O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou nesta quinta-feira (18) que não considera a milícia a "principal chaga do estado".
"Não acredito que a milícia seja a principal chaga do estado, não. Ela é uma organização criminosa, que estamos combatendo", afirmou ele em entrevista à rádio CBN.
Investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro apontam para o crescimento e fortalecimento dos grupos paramilitares no estado. É uma quadrilha do tipo que atua na favela da Muzema, onde dois prédios desabaram e 20 pessoas morreram.
O governador negou ainda que a milícia tenha atrapalhado os trabalhos de buscas na favela. Na manhã desta quinta-feira, jornalistas deixaram a área após serem filmados e fotografados por homens não identificados.
"Bombeiro está trabalhando lá há vários dias e não teve nenhum problema. Ninguém chegou no bombeiro e falou: 'Não trabalha aqui'. Se fizer isso, vai ser preso. Se tiver armado, vai ser morto. Não existe essa possibilidade de insegurança. Estamos operando com o batalhão da área", disse Witzel.
"Se alguém se sentir ameaçado, pode ligar para mim e imediatamente vou tomar providência", declarou o governador.
Ele disse que a Polícia Civil está sendo equipada para investigar o crime organizado do estado, incluindo tanto a milícia como as facções de traficantes.
"Quando se fala em crime organizado, estamos incluindo todas as organizações que estão aparelhando o crime com armas, dominação de território e negócios escusos. A Draco [Delegacia de Repressão ao Crime Organizado] está voltada para a investigação da milícia. A milícia age de forma dissimulada, não é ostensiva como são os traficantes, que dominam territórios, que tem fuzis. A milícia muitas vezes corrompe policiais. Tem que ser investigada como se investiga a máfia", disse o governador.
Witzel comemorou ainda os resultados do primeiro trimestre na segurança pública. De acordo com o ISP (Instituto de Segurança Pública), houve uma queda de 26% no número de vítimas de homicídios dolosos em relação aos três primeiros meses de 2018. Houve, contudo, uma alta de 18% nos casos de mortes provocadas por policiais em supostos confrontos.
"Meu governo está sendo marcado por uma política de segurança para proteger o cidadão de bem. Estamos demonstrando para a vagabundagem que tem que respeitar a polícia", disse ele.
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