O voto é um dos principais instrumentos de exercício da cidadania e da democracia. Mas, para alguns eleitores, o direito à cidadania plena ainda está um pouco distante. Nas eleições deste domingo (15), eleitores com deficiência enfrentaram dificuldades para votar.
Na Unidade Municipal de Ensino Fundamental Senador João Calmon, na Praia das Gaivotas, em Vila Velha, a situação foi desafiadora. Amezir Freitas, de 71 anos, apesar de não ser mais obrigado a votar por causa da idade, fez questão de ajudar a escolher seu representante. É importante exercer o direito, participar, tentar ser ouvido, explicou.
Sem mobilidade nas duas pernas, Amezir usa cadeira de rodas e precisou de ajuda para chegar à seção. Não enfrentou filas pela solidariedade das pessoas que estavam esperando e pela prioridade. Me deixaram passar e não demorei. Mas está muito lotado, muito cheio. Estão se aglomerando no corredor em tempos de pandemia, imagina se fosse em tempos normais, diz Amezir.
Douglas Ferrari, 43, tem baixa visão e a esposa, Amanda Ferrari, 43, é cadeirante. Votaram na escola Castro Alves, em Itapoã, Vila Velha. Fomos orientados, tivemos prioridade, os mesários estavam preparados, explica.
A estrutura da escola, porém, não favoreceu a esposa de Douglas. A cadeira não passava pela porta e ele teve que ajudá-la a passar. Por terem chegado cedo, por volta das 8h, o casal não encontrou as sessões cheias. Além disso, estava disponível um fone de ouvido para ouvir o voto, mas Douglas preferiu não usar.
Para as eleições deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitiu que o eleitor com deficiência modificasse o local de votação, sendo transferido para uma seção especial, com rampas e elevadores. A Justiça Eleitoral ainda deu prazos para que os eleitores com algum tipo de dificuldade as relatassem para o juiz eleitoral local, para que fossem tomadas as providências e feitas as adequações necessárias.
* Rafael Carelli é aluno do 23° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, sob orientação do editor Eduardo Fachetti
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