Durante o governo de Albuíno Azeredo, que faleceu na manhã deste domingo (16), grandes personalidades visitaram o Espírito Santo. O mandato do ex-governador durou entre 1991 e 1995. Nesse período, estiveram em terras capixabas Nelson Mandela, príncipe Charles e o Papa João Paulo II. Relembre:
Nelson Mandela
A visita do ex-presidente sul africano e ativista do movimento negro Nelson Mandela, ao Estado, ocorreu em 1991. Conhecido pela luta contra a segregação racial, Mandela chegou a ganhar o prêmio Nobel da Paz em 1993. Na época, comemorou a recepção dos capixabas. "Estou muito feliz. Fui recebido com muito carinho" foi uma das frases ditas por ele, ao discursar para cerca de 7 mil pessoas, em Cariacica", afirmou.
Ele chegou em Vitória, no dia 4 de agosto de 1991, um sábado, às 22h40. No desembarque da comitiva presidencial, corria o burburinho de que Mandela, então com 79 anos, se sentia fraco e havia a apreensão de que os eventos programados fossem cancelados. Do aeroporto, Mandela e a comitiva presidencial seguiram para a Residencial Oficial do governo do Estado, na Praia da Costa, em Vila Velha. O governador capixaba era Albuíno Azeredo.
Contrariando a especulação, no dia seguinte ao desembarque em Vitória, era domingo, fazia sol e cerca de 7 mil capixabas trocaram a praia pelo estádio Engenheiro Araripe, em Cariacica. Na época ele disse que "o povo do Espírito Santo está inteiramente conosco nessa luta pela libertação da África do Sul e com seu apoio não há duvidas que vamos vencer".
Príncipe Charles
O ano era 1991. Mais precisamente, 25 de abril. Naquele dia, o Espírito Santo conheceu a realeza. Ou, pelo menos, uma das principais figuras da família real britânica. Trata-se do primeiro herdeiro do trono inglês, príncipe Charles, que passou por Vitória e Aracruz durante uma visita oficial ao Brasil.
Ele desembarcou no Aeroporto de Vitória às 11h08, com oito minutos de atraso, e foi recepcionado pelo então governador do Estado, Albuíno Azeredo. Sua vinda contou com um forte esquema de segurança, envolvendo mais de 100 homens da Polícia Militar e agentes federais e ingleses. O jornal A GAZETA mostrou que o príncipe foi recebido com festa e suspiros de um grupo de mulheres no aeroporto, mas também com protestos, que nem chegaram a ser vistos por Charles. O foco das manifestações era sobre o meio ambiente, já que o britânico veio ao Estado com intuito de visitar a então Aracruz Celulose, hoje Fibria.
Charles ficou por cinco horas nas terras capixabas. Do Aeroporto de Vitória, seguiu para a fábrica, percorrendo-a e ouvindo explicações sobre a produção. Lá plantou uma muda de pau-brasil no Centro de Pesquisas Florestais da empresa.
Papa João Paulo II
Foi também durante o governo de Albuíno Azeredo que o Papa João Paulo II veio ao Espírito Santo. Era outubro de 1991 quando a maior liderança da Igreja Católica, até 2005, visitou os capixabas. Além da missa na Enseada do Suá, no lugar hoje conhecido como Praça do Papa, o pontífice fez uma celebração em São Pedro, uma das regiões mais carentes da Grande Vitória.
Depois de sair da praça, o papa foi levado a São Pedro de helicóptero, onde foi recebido com muita emoção por moradores da região. Na época, o cenário era de intensa pobreza, e a população vivia em meio ao lixão; muitos residiam em palafitas sobre o mangue. Por lá, João Paulo viu protestos contra o extermínio de crianças e fez duras críticas ao capitalismo selvagem e à acumulação de riqueza. Ao fim da celebração, três crianças conseguiram romper o esquema de segurança e chegaram perto do papa, de quem receberam abraços e um terço.
MORTE DE GOVERNADOR
O ex-governador, que atualmente morava no Rio de Janeiro, estava visitando a família no Estado quando precisou ser internado há cinco dias no Hospital Vila Velha, inicialmente com um quadro de infecção, e após exames, na madrugada da última quarta-feira (12) foi constatada uma pneumonia e, assim, foi feita a transferência para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Segundo a filha do ex-governador, Ana Flávia Azeredo, neste sábado (16) ela teve a informação de que o pai estava reagindo bem ao tratamento, e que os médicos iriam retirar o respirador mecânico, mas ele sofreu uma parada cardiorespisratória. Albuíno, segundo a filha, chegou a passar por um procedimento de reanimação pelos médicos, mas não resistiu.
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