O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira (3) que o pente fino que passa no governo de seu antecessor, Michel Temer (MDB), pode ser justificado pois "tá na cara que tem muita coisa errada".
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O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, havia afirmado mais cedo que o novo governo identificou "uma movimentação incomum de exonerações e nomeações e recursos destinados a ministérios" nos últimos suspiros da gestão anterior.
Bolsonaro elencou algumas iniciativas que levantaram desconfiança de sua equipe em sua primeira entrevista após assumir o Palácio do Planalto, concedida ao SBT, uma das emissoras exaltadas pelo público que assistiu à sua posse.
Uma delas: o desenvolvimento de uma criptomoeda indígena, parceria entre a Funai (Fundação Nacional do Índio) e a UFF (Universidade Federal Fluminense) já suspenso pela ministra de Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. O projeto custaria em torno de R$ 44 milhões.
Ele também pôs a Lei Rouanet sob sua mira ao citar um projeto promovido pela estatal Furnas "para duas corridas em comunidades pacificadas" no Rio, uma delas sendo o morro do Borel.
"Se não me engano", disse Bolsonaro, para justificar a inadequação da proposta, as ruas de lá têm "uma inclinação de 60 graus". Fora que o valor seria alto demais (R$ 100 mil por corrida). "Tá errado uma coisa aí."
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O presidente não especificou que projeto era esse, mas disse que ele promove o esporte há leis de incentivo fiscal para tanto, mas em geral elas ficavam sob alçada do Ministério do Esporte, e não da pasta da cultura, que controlava a Lei Rouanet.
Bolsonaro também destacou que o Ministério do Turismo encomendou uma consultoria para "abrir uma representação para estimular turismo no Brasil", que custou R$ 3 milhões, um valor que lhe pareceu desproporcional para a tarefa.
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Questionado se poderia haver indícios de corrupção aí, respondeu: "Tá na cara que tem muita coisa errada. [...] Qualquer um de nós poderia fazer algo parecido com uma consulta na internet."
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