Enquanto a Polícia Federal fazia, nesta quinta-feira (15), buscas para prender quatro pessoas no Espírito Santo acusadas de promover atos antidemocráticos, dois dos alvos gravaram vídeos e compartilharam em suas redes sociais. Nas imagens, eles afirmam saber que estavam sendo procurados. Pelo mandado de prisão, os suspeitos foram proibidos de usar suas redes sociais e de dar entrevistas, sob pena de R$ 30 mil em caso de descumprimento.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão e a retenção dos passaportes do jornalista Jackson Rangel Vieira, do vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), do pastor Fabiano Oliveira e do empresário Max Pitangui (PTB), que foi candidato a deputado estadual em 2022, mas não foi eleito.
Fabiano Oliveira divulgou, em seu perfil no Instagram, um vídeo em que aparece sentado à frente ao 38º Batalhão de Infantaria, na Prainha, em Vila Velha, junto a outros acampados que pedem intervenção militar e anulação da eleição presidencial. Eles contestam, sem provas, o resultado do segundo turno das eleições, em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado.
“Nesse momento, são 8h10, podem ter pessoas dizendo que estou foragido. Estou na frente do quartel, foram até a casa da minha ex-esposa, mas estou aqui, continuo na defesa da minha liberdade”, relatou. O pastor pede para que seu vídeo seja compartilhado e convoca que outras pessoas se sintam “incentivadas para ir à frente de quarteis”.
O empresário Max Pitangui também gravou um vídeo em que afirma não ter praticado atos antidemocráticos e que não faz parte de grupos radicais.
“Todas as coisas que eu falei de política foram dentro da Constituição. Tenho certeza que esse pedido de prisão não tem a ver com uma questão nacional. Porque eu, recentemente, fiz denúncias contra a procuradora (geral de Justiça)”, contou.
De acordo com nota da Polícia Federal no Espírito Santo, estavam em cumprimento 23 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e outras medidas diversas nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim.
A operação foi determinada pelo STF nos autos dos inquéritos das fake news e da atuação de milícias digitais, a partir de informações concedidas pelo Ministério Público do Espírito Santo. As suspeitas são de crimes contra a honra, incitação ao crime e tentativa de golpe de Estado.
A operação também cumpriu outros 80 mandados de busca e apreensão nos Estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e Santa Catarina, além do Distrito Federal. De acordo com o STF, os grupos propagaram o descumprimento e o desrespeito ao resultado do pleito eleitoral para presidente, proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 30 de outubro último, além de atuar pelo rompimento do Estado Democrático de Direito e instalação de regime de exceção, com a implantação de uma ditadura.
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