Investigado pela Operação Replicante, do Ministério Público Estadual (MPES), o irmão da deputada federal Norma Ayub (DEM) Itamar Ayub Alves foi exonerado do cargo comissionado de chefe da Ciretran de Marataízes na última sexta-feira (23).
Itamar chegou ter a prisão temporária decretada no último dia 12 e ficou quatro dias preso. Ele ocupava o cargo desde 19 de março deste ano.
A Operação Replicante foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para apurar a existência de uma organização criminosa destinada à prática de fraudes em registros de veículos no Espírito Santo, mediante inserção de dados e documentos falsos no sistema do Detran-ES.
Segundo o advogado e irmão de Itamar, Yamato Ayub, foi o próprio servidor quem requereu a exoneração ao órgão. "Ele achou que não deveria mais continuar, embora não tivesse nada comprovado contra ele. Estava ocorrendo muita especulação, vinculando a situação à Norma, ao deputado Theodorico Ferraço (DEM), o que não era correto", explicou.
O diário oficial da última sexta-feira registra que a exoneração foi mesmo a pedido.
Yamato também falou sobre as investigações relativas a Itamar. "Foram feitas interceptações telefônicas e também foram identificadas transferências para a conta do Itamar. Mas elas são feitas por um primo, que mora no Rio de Janeiro, e envia dinheiro para Itamar ajudar na assistência ao pai, que sofre de esclerose. Isso já ficou tudo esclarecido nos depoimentos", disse.
Na Operação Replicante estão sob investigação 895 registros de veículos, uma fraude estimada em mais de R$ 100 milhões. As investigações revelaram provas de fraudes no registro de veículos em nome de inúmeras pessoas, com mais de 400 proprietários "laranjas".
Haveria a utilização de notas fiscais falsas contendo números de chassis correspondentes a veículos exportados ou comercializados ao Exército Brasileiro, bem como corrupção de servidores públicos do Detran.
> MPES quer devolução de dinheiro gasto com shows em Guarapari
Além de golpes de seguro e financiamento, os registros eram utilizados para permitir a livre circulação de veículos roubados no Espírito Santo. A apuração dos fatos tramita sob sigilo, e tem o apoio da Receita Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Assessoria Militar ao MPES.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta