Mais de 7,3 mil casos de violência contra a mulher foram registrados no Espírito Santo apenas de janeiro a abril de 2023, o equivalente a 60 mulheres agredidas todos os dias no estado. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Ainda segundo a pasta, cerca de 70% dos casos ocorrem dentro da casa das vítimas e outros 16,7% acontecem no meio da rua. De acordo com os dados, são 1.825 registros oficiais de violência contra a mulher por mês, de janeiro a abril.
Os dados mostram também que a maioria dos casos ocorreram na Região Metropolitana da Grande Vitória, que abrange, além da Capital, as cidades de Vila Velha, Cariacica, Serra, Viana, Guarapari e Fundão.
Ao todo, foram 2.830 casos de violência contra a mulher apenas nessas cidades, o que corresponde a 12,8% a mais do que o mesmo período de 2022.
Questionada sobre os números, a delegada da Gerência de Proteção à Mulher da Sesp, Michelle Meira, em entrevista ao repórter Paulo Ricardo Sobral, da TV Gazeta, explicou que a violência de gênero ainda é cultural. "A violência contra a mulher, infelizmente, é uma questão cultural, que está dentro da nossa sociedade."
A delegada explicou ainda que a violência contra a mulher é multifatorial, de diferentes naturezas. "É difícil combater apenas com segurança, com educação ou só com saúde. A gente precisa de uma união de todas bases para que a gente mude a cultura, principalmente dos homens. E também que as mulheres estejam mais alertas e acreditem que podem acabar sendo mortas por aquela pessoa que é sua companheira e que é violenta", disse.
A delegada destacou que é fundamental que toda a sociedade esteja unida para a realização de denúncias.
Segundo Michelle Meira, muitas vezes a vítima não consegue denunciar por dependência emocional ou por acreditar que vai prejudicar o companheiro.
"É importante que haja uma rede de apoio. A gente acredita que as pessoas estão denunciando mais, e quanto mais boletins de ocorrências gerados de violência contra mulher a gente acredita que são menos casos de feminicídios consumados", disse.
Com informações do g1ES.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta