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Vila Velha: execução em Santa Mônica foi revide a ataque no Ibes, diz Polícia

Vila Velha: execução em Santa Mônica foi revide a ataque no Ibes, diz Polícia

Segundo delegado, os criminosos decidiram assassinar qualquer um que estivesse na rua naquele momento. Jhordyuri de Almeida Benincá, de 19 anos, que morreu no ataque, não possuía passagens pela polícia

Publicado em 4 de março de 2022 às 13:29

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Jhordyuri Almeida foi morto no meio da rua, por volta das 22h, em Vila Velha
Jhordyuri Almeida foi morto no meio da rua, por volta das 22h, em Vila Velha. (Reprodução)

A Polícia Civil acredita que a execução de Jhordyuri de Almeida Benincá, de 19 anos, que aconteceu no bairro Santa Mônica, em Vila Velha, na noite desta quinta-feira (3), foi uma forma de revide a um ataque no bairro Ibes, também em Vila Velha, que deixou uma estudante de Direito morta no dia 19 de fevereiro. De acordo com a polícia, os assassinatos ocorreram por conta da guerra do tráfico de drogas, que atinge os dois bairros.

O coronel Alexandre Ramalho, secretário de Segurança Pública do Estado, declarou que nem Jhordyuri nem o tio, que sobreviveu ao ataque, possuíam passagens pela polícia ou ligação com o tráfico de drogas da região. Ele contou que a morte do jovem foi realmente uma espécie de vingança pela execução no Ibes.

Aspas de citação

A gente não conseguiu ainda fazer nenhuma ligação do porquê, a não ser dar a resposta da mesma forma que aconteceu no Ibes. Já que chegaram atirando covardemente no Ibes, nós vamos chegar atirando covardemente em Santa Mônica

Alexandre Ramalho
Secretário de Segurança Pública do Estado
Aspas de citação

"Aquela cena pesada, da moto atirando no Ibes, que vem a vitimar uma moça, nós tivemos agora cena semelhante em Santa Mônica. O tio, que foi quem sobreviveu, alega para a gente que estava indo buscar um amigo em Guaranhuns, que eles foram a pé de Santa Mônica até Guaranhuns. Quando eles estão próximos a um veículo na esquina, surgem dois indivíduos, um deles começa a atirar na direção do tio", disse o secretário.

Alexandre Ramalho explicou que os dois criminosos estavam armados e que os disparos, que teriam o tio da vítima como alvo, falharam. Ele conseguiu fugir e, então, os atiradores começaram a disparar contra Jhordyuri.

"Essa arma, na hora, masca, ele não consegue realizar os disparos, o outro vem por trás. Nisso o tio corre, o sobrinho estava de cabeça baixa, não sabia o que estava acontecendo. Esse indivíduo vem e executa o sobrinho com vários disparos", detalhou.

AS PRISÕES

O delegado Tarik Halabi Souki, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, confirmou que a execução do jovem foi um ataque aleatório. Segundo o delegado, os criminosos decidiram assassinar qualquer um que estivesse na rua naquele momento.

"As investigações indicaram que esse jovem não tinha relação com o narcotráfico nem do Ibes, nem de Santa Mônica. Ele era um trabalhador mecânico. De maneira covarde, esses indivíduos resolveram executar quem estivesse passando pela rua, escolheram esses dois jovens, sendo que um sobreviveu", narrou.

Tarik Souki argumentou que, já no dia seguinte à execução, a equipe apurou que quatro pessoas participaram da execução, sendo que duas foram identificadas. Em seguida, os policiais conseguiram localizar o esconderijo onde estavam os dois criminosos, que fica em Santa Mônica, próximo ao local do crime.

"De imediato, nós conseguimos localizar o esconderijo. Fomos até o local, conseguimos prendê-los em flagrante, com relação ao homicídio. Também na ocasião, apreendemos um revólver calibre 38, possivelmente utilizado na execução do jovem e um simulacro de pistola, além de várias munições calibre 38", disse.

GUERRA DO TRÁFICO DA REGIÃO

O secretário Alexandre Ramalho ressaltou que ambas as execuções - no Ibes e em Santa Mônica - foram motivadas por uma guerra entre traficantes rivais. Essa guerra começou, de acordo com Ramalho, quando Luan Resende Buarque, conhecido como "Luanzinho", uma das lideranças do tráfico de drogas do bairro Ibes, foi solto da prisão, em dezembro de 2021.

"A partir de janeiro, fevereiro e março, estoura essa guerra que nós estamos vendo. O resultado é o cara tentando retomar seu ponto de venda de entorpecentes que ele havia perdido no período em que fica preso. E aí vem uma guerra, em que esses vagabundos tinham seus alvos definidos. A gente lamenta a morte de todos, agora, o lamento maior é quando um inocente é atingido", afirmou.

Tráfico
Luan Resende Buarque foi preso no Rio de Janeiro em junho de 2021. (Reprodução)

Luan foi preso no dia 9 de junho de 2021, no bairro Méier, no Rio de Janeiro. De acordo com o secretário, ele apresentava sintomas de Covid-19 e, então, procurou um hospital. Assim, ele foi identificado, preso e transferido para o Espírito Santo.

Segundo Tarik Souki, contra Luan havia um mandado de prisão em aberto pelo homicídio de Luiz Fernando Albino Nascimento, de 12 anos, que aconteceu no dia 18 de fevereiro de 2019, no bairro Glória, em Vila Velha. Ele, que era membro do grupo de traficantes do qual Luan era líder, foi morto a mando do criminoso.

"Esse indivíduo foi preso no Rio de Janeiro em razão do mandado de prisão com relação ao homicídio contra o jovem Luiz Fernando, garoto de 12 anos que foi cooptado pelo tráfico, por esse grupo do qual ele faz parte. Ele vendia drogas na pracinha do Ibes e foi executado porque, em um plantão de venda de drogas, ele se apropriou do dinheiro", detalhou o delegado.

MANDADOS DE PRISÃO EM ABERTO NO IBES

Tarik Souki revelou que outros cinco criminosos, envolvidos no tráfico de drogas do bairro Ibes, estão com mandado de prisão em aberto. São eles: Rodrigo de Almeida Santiago, vulgo "RDG"; Gabriel de Andrade Senna, vulgo "Bolacha" ou "BL"; Pablo Domingos Carreiro, vulgo "Bandidinho"; e Vitor Caldeira Santos, vulgo "VK", além do próprio Luan.

Traficantes do bairro Ibes, em Vila Velha, com mandado de prisão em aberto(Divulgação/PCES)

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