, já foi preso no Espírito Santo por envolvimento com formação de quadrilha e relação de consumo. Os outros trabalhadores eram captados fora do Estado e apenas o motorista do caminhão era capixaba.

RISCO À SAÚDE DO CONSUMIDOR

O delegado Eduardo Passamani afirmou que, por conta das condições sanitárias nas quais eram manipuladas e estocadas as garrafas de cerveja, o consumo da bebida pode, sim, trazer risco à saúde do consumidor.

"Quando uma garrafa era aberta, e eles abriam a garrafa para tirar a tampa original e substituir pela falsificada, quando ela é aberta em um galpão sem nenhuma condição sanitária, isso pode repercutir, sim, em risco à saúde do consumidor. Foi periciado o local e foram apreendidas algumas amostras para que a gente encaminhasse ao laboratório da Polícia Civil e ao Lacen", disse.

Passamani alertou que o galpão utilizado pelos criminosos era totalmente insalubre. Havia muito lixo no chão e as garrafas eram lavadas em tanques e caixas d'água, sendo, então, estocadas em locais que não possuíam condições sanitárias para isso.

"Tratava-se de um galpão fechado, sem fachada nenhuma, para não chamar a atenção de ninguém. Todo início de semana eles chegavam com um caminhão carregado proveniente de Londrina com a cerveja que seria usada para adulteração. Só era aberto o galpão no momento em que eles chegavam com o caminhão. Lá dentro, as condições eram totalmente insalubres. As garrafas eram lavadas em tanques e caixas d’água, o local era cheio de lixo, porque era feita a raspagem da rotulagem, o chão era sujo, estavam armazenadas em qualquer lugar", completou o delegado.

Este galpão, segundo os oito homens que foram presos na operação, funcionava como ponto de adulteração de cervejas. Eles confessaram o crime e foram autuados em flagrante por falsificação de bebidas, concorrência desleal, venda de produto impróprio ao consumo e associação criminosa. O grupo foi levado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).

A reportagem tenta contato com a Ambev e a Cerveja Acerta, vítimas do esquema de falsificação de cerveja, e, assim que houver retorno, este texto será atualizado.

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