O número de votos recebidos pelos candidatos derrotados no segundo turno das eleições municipais de 2020 é menor que o número de abstenções em três dos quatro municípios da Grande Vitória que foram às urnas neste domingo (29).
Vitória foi o único município capixaba em que o segundo colocado recebeu mais votos que o número de eleitores ausentes no segundo turno. João Coser (PT) alcançou 72.684 votos (41,50%), enquanto as abstenções chegaram a 65.740 (26,14%).
O prefeito eleito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), recebeu 102.466 votos (58,50%). Foram registrados ainda 4.484 (2,41%) votos brancos, e 6.090 (3,28%) nulos.
Em Vila Velha, o número de votos recebidos por Max Filho (PSDB) 62.236, equivalente a 30,97% dos votos válidos foi ultrapassado não apenas por Arnaldinho Borgo (Podemos) 138.741 votos (69,03%) como também pelas abstenções (90.645, o equivalente a 28,76%). O município também registrou 9.809 (4,37%) votos brancos e 13.793 (6,14%) nulos.
Na Serra, Fabio Duarte (Rede) recebeu 91.931 votos (45,10%), enquanto o número de eleitores ausentes neste domingo chegou a 104.526 (31,90%). Sergio Vidigal (PDT) foi eleito com 111.920 votos (54,90%). Foram computados ainda 8.112 (3,64%) votos brancos, e 11.181 (5,01%) nulos.
No primeiro turno, 86.059 (26,26%) deixaram de ir às urnas, e 241.611 (73,74%) compareceram.
Em Cariacica, Célia Tavares (PT), que foi derrotada, recebeu 67.111 votos (41,31%), enquanto as abstenções chegaram a 78.541 (29,93%). Euclério Sampaio (DEM), eleito o próximo prefeito do município, recebeu 95.356 (58,69%) votos. Outros 9.789 (5,32%) votaram branco, e 11.617 (6,32%) optaram pelo voto nulo.
No primeiro turno, as ausências chegaram a 67.691 (25,80%). Contudo, 194.723 (74,20%) foram às urnas.
Embora considere que a pandemia do novo coronavírus, que é uma situação de caráter excepcional, possa ter influenciado o número de abstenções registrado nestas eleições, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES), desembargador Samuel Meira Brasil Júnior, frisou que as ausências são prejudiciais.
"Neste ano, estamos em uma situação excepcional e é difícil estabelecer qualquer parâmetro para saber qual o número de abstenções poderia ser esperado. Qualquer número de abstenção não é desejado e, por menor que seja, este número ainda é maior do que a Justiça Eleitoral gostaria", afirmou.
O número de abstenções no segundo turno aumentou 5,32 pontos percentuais do primeiro para o segundo turno no Espírito Santo. No primeiro turno, foram 24,02% ausentes no Estado. Agora, neste segundo turno, foram 29,34%.
O desembargador frisou que o desejo da Justiça Eleitoral é de que cada cidadão possa comparecer e escolher livre e conscientemente o seu candidato, mas à medida que alguém não exerce o seu direito fundamental e constitucional de voto "acaba abrindo mão de seu direito inalienável e temos outras pessoas escolhendo em seu lugar o seu governante. E qualquer número de abstenção, por menor que seja, vai ser maior que o que gostaríamos que fosse".
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