A uma semana das convenções partidárias, com início previsto para 20 de julho e término em 5 de agosto, alguns cenários ainda seguem indefinidos no tabuleiro político visando ao pleito municipal deste ano no Espírito Santo. De briga por apoio político a indecisão sobre quem será o candidato a prefeito de partidos federados na Grande Vitória, o que não falta é lacuna para ser preenchida até o efetivo registro das candidaturas, cujo prazo se encerra no dia 15 de agosto.
A reportagem de A Gazeta tem acompanhado as principais movimentações no mercado político capixaba e lista os 10 "enigmas" que seguem sem resposta às vésperas das convenções partidárias. Confira abaixo:
Federados desde 2022, os partidos PT, PV e PCdoB, pela regra, formam como se fossem uma única legenda. No entanto, em Cariacica, o bloco partidário vive, desde maio, um impasse. Isso porque há mais de um nome do grupo interessado em disputar as eleições como candidato a prefeito. O ex-vereador Heliomar Costa (PV) e a professora Célia Tavares (PT) duelam pelo posto de candidato da Federação Brasil da Esperança, ambos com suas respectivas pré-candidaturas lançadas. Apesar de os dirigentes partidários alegarem ter havido consenso pelo nome de Célia, há alas que defendem que Heliomar segue vivo no jogo. No entanto, quem baterá o martelo de maneira definitiva será a comissão nacional da federação, formada pelos partidos.
A discussão sobre o possível vice na chapa de Arnaldinho Borgo (Podemos), pré-candidato à reeleição em Vila Velha, tornou-se o centro das atenções na corrida eleitoral na Grande Vitória. Têm disputado a composição da majoritária ao lado do prefeito o presidente da Câmara de Vereadores do município, Bruno Lorenzutti (MDB), e o ex-presidente da Cesan Carlos Aurélio Linhalis, o Cael (PSB). Lorenzutti é aliado de primeira hora de Arnaldinho. Além disso, é o nome indicado pelo vice-governador Ricardo Ferraço, presidente estadual do MDB. Cael, por sua vez, é a aposta do PSB, partido do governador do Estado, Renato Casagrande, para compor a chapa encabeçada por Arnaldinho. O prefeito ainda não decidiu quem estará com ele na disputa.
Após o deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB) ter declinado de sua pré-candidatura para prefeito de Vitória – segundo ele, a pedido do governador Renato Casagrande (PSB) –, um grupo de seis legendas aliadas do governo do Estado se reuniu em torno de um nome para fazer frente à possível reeleição de Lorenzo Pazolini. Depois de uma série de reuniões, o bloco partidário, então formado por MDB, União Brasil, PSB, PSDB, Cidadania e PSD, decidiu apoiar o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). O deputado estadual Fabrício Gandini (PSD) também buscava apoio do conjunto de legendas, mas desistiu de participar das eleições para focar nas articulações de sua agremiação. Ainda assim, optou por permanecer no apoio a Luiz Paulo. No entanto, há rumores de que o presidente estadual do PSD, o ex-deputado Renzo Vasconcelos, estaria inclinado a orientar seu partido a desembarcar da pré-candidatura de Luiz Paulo para apoiar Pazolini. A costura estaria sendo feita junto o presidente do Republicanos no Estado, o também ex-deputado Erick Musso.
O atual prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), tem sido categórico em afirmar que não vai tentar a reeleição. Ele, inclusive, apresentou Weverson Meireles (PDT), ex-secretário de Estado de Turismo, como pré-candidato à sucessão. O mercado político, no entanto, tem especulado, com cada vez mais força, um possível recuo de Vidigal na decisão de ficar fora do pleito. Interlocutores acreditam que, às vésperas das convenções, o mandatário se apresentará como candidato a continuar à frente do Executivo municipal. Um dos motivos para uma possível reconsideração de Vidigal, ainda de acordo com atores políticos, seria o fato de Weverson não ter se consolidado como um nome competitivo no cenário local. Especialmente porque, entre os cotados para participar da corrida eleitoral na Serra, está o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP), adversário histórico do atual prefeito. Os dois se alternam no poder por mais de 20 anos.
O deputado estadual Sérgio Meneguelli (Republicanos) pode mexer com o tabuleiro político na disputa à Prefeitura de Colatina nas eleições. Até o momento, ele figurava apenas como um provável apoio à pré-candidatura do ex-deputado Renzo Vasconcelos (PSD). Mas, agora, não descarta a possibilidade de ele mesmo concorrer e voltar a administrar o município, do qual foi prefeito no período de 2017 a 2020. Apesar de ter tempo para registrar candidatura até 15 de agosto, conforme previsto no calendário eleitoral, Meneguelli afirma que deve se manifestar sobre sua decisão, em uma live nas redes sociais, em até 10 dias para permitir que o partido possa se organizar para o pleito.
O Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) barrou a filiação do ex-deputado federal José Carlos Elias ao PT. Com essa decisão confirmada, a Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PV e PCdoB, perdeu o pré-candidato que havia sido escolhido para disputar a Prefeitura de Linhares, no Norte capixaba. A decisão do TRE foi tomada a partir de uma ação do diretório estadual do PT, que solicitava o reconhecimento da filiação partidária de Elias. O ex-deputado havia tentado o registro pelo sistema da Justiça Eleitoral, mas houve uma negativa administrativa. Em virtude dessa recusa, o partido ingressou com a ação para não perder o prazo legal de filiação para a disputa nas Eleições 2024. Após a decisão local, a legenda deve recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar garantir seu pré-candidato na corrida.
Eleito prefeito de Vitória em 2020, quando ainda era deputado estadual, Lorenzo Pazolini (Republicanos) ainda não sinalizou, oficialmente, intenção de concorrer ao segundo mandato consecutivo à frente do Executivo municipal. O mercado político, no entanto, dá como certa a entrada do mandatário na corrida eleitoral, que já conta com sete pré-candidatos confirmados até agora. Sempre que questionado sobre o assunto, o prefeito diz estar focado na administração do município.
Se até agora o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), ainda não falou de maneira oficial sobre uma possível busca pela reeleição, as discussões acerca de quem deverá ser o vice dele em uma provável chapa seguem a todo vapor e têm movimentado o tabuleiro político na Capital. São apontados como cotados para ocupar o posto: Aridelmo Teixeira (Novo), que até o início deste mês ocupava o cargo de assessor especial na Secretaria de Governo da prefeitura, e Cris Samorini, ex-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Segundo interlocutores, apesar de Cris ser um projeto do PP, partido aliado de Pazolini na cidade, o mandatário estaria mais inclinado a escolher Aridelmo.
Um grupo de partidos formado por União Brasil, PSDB, Cidadania, PSB, PSD, Democracia Cristã, MDB e Rede lançou quatro pré-candidaturas à Prefeitura de São Mateus. Mas a aliança garante que vai manter a unidade e escolher uma só chapa. O nome preferencial é o do ex-prefeito Amadeu Boroto (MDB), que comandou a cidade por dois mandatos, entre 2008 e 2016. Uma condenação por improbidade administrativa em 2019, porém, o deixou inelegível, e agora sua viabilidade na corrida depende de um recurso na Justiça Eleitoral. Os outros pré-candidatos são o presidente da Câmara de São Mateus, Paulo Fundão (União Brasil); o ex-vereador e presidente municipal do PSDB, Clebson Bazoni; e o radialista Ferreira Júnior. Neste momento, porém, o grupo não cogita a hipótese de ter Boroto na corrida sob liminar. A ideia é que ele seja o candidato apenas caso obtenha uma resposta positiva ao recurso impetrado. Se isso não ocorrer, a escolha da chapa será feita com base em pesquisa.
Com as movimentações cada vez mais intensas em torno das pré-candidaturas para o cargo de prefeito nos municípios capixabas, o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), já afirmou que lideranças partidárias que atualmente fazem parte de seu governo estão "livres para apoiar" seus respectivos candidatos no pleito deste ano. O chefe do Executivo estadual também tem ressaltado que ainda não há definição sobre como se posicionará nas eleições, no que refere à declaração de apoio político-partidário aos candidatos nas chapas majoritárias.
As convenções partidárias são eventos que reúnem as filiadas e os filiados a uma legenda para o exame de assuntos de interesse da legenda ou para a escolha de candidatas e candidatos a uma eleição, além da aprovação de uma eventual coligação (união de dois ou mais partidos, a fim de disputarem eleições majoritárias). Esse evento pode ser realizado no formato presencial, virtual ou híbrido. Após a escolha das candidatas e dos candidatos em convenção, a legenda já pode solicitar o registro das candidaturas à Justiça Eleitoral, o que deve ser feito até 15 de agosto.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta