O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho (PSB), tomou posse como presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) nesta quarta-feira (31). Em uma eleição virtual e de chapa única, articulada pelo ex-presidente da instituição e secretário de governo do Estado, Gilson Daniel (Podemos), o aliado de primeira hora do governador Renato Casagrande (PSB) assumiu a liderança da entidade pelos próximos dois anos.
A chapa de consenso conta com Luciano Pingo (Republicanos), prefeito de Ibatiba, como vice; Wanderson Bueno (Podemos), aliado de Gilson Daniel que se elegeu prefeito de Viana nas últimas eleições, como tesoureiro; e Jailson Quiuqui (Cidadania), prefeito de Águia Branca, como secretário.
Devido ao agravamento do cenário de pandemia de Covid-19 no Estado e a quarentena determinada pelo governo estadual, a eleição foi feita pela plataforma Zoom na tarde desta quarta-feira (31). Os prefeitos puderam votar e discursar, mas por ser chapa única, o resultado foi dado por aclamação. O evento não foi transmitido, de acordo com a entidade, porque a reunião foi aproveitada para discussão de outras pautas.
Além da diretoria executiva, também foram escolhidos os diretores regionais, que atuam como uma ponte da entidade em todo Estado. Na Grande Vitória o diretor será outro casagrandista, o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (DEM), eleito em 2020 com o apoio indireto do Palácio Anchieta.
Victor Coelho foi um dos poucos candidatos que teve um apoio expresso do governador no pleito de 2020. Reeleito com mais de 53% dos votos, o socialista está à frente do maior município sob domínio de um correligionário de Casagrande no Estado. A presidência de Coelho foi costurada como primeira tarefa de Gilson Daniel como secretário de Governo, conforme disse o próprio Casagrande para o colunista Vitor Vogas.
Para o Palácio Anchieta, um aliado dirigindo a Amunes é importante e estratégico. O presidente vai atuar tanto para ouvir todos os municípios e organizar as demandas que serão levadas ao governo, quanto na via contrária, levando aos prefeitos pautas de interesse do Estado. Ter um aliado liderando a instituição, portanto, permite ao governo ter um "braço" de articulação em todos os municípios.
A aliança se torna mais importante ainda para o próximo biênio. Em 2021, ano pré-eleitoral, as negociações partidárias têm início já de olho na disputa pelo governo do Estado em 2022.
Em entrevista para A Gazeta, após o registro da chapa única, Gilson Daniel negou que o governador interfira nos assuntos da entidade, mas admitiu que o fato de o novo presidente ser aliado de Casagrande é bom para a "harmonia no Estado". "É um prefeito jovem, com muita energia, muito bem avaliado no mandato dele. Além de uma boa relação com o governo do Estado, porque é importante ter essa facilidade de diálogo, ele reuniu as condições para acordar com os demais prefeitos", disse.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta