Uma família viveu uma noite de terror em uma fazenda de Vila Valério. Sete homens armados invadiram o local e renderam um homem, além da filha — que estava com uma bebê de um ano — e do genro dele, na noite de segunda-feira (4). Durante 4 horas, eles foram mantidos reféns em casa pelos criminosos, que reviraram a casa e o armazém da propriedade rural. Os bandidos levaram sacas de café e cacau, sacos de pimenta-do-reino, dois caminhões, um carro, joias e dinheiro.
As vítimas não ficaram feridas, mas estão traumatizadas devido ao assalto. A mulher, que não quis ser identificada, relatou à repórter Gabriela Fardin, da TV Gazeta Noroeste, que, por volta de 21h, quando estavam em casa ela, a filha de 1 ano e o marido, seu pai chegou à residência acompanhado por bandidos encapuzados.
Segundo a Polícia Militar, o homem — dono da fazenda — contou que foi abordado por três criminosos armados quando estava próximo à casa de sua filha e eles o obrigaram a entrar na residência.
“A porta abriu de forma violenta e, no instante que eu levantei do sofá, vi o bandido com a arma apontada para a minha cabeça. Ele falou: ‘Fica quieta que isso é um assalto’. No início, achei que era brincadeira. Mas vi meu pai parado na porta com três bandidos, e outros entraram na casa. O meu marido estava tomando banho, eles fizeram ele sair do banheiro e se deitar de bruços no chão da sala”, contou a mulher.
A vítima disse os sete bandidos que renderam a família não foram violentos, mas fizeram a família entrar em um quarto da casa e obrigaram o pai dela a mostrar onde ficavam os caminhões e onde eram armazenadas as sacas de café e os sacos de pimenta, produtos cultivados na propriedade.
“A neném estava no quarto dormindo e eles deixaram ela lá quietinha. Falam que não iam fazer nada com ninguém e que, se a gente colaborasse, ia ficar tudo bem. Me prenderam no quarto com meu marido e minha filha e fizeram meu pai abrir o galpão. Depois, levaram meu pai para o quarto e pegaram o meu marido para ajudar a carregar os caminhões”, continuou a vítima.
A mulher explicou que dois criminosos ficaram vigiando a família na porta do quarto e parte da quadrilha deixou o local por volta das 23h, levando os caminhões carregados. Mas as vítimas permaneceram em cárcere e os bandidos que ficaram no local reviraram a casa em busca de dinheiro.
A família permaneceu rendida té 1 hora da madrugada e, segundo a vítima, foram momentos de terror na casa. “Ficamos, a todo momento, com medo. Ficamos confinados das 21 horas até 1 hora, o tempo todo com algum deles com uma arma na mão. Eu estava com medo de que a neném chorasse e eles ficassem estressados”, disse a mulher.
Os membros da quadrilha que ficaram na casa levaram o dono da propriedade e o genro dele para outro quarto e trancaram as janelas. Já a mulher e a bebê, ficaram na sala. Em seguida, os criminosos deixaram o local levando carro da família.
Com medo dos bandidos ainda estarem na região, as vítimas permaneceram presas em casa até as 4h da manhã. Após notar que todos os suspeitos haviam fugido, a família saiu para pedir socorro, com a ajuda de vizinhos.
A vítima finalizou dizendo que o que fica para a família agora é o trauma. “Medo de voltar para casa. Você fica com medo até de abrir uma porta. É difícil."
De acordo com o titular da Delegacia de Polícia (DP) de São Gabriel da Palha, delegado Rafael Caliman, já foram recuperados: um caminhão, 95 sacas de café, três sacas de cacau e sete sacos de pimenta, além do carro de passeio.
O delegado informou que o valor total dos bens roubados na casa — celulares, joias, e dinheiro — fica em torno de R$ 25 mil. Ainda de acordo com Caliman, os bandidos não são de Vila Valério, mas podem estar envolvidos em outros crimes no município. “Inicialmente, estamos em busca de imagens e testemunhas que flagraram a ação dos criminosos. O que sabemos é que eles não são daqui, e acreditamos que estão envolvidos em outros crimes em Vila Valério”, explica.
Por nota, a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Delegacia de Polícia (DP) de Vila Valério, que está realizando diligências.
"A PCES destaca que a população pode auxiliar na investigação por meio do telefone 181. O Disque-Denúncia é uma ferramenta segura, onde não é necessário se identificar para denunciar. Todas as informações recebidas são investigadas. As informações ao Disque-Denúncia ainda podem ser enviadas por meio do site, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas", finaliza o texto.
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