A definição dos nomes que disputarão as eleições 2022 começa oficialmente em sete dias, no próximo dia 20, com o início do prazo para realização das convenções partidárias. A reportagem de A Gazeta selecionou as sete principais dúvidas no mercado político sobre o cenário eleitoral estadual e que deverão ser sanadas até o dia 5 de agosto, data em que se encerra o prazo para realização das convenções partidárias. Uma delas é se todos os pré-candidatos a governador serão mantidos até lá ou se haverá composição entre eles, especialmente no campo de oposição ao governo, que reúne a maioria dos pré-candidatos.
Alguns partidos já escolheram as datas em que farão as suas convenções, outros não decidiram nem isso. Durante os encontros, cada partido definirá como disputará a eleição e deverá apresentar uma lista com os nomes que lançará para os cargos na disputa proporcional (deputado estadual e deputado federal), que pela primeira vez não poderá ter coligação. Ou seja, cada partido terá uma chapa própria para concorrer às vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
Já na disputa para senador e governador, os partidos poderão apresentar nomes próprios ou indicar nomes de outros partidos que apoiarão nas eleições 2022, formando coligações. No caso da chapa para o governo, além do nome do indicado para governador, há o nome do vice-governador. Já a chapa para o Senado terá três nomes: senador, primeiro e segundo suplentes de senador.
Entre os partidos com mais espaços definidos estão o PL, que já tem o nome do ex-deputado federal Carlos Manato para governador e do ex-senador Magno Malta para senador, e o PSTU, com os pré-candidatos Capitão Vinícius Sousa para o governo e Filipe Skiter para o Senado. O Novo já definiu a pré-candidatura do economista Aridelmo Teixeira para o governo e da jornalista Camila Domingues para a vice.
Os demais partidos ainda tentam obter apoios e consolidar alianças antes de definir os nomes que indicarão para cada vaga, inclusive a chapa do governador Renato Casagrande (PSB) que confirmou que buscará a reeleição. Confira abaixo as sete dúvidas detalhadas:
A disputa para governador do Espírito Santo tem seis pré-candidatos no campo da direita e centro-direita que se colocam como oposição ao atual governador Renato Casagrande (PSB). São eles: o ex-deputado federal Carlos Manato (PL); o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede); o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD); o presidente da Assembleia Legislativa Erick Musso (Republicanos); o deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil) e o economista Aridelmo Teixeira (Novo). A possibilidade de composição entre alguns deles vem sendo ventilada, mas todos afirmam que vão manter seus nomes até o fim da disputa. Conseguirão se viabilizar?
Ao descrever o perfil e os critérios que servirão de base para a escolha do nome que apoiará na disputa ao Senado, Casagrande citou características atribuídas à senadora licenciada Rose de Freitas (MDB), como uma boa posição política nacional e alguém que trabalha pelo Espírito Santo. Considerada a preferida do governador, ela tem o comando do partido nas mãos, mas a legenda foi esvaziada no início deste ano. A preferência pessoal do governador, que quer apenas um aliado na disputa ao Senado, será suficiente para Rose desbancar o PP do deputado federal Da Vitória e o Podemos do Coronel Ramalho e ficar com a vaga de senador na chapa de Casagrande?
A aliança entre o PSB e o PT só depende de algumas formalidades para ser selada e, com isso, cresce a expectativa sobre o efeito prático dessa parceria nos aliados de Casagrande. O governador disse que vai buscar a aliança mais ampla que puder, contemplando desde o PP bolsonarista ao PT, passando por MDB e PSDB/Cidadania. Mas um dos itens do acordo proposto pelo PSB para obter o apoio do PT foi a participação efetiva de Casagrande e do PSB na campanha presidencial em favor do ex-presidente Lula (PT). Há lideranças do PP que querem usar isso como desculpa para buscar espaço em outras chapas, caso o partido não garanta a indicação do vice, cujo nome cotado é o do ex-secretário estadual de Saneamento Marcus Vicente, ou a vaga para o Senado para o deputado federal Da Vitória. A saída de um desses dois nomes aliviaria a chapa do PP para a Câmara dos Deputados, considerada pesada, embora competitiva.
Em reunião da Executiva estadual do PSDB realizada esta semana, a condição para apoiar um candidato ao governo foi reforçada com os pré-candidatos da legenda: os tucanos só estarão em uma chapa que lhes garantam espaço na majoritária (vice ou Senado). Mais próximo de Casagrande e com poucas lideranças de peso na disputa, o Cidadania pode ir a reboque do PSDB, já que os dois partidos precisam caminhar juntos por estarem federados. Na chapa do PSB, a única opção seria indicar um vice e o ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB) é o mais cotado. Porém, os tucanos dialogam também com Guerino Zanon , Felipe Rigoni, Erick Musso e Audifax Barcelos.
Dos pré-candidatos ao governo, apenas Aridelmo Teixeira já escolheu a jornalista Camila Domingues (Novo) para formar uma chapa puro-sangue como vice dele. Manato não decidiu nome, mas a vaga de vice está reservada para o PTB, por enquanto. E quem serão os indicados nas chapas de Casagrande, Audifax, Rigoni, Guerino Zanon e Erick Musso? Os pré-candidatos e os dirigentes partidários afirmam que não dá para definir vice antes de consolidar a aliança. Mas há quem diga que a opinião pessoal do pré-candidato pesa muito mais nessa decisão do que as indicações partidárias, pois é preciso que seja alguém de confiança, com quem ele possa compartilhar a gestão, se eleito. Por isso, em alguns casos, é realmente uma escolha difícil. Casagrande já tem pelo mesmo três cotados para a vaga de vice: Marcus Vicente (PP), o ex-senador Ricardo Ferraço e o empresário Léo de Castro (ambos PSDB).
Com alianças costuradas por intermédio das direções nacionais dos partidos, Audifax obteve o apoio do Avante e do Pros. Solidariedade também apoia o ex-prefeito, cuja Rede está federada ao Psol. O Avante tem como pré-candidato ao Senado o pastor Nelson Júnior, autor do movimento “Escolhi esperar”. O fechamento dessa aliança interrompeu as conversas entre o pastor e o Republicanos e limpou o espaço para a manutenção do ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli (Republicanos) na disputa ao Senado. Por outro lado, criou um choque com a pré-candidatura do servidor público aposentado Gilbertinho Campos (Psol). Como conciliar essas duas pré-candidaturas ao Senado com posicionamentos totalmente opostos? Pode um partido federado lançar candidatura avulsa ao Senado?
O ex-governador Paulo Hartung (sem partido) não está morando no Espírito Santo atualmente, mas ainda é considerado uma liderança de referência no cenário político estadual. Sempre que pôde, ele evitou se posicionar nas disputas eleitorais. Nos últimos 20 anos de vida pública, foram poucas as exceções de candidatos a quem ele declarou apoio abertamente quando não estava concorrendo. Por conta disso, há expectativas no mercado político se ele vai declarar apoio ao ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD), nome considerado mais próximo dele na disputa para governador, ou a algum outro pré-candidato.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta